18/05/2013

Pentecostes – O Espírito Santo nos conforta e fortalece

"O Pentecoste", de Fernando Gallego (1440-1507) 


Em tudo isso, porém, devemos exercer o bom senso e a sabedoria, entendendo que uma que pessoa recebe o Espírito Santo não é ao mesmo tempo perfeita, insensível à lei e ao pecado, pura em todos os aspectos. Por isso não pregamos, concernente ao Espírito Santo e seu ofício, que ele completou e concluiu sua obra, mas que ele apenas a começou e agora está constantemente engajado nela, e que está incessantemente progredindo e, consequentemente, você não irá encontrar uma pessoa sem pecado e sem dor, plena de justiça e de alegria, e tão perfeita que nunca se preocupa com nada desnecessariamente e que serve a todos livremente. As Escrituras nos dizem que na verdade a função do Espírito Santo é redimir do pecado e temor, mas isso não quer dizer que é completamente consumado.

Portanto, o cristão deve, por vezes, sentir o seu pecado e o medo da morte, e se preocupar com tudo que incomoda um pecador. Os descrentes podem se afundar tão profundamente em seus pecados que não os sentirão, mas os crentes os sentem, contudo possuem um auxiliador, o Espírito Santo, que os conforta e fortalece. No entanto, se ele tivesse finalizado e encerrado seu ofício, não iriam experimentar nenhum desses medos.

-- Homilia do bem-aventurado Martinho Lutero sobre São João 14.23-31 para o Domingo de Pentecostes, publicado em sua Postila da Igreja de 1523 (The Sermons of Martin Luther III: 280-281 (Baker Book House, 1983)

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