27/06/2013

Maria, Mãe de Deus (Theotokos)

"Madonna" de Munique (c. 1525), Lucas Cranach, o Velho (1472-1553)

Cirilo de Alexandria defendeu, no Concílio de Éfeso, em 431, o ensino ortodoxo da Igreja Cristã de que o Verbo se fez carne (João 1.14), sendo Maria a “portadora de Deus” (Theotokos). Ele se opôs ao ensino de Nestório que afirmava não haver comunhão das naturezas humana e divina na pessoa de Cristo e que Maria era apenas a mãe do homem Jesus (Christotokos).

Por sua defesa do verdadeiro ensino a respeito de Cristo, Cirilo é citado nas Confissões Luteranas e também em escritos como “De duabus naturis” (As Duas Naturezas em Cristo), do bem-aventurado Martin Chemnitz.

A respeito do ensino cristológico defendido por Cirilo, as Confissões Luteranas afirmam:

“Cremos, ensinamos e confessamos, por isso, que Maria concebeu e deu à luz não um mero e simples homem, mas o verdadeiro Filho de Deus. Por essa razão ela acertadamente é chamada Mãe de Deus e verdadeiramente o é.” -- Fórmula de Concórdia, Epítome VIII, 12 (Livro de Concórdia, p. 525)
“Em virtude dessa união e comunhão pessoal das naturezas, Maria, a Virgem laudatíssima, não deu à luz um mero homem, mas um homem que verdadeiramente é Filho do Deus Altíssimo, conforme testifica o anjo. Demonstrou sua majestade divina até no seio materno, com o fato de haver nascido de uma virgem não injuriada em sua virgindade. Razão por que ela deveras é a mãe de Deus, e não obstante permaneceu virgem.” -- Fórmula de Concórdia, Declaração Sólida VIII, 24 (Livro de Concórdia, p. 638)

A imagem acima, de Lucas Cranach, o Velho (1472-1553), é uma das muitas representações da Virgem Maria com o Menino, tema favorito na iconografia deste pintor luterano. Neste painel da Madonna de Munique (c. 1525), a Virgem e o Menino Jesus aparecem no primeiro plano. Dois anjos seguram um pano grosso atrás, ocultando parte da paisagem, apresentando a Virgem e o Menino. Cristo oferece uma uva do cacho na mão da Virgem que inclina a cabeça carinhosamente em direção ao precoce menino.

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