16/05/2013

Agora pedimos ao Espírito Santo


“Descida do Espírito Santo no Pentecostes” (1558), atribuída a Lambert Lombard (1506-1566).

1. Ao Santo Espírito quero orar:
Sobretudo fé nos queiras dar.
Vem e nos protege no fim da vida,
ao partirmos do exílio à pátria.
Kyrie eleison.

2. Preciosa luz, vem resplandecer,
Cristo só ensina a conhecer.
Que no Salvador permaneçamos
e na celestial pátria entremos.
Kyrie eleison.

3. Tu doce amor, ó dá-nos teu favor,
faze-nos sentir o teu ardor;
sempre nos amemos mutuamente,
que nos una a paz fraternalmente.
Kyrie eleison.

4. Ó tu, supremo Consolador,
dá que não temamos morte ou dor;
e que a nossa mente não desespere
se Satã ameaça de morte.
Kyrie eleison.

Tradução no volume 7 das Obras Selecionadas de Martinho Lutero

1. Agora pedimos ao Espírito Santo
principalmente a verdadeira fé,
para que nos guarde no fim da vida,
quando voltarmos deste desterro para o lar.
Kyrioleis.

2. Luz preciosa, concede-nos tua claridade,
ensina-nos a conhecer somente a Jesus Cristo,
que fiquemos nele, o fiel Salvador,
que nos trouxe para a verdadeira pátria.
Kyrioleis.

3. O doce amor, concede-nos teu favor,
faze-nos sentir o ardor do amor,
que sinceramente nos amemos uns aos outros
e em paz permaneçamos em unanimidade.
Kyrioleis.

4. Ó supremo Consolador em toda aflição,
dá que não temamos a infâmia nem a morte,
que nosso ânimo não desespere.
quando o inimigo nos acusar, sob ameaça de morte.
Kyrioleis.

A primeira estrofe do presente hino é, quanto a seu gênero, a mais antiga "leise" alemã. Na missa medieval, o povo só podia cantar o Kyrie eleison (tem piedade de nós, Senhor). Todas as demais partes da missa eram cantadas pelo sacerdote e/ou pelo coro. Quando o povo compunha hinos sacros, que cantava fora do templo, acrescentava-lhes o Kyrie eleison, como se estivesse pedindo perdão por sua ousadia. A primeira estrofe deste hino é mencionada por Bertoldo de Ratisbona, falecido em 1272. Tomás Müntzer também a usou em seu culto em língua alemã em Allstedt, em 1523. No "Formulário da Missa" de 1523, Lutero recomenda seu uso. Logo após a publicação do "Formulário da Missa", Lutero deve ter lhe acrescentado mais três estrofes. Na "Missa Alemã", de 1526, Lutero dá-lhe lugar de destaque e, em 1542, coloca-o entre os hinos que podem ser cantados por ocasião de sepultamentos. As semanas em que o hino foi composto eram especialmente difíceis. Os entusiastas agiam e os camponeses estavam sobremaneira inquietos.

Fonte: Bíblia Sagrada com reflexões de Lutero (Sociedade Bíblica do Brasil, 2012, pp. 1265-1266)

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