30/11/2013

O jejum no Advento


O Advento começa com o pôr-do-sol esta noite. Visto que é um dos períodos penitenciais da Igreja, o jejum é sempre apropriado durante o Advento. Algumas sugestões: lembre-se das palavras de João Cassiano (370-435 d.C.) de que "os Pais tinham uma regra invariável de jejum: pare de comer antes de se fartar”; prefira refeições simples; visto que quarta-feira e sexta-feira são dias penitenciais, talvez nesses dias coma apenas um café da manhã leve e em seguida pule o almoço e após o pôr-do-sol faça um jantar simples, porém normal; as Têmporas no Advento cairão na quarta-feira, sexta-feira e sábado após o Domingo Gaudete [3º Domingo no Advento].

Os luteranos, diferentemente de outros cristãos litúrgicos, não observam uma distinção de carnes - consequentemente, não há alimentos que consideramos “proibidos” durante estes dias, visto que confessamos alegremente que todas as coisas que Deus criou são boas e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças [1 Tm 4.4]. Contudo, a moderação na comida e bebida - algo que convém sempre praticar! - é seguramente fortalecida durante períodos em que praticamos a “redução” - ou seja, passamos fome um pouquinho. Além disso, visto que o objetivo da abstinência não é somente educar o corpo, mas muito mais proporcionar tempo extra para a oração e dinheiro para esmolas (o que você não comer naquele dia, você pode doar!), uma sugestão é passar o tempo do almoço ou café da manhã que você se absteve, orando a Litania e alguns Salmos, e aumentar propositadamente sua doação para caridade, especialmente para aquelas causas que visam alimentar os famintos.

Novamente, ao contrário de outras tradições litúrgicas, os luteranos com toda certeza não precisam consultar nenhum “pai espiritual” sobre tais assuntos - em vez disso, devotamente, intencionalmente e na sua liberdade cristã dada por Deus, adote qualquer prática que você acha que cairá bem para você nestes dias. Acima de tudo, organize a bagunça - crie algum oportunidade em sua vida durante estes dias de preparação para o Espírito Santo fazer a sua jubilosa obra através da Palavra e do Sacramento. Faça um esforço especial para comparecer aos cultos especiais. Em cada dia leia sua Escritura e aprecie a magnífica festa que a Igreja em seu amor coloca diante de você nestes dias santos. Você virá para a Festa de Natal com um coração sereno e alegre.

Dois avisos a alguns leitores: ortodoxos e católicos romanos não precisam dizer que isso está tudo errado. Sabemos o que pensam sobre tais assuntos. Deus abençoe o vosso próprio tempo de preparação, porém não nos prendemos às vossas observâncias, as quais nós absolutamente não confessamos.

Rev. William C. Weedon, diretor de Culto e capelão do Centro Internacional da Igreja Luterana – Sínodo Missouri. (Traduzido de Weedon's Blog, 26.11.2011)

Calendário Litúrgico - Ano A - 2013/2014

Estamos no limiar de um novo Ano da Igreja. Dentro da série trienal de leituras voltamos ao Ano A.

Explore toda a riqueza do ano litúrgico com esta tabela com os Domingos e Festividades, leituras bíblicas e cores para cada ocasião. É para uso no lar, nas orações em família, e nas paróquias!

Clique sobre a imagem abaixo para acessar:


As Velas e Coroa de Advento


O tradicional uso de velas de Advento (frequentemente colocadas sobre uma coroa) tem origem incerta. Alguns afirmam que surgiu no leste da Alemanha, antes mesmo da Reforma Luterana. Outros afirmam que surgiu no norte da Alemanha, no século XIX, para comemorar a chegada do Natal, a noite mais fria do ano. Mas certamente, a coroa redonda como nós a conhecemos hoje foi popularizada pelo teólogo e assistente social alemão Johann Hinrich Wichern (1808-1881), fundador de um lar de órfãos em Hamburgo. Em 1839, Wichern colocou quatro velas grandes e vinte pequenas ao redor de uma roda de carroça. Todos os dias uma vela era acesa, sendo que as velas grandes eram acesas aos domingos, como uma forma de ajudar as crianças a do orfanato a vivenciar o Advento.

Quando o costume entrou para as igrejas, a coroa ficou reduzida às quatro grandes velas dos domingos e tornou-se um dos símbolos mais populares usado pelos cristãos durante o período do Advento, tanto nas igrejas quanto nos lares. As velas acesas representam a vinda de Cristo como a luz do mundo (João 1.4-9). Uma vela é acesa em cada domingo do Advento até que a coroa esteja completamente iluminada no Natal.

Visto que o Advento expressa penitência, arrependimento e expectativa diante do retorno de nosso Senhor, o roxo da realeza do Rei que virá é a cor tradicional para este período, a mesma cor utilizada na Quaresma. No entanto, a partir de um costume que vem da Igreja Sueca, muitas igrejas utilizam neste período de Advento a cor azul, que expressa a esperança do retorno de Cristo no Último Dia, no mesmo céu em que um dia ele ascendeu. Por isso, é apropriado escolher as cores das velas de Advento de acordo com a cor dos paramentos utilizados (roxo ou azul).

De acordo com um costume que remonta à época da vigência exclusiva do lecionário histórico anual, muitas coroas de advento trazem uma das velas na cor rosa. Esta vela deve ser acesa no Domingo Gaudete, o Terceiro Domingo no Advento. “Gaudete” significa “Alegra-te!” em latim, e vem de Filipenses 4.4 (“Alegrai-vos! ... Perto está o Senhor”). Dessa forma, uma vela “rosa” que atenua o roxo, é usada para significar “alegria” e “regozijo” neste período com características penitenciais. Mais recentemente, costuma-se incluir também uma vela branca no meio da coroa, chamada de “vela de Cristo”, que é acesa na Véspera do Natal, no Dia de Natal ou também durante os doze dias de Natal (de 25 dezembro a 5 de janeiro).

Uma tradição muito mais recente costuma atribuir um nome e significado específico para as quatro velas do Advento, provavelmente originado em algumas publicidades que vendiam velas do Advento e livretos devocionais. A primeira vela, ou Vela da Profecia, simbolizaria a esperança e expectativa da vinda de Cristo na carne, conforme profetizada no Antigo Testamento. A segunda vela, ou Vela de Belém, recorda como Cristo apareceu em forma humana, humilde, nascendo de uma virgem na insignificante cidade de Belém. A terceira vela, ou Vela dos Pastores, recorda a alegria dos pastores quando partiram depois de terem visto o menino Jesus na manjedoura. A quarta vela é Vela dos Anjos, lembrando a milícia celestial que anunciou a boa nova do nascimento de nosso Salvador.

Evangelho do Dia – Festa de Santo André, Apóstolo

“O Chamado de São Pedro e Santo André” (c. 1603-1606), Caravaggio (1571-1610) 
Evangelho segundo S. João 1.35-42a

1.35   No dia seguinte, João estava outra vez ali com dois dos seus discípulos.
1.36   Quando viu Jesus passar, disse: — Aí está o Cordeiro de Deus!
1.37   Quando os dois discípulos de João ouviram isso, saíram seguindo Jesus.
1.38   Então Jesus olhou para trás, viu que eles o seguiam e perguntou: — O que é que vocês estão procurando? Eles perguntaram: — Rabi, onde é que o senhor mora? (“Rabi” quer dizer “mestre”.)
1.39   — Venham ver! — disse Jesus. Então eles foram, viram onde Jesus estava morando e ficaram com ele o resto daquele dia. Isso aconteceu mais ou menos às quatro horas da tarde.
1.40   André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois homens que tinham ouvido João falar a respeito de Jesus e por isso o haviam seguido.
1.41   A primeira coisa que André fez foi procurar o seu irmão Simão e dizer a ele: — Achamos o Messias. (“Messias” quer dizer “Cristo”.)
1.42   Então André levou o seu irmão a Jesus.

Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje (SBB)

Festa de Santo André, Apóstolo – 30 de novembro

Santo André, em Horas de Bona Sforza (c. 1517-1521), Gerard (c. 1465–1541) ou Lucas Horenbout (c. 1490 a 1495-1544)

Santo André, irmão de Simão Pedro, nasceu no vilarejo de Betsaida da Galileia. Originalmente um discípulo de São João Batista, André depois se tornou o primeiro dos discípulos de Jesus (João 1.35-40). Seu nome aparece regularmente nos Evangelhos próximo ao topo nas listas dos Doze. Foi ele quem apresentou pela primeira vez o seu irmão Simão a Jesus (João 1.41-42). Ele foi, no verdadeiro sentido, o primeiro missionário em sua casa, assim como o primeiro missionário aos estrangeiros (João 12.20-22). A tradição diz que André foi martirizado através da crucificação em uma cruz em forma de X. Em 357 d.C., o seu corpo teria sido levado para a Igreja dos Santos Apóstolos em Constantinopla e, posteriormente, removido para a catedral de Amalfi, na Itália. Séculos depois André se tornou o santo patrono da Escócia. O Dia de São André determina o início do Ano da Igreja Ocidental, já que o primeiro domingo do Advento é sempre no domingo mais próximo ao dia de Santo André.

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Ezequiel 3.16-21
† Salmo: Salmo 139.1-12 (antífona v. 17)
† Epístola: Romanos 10.8b-18
† Santo Evangelho: S. João 1.35-42a

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-Poderoso Deus, por tua graça, o apóstolo André obedeceu ao chamado de teu Filho para ser um discípulo. Concede-nos também seguir no coração e vida o mesmo Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009. p. 969)

29/11/2013

A justiça que vem da fé

Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé. (Hebreus 11.7)


O Sacrifício de Noé

"Sacrifício de Noé" (1847), Daniel Maclise (1811–1870)
Levantou Noé um altar ao SENHOR e, tomando de animais limpos e de aves limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar. E o SENHOR aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade; nem tornarei a ferir todo vivente, como fiz. Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite. (Gênesis 8.20-22)

A Arca de Noé

Você já viu este quadro em algum lugar?



Muitos lares cristãos tinham ou ainda têm uma reprodução desta pintura da "Arca de Noé".

Ela se encontra atualmente no Museu de Arte da Filadélfia (EUA) e foi produzida em 1846 pelo pintor americano Edward Hicks, que viveu de 1780 a 1849.

Oração do Dilúvio


Em 1523, Lutero publicou o Manual do Batismo (Taufbüchlein), basicamente, uma tradução da liturgia romana do Batismo, praticada na época em Wittenberg. Em 1526 Lutero publicou uma versão revisada do Taufbüchlein, onde se destaca esta Oração do Dilúvio (Sintflutgebet):

Onipotente eterno Deus, que de acordo com teu reto juízo condenaste o mundo incrédulo pelo dilúvio e, por tua grande misericórdia, conservaste o crente Noé e mais sete pessoas de sua família; que afogaste o endurecido Faraó com todos os seus, no mar Vermelho; que conduziste o teu povo Israel através do mesmo em terra seca, prefigurando, com isso, este banho do teu santo Batismo; e que, pelo Batismo de teu querido Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, consagraste e instituíste o Jordão e todas as águas como um dilúvio bem-aventurado e uma rica lavagem dos pecados: pedimos por essa mesma [lavagem] tua profunda misericórdia, que queiras olhar graciosamente para este N. e abençoá-lo com fé verdadeira no Espírito; para que, por meio deste dilúvio salvador, tudo o que lhe é inato desde Adão e que ele mesmo a isto acrescentou seja afogado nele e desapareça; que seja separado dentre o número dos descrentes, conservado seco e seguro na santa arca da cristandade, sirva sempre a teu nome, ardendo em Espírito e alegre em esperança; para que, junto com todos os crentes, ele se torne digno de alcançar vida eterna, de acordo com a tua promessa; por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

-- Martinho Lutero, O Manual do Batismo Traduzido para o Alemão Revisado, 1526 (OSel 7, 218-219)

Esta Grande Oração do Dilúvio é ainda hoje utilizada, de uma forma adaptada, no rito batismal de muitas Igrejas Luteranas, como aparece, por exemplo, no Lutheran Service Book (pág. 268-269) da Igreja Luterana - Sínodo Missouri (LCMS). A oração foi traduzida para o inglês por Thomas Cranmer nos Livros de Oração do Rei Eduardo VI (1549 e 1552) e também é utilizada na tradição anglicana.

Comemoração de Noé, Patriarca – 29 de novembro

“Noé e sua Arca” (após Charles Catton), 1819, Charles Willson Peale (1741-1827)
Noé, filho de Lameque (Gênesis 5.30), foi instruído por Deus a construir uma arca, na qual sua família iria encontrar proteção das águas destrutivas de um dilúvio devastador que Deus advertiu que viria. Noé construiu a arca e as chuvas desceram. A terra inteira foi inundada destruindo “toda substância que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal” (Gênesis 7.23). Depois que as águas do dilúvio baixaram, a arca repousou sobre o monte Ararate. Quando Noé certificou que estavam seguros, e Deus confirmou isso, ele e sua família e todos os animais desembarcaram. Depois Noé construiu um altar e ofereceu um sacrifício de ação de graças a Deus por ter salvado sua família da destruição. Um arco-íris no céu foi declarado por Deus para ser um sinal de sua promessa de que nunca mais um dilúvio semelhante destruiria a terra inteira (Gênesis 8.20-22; 9.8-17). Noé é lembrado e homenageado por sua obediência, crendo que Deus faria o que disse que faria.

LEITURAS:

† Salmo 29
† Gênesis 7.1-5, 11-12, 17-23
† 1 Pedro 3.18-22 ou Hebreus 11.1-3, 7; 12.1-2
† São Mateus 24.36-44

ORAÇÃO DO DIA:
Adaptada da Oração do Dilúvio (Sintflutgebet) do Dr. Lutero

Onipotente eterno Deus, que de acordo com teu reto juízo condenaste o mundo incrédulo pelo dilúvio e, por tua grande misericórdia, conservaste o crente Noé e mais sete pessoas de sua família. Concede que sejamos conservados seguros e protegidos na santa arca da Igreja Cristã, para que, junto com todos os crentes, sejamos declarados dignos de alcançar a vida eterna, de acordo com a tua promessa; por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009. p. 965-966)

28/11/2013

Evangelho do Dia - Ação de Graças


Evangelho segundo S. Lucas 17.11-19

17.11   Jesus continuava viajando para Jerusalém e passou entre as regiões da Samaria e da Galileia.
17.12   Quando estava entrando num povoado, dez leprosos foram se encontrar com ele. Eles pararam de longe
17.13   e gritaram: — Jesus, Mestre, tenha pena de nós!
17.14   Jesus os viu e disse: — Vão e peçam aos sacerdotes que examinem vocês. Quando iam pelo caminho, eles foram curados.
17.15   E, quando um deles, que era samaritano, viu que estava curado, voltou louvando a Deus em voz alta.
17.16   Ajoelhou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu.
17.17   Jesus disse: — Os homens que foram curados eram dez. Onde estão os outros nove?
17.18   Por que somente este estrangeiro voltou para louvar a Deus?
17.19   E Jesus disse a ele: — Levante-se e vá. Você está curado porque teve fé.

Bíblia Sagrada - Nova Tradução na Linguagem de Hoje (SBB)

Dia de Ação de Graças – 28 de novembro de 2013

“Virgem Maria em Oração” (1518), Albrecht Dürer (1471-1528) 
Louvamos a Deus por sustentar a vida em e através da sua Palavra

Nosso povo celebra com ação de graças pela colheita abundante da terra, pelos frutos do trigo e grãos, tudo sob o pálio da proteção do onipotente Deus. Mas “o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do Senhor” (Dt 8.1-10). A Igreja é o vaso através do qual a Palavra de Deus penetra o mundo com a sua Lei e Evangelho. É esta Palavra divina que proclama Jesus como a única fonte de vida, saúde e integridade. É Jesus quem cura os leprosos com sua palavra: “Ide e mostrai-vos aos sacerdotes” (Lc 17.11-19). Dos dez leprosos que foram limpos, apenas um volta para expressar ação de graças a Jesus. Mas a verdadeira gratidão procede de um coração sustentado pela fé. Jesus pede àquele samaritano: “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou”. Assim também, somos enviados do Culto Divino, encorajados em nossa fé batismal e bênção eucarística para sermos agradecidos em nossas circunstâncias tanto de fartura quanto de fome, tanto de abundância quanto de necessidade (Fp 4.6-20).

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Deuteronômio 8.1-10
† Salmo: Salmo 67 (antífona v. 7)
† Epístola: Filipenses 4.6-20 ou 1 Timóteo 2.1-4
† Santo Evangelho: S. Lucas 17.11-19

ORAÇÃO DO DIA:

Onipotente Deus, nosso Pai celestial, cujas misericórdias se renovam cada manha e que, apesar de não merecermos a tua bondade, provês abundantemente todas as necessidades do corpo e da alma, concede-nos, te rogamos, teu Espírito Santo, para que reconheçamos sinceramente a tua misericordiosa mercê para conosco, demos graça por todos os teus benefícios e te sirvamos com voluntária obediência; mediante Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive, e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos sem fim. Amém.

Graças dou por esta vida

Hino para o Dia de Ação de Graças

Graças dou por esta vida - Hinário Luterano, nº 222 (IELB)

1.Graças dou por esta vida,
pelo bem que revelou.
Graças dou por meu futuro
e por tudo que passou,
pelas bênçãos derramadas,
pela dor e, na aflição,
pelas graças reveladas;
graças dou por teu perdão.

2.Graças pelo azul celeste
e por nuvens que há também,
pelas rosas no caminho
e os espinhos que elas têm,
pela escuridão da noite,
pela estrela que brilhou,
pela prece respondida
e a esperança que falhou.

3.Pela cruz e o sofrimento
e a feliz ressurreição,
pelo amor que é sem medida,
pela paz no coração,
pela lágrima vertida
e o consolo que é sem par,
pelo dom da eterna vida —
sempre graças hei de dar.



Letra: "Tack, o Gud, för vad som varit" por August Ludvig Storm (1862-1914), em 5 de dezembro de 1891, no Stridsropet (Grito de Guerra), na Suécia.
Melodia: TACKSAEGELSE (1891), August Ludvig Storm (1862-1914)
Tradução para o português em 1961 por Alice Östergreen Denyszczuk (* 1922)


Graças dou por esta vida - Hinos dos Povos de Deus, nº 237 (IECLB)

1. Graças dou por esta vida, pelo bem que revelou.
Graças dou pelo futuro e por tudo que passou.
Pelas bênçãos derramadas, pela dor, pela aflição,
pelas graças reveladas, graças dou pelo perdão.

2. Graças pelo azul celeste e por nuvens que há também,
pelas rosas no caminho e os espinhos que elas têm;
pela escuridão da noite, pela estrela que brilhou,
pela prece respondida e a esperança que falhou.

3. Pela cruz e sofrimento e pela ressurreição,
pelo amor que é sem medida, pela paz no coração;
pela lágrima vertida e o consolo que é sem par,
pelo dom da eterna vida sempre graças hei de dar.

Letra: "Tack, o Gud, för vad som varit" por August Ludvig Storm (1862-1914), em 5 de dezembro de 1891, no Stridsropet (Grito de Guerra), na Suécia.
Melodia: TACK O GUD (Graças a Deus), 1910, Johannes Alfred Hultman (1861-1942)
Tradução: Alice Ostergreen Denyszczuk  (* 1922)


Letra original em sueco:

1. Tack min Gud för vad som varit,
Tack för allt vad du beskär.
Tack för tiderna som farit,
Tack för stund som inne är.
Tack för ljusa, varma vårar,
Tack för mörk och kulen höst.
Tack för redan glömda tårar,
Tack för friden i mitt bröst.

2. Tack för vad du uppenbarat,
Tack för vad jag ej förstår.
Tack för bön som du besvarat,
Tack för vad jag inte får.
Tack för livets hemligheter,
Tack för hjälp i nödens stund
Tack för nåd som ingen mäter,
Tack för blodets fridsförbund.

3. Tack för himmel blå i livet
Tack för moln du strött därpå.
Tack för solljus, av dig givet,
Tack för mörkret likaså.
Tack för prövningar och strider,
Tack för hopp som uppfyllts väl.
Tack för dagen som framskrider,
Tack för hopp som slagit fel.

4. Tack för rosorna vid vägen,
Tack för törnet ibland dem.
Tack för resta himlastegen,
Tack för evigt tryggat hem.
Tack för kors och tack för plåga,
Tack för himmelsk salighet.
Tack för stridens klara låga,
Tack för allt i evighet!.

Primeiro Domingo no Advento (Ano A) – 1º de dezembro de 2013

"Entrada em Jerusalém" (c. 1620), Pedro Orrente (c. 1580-1644)
O Senhor vem em mansidão e humildade para nos salvar agora

O Senhor Jesus entra em Jerusalém “humilde e assentado sobre uma jumenta”, sendo carregado em um “animal de carga” (Mt 21.5), assim como ele próprio carrega os pecados do mundo em seu corpo. Agora, ele vem pelo Ministério do Evangelho para nos salvar do pecado, da morte, do diabo e do inferno. Por isso, cantamos: “Bendito o que vem em nome do Senhor!" (Mt 21.9). Pois somos chamados "ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó”, sua santa Igreja, “para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas" (Is 2.3). Pela Sua Palavra, “andemos na luz do Senhor” (Is 2.5). Isso é viver no amor, o qual “não faz mal ao próximo” (Rm 13.10). “Rejeitemos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz”, pois “a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos" (Rm 13.11, 12). Consequentemente, toda a vida cristã é um tempo de acordar e vigiar, “porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt 24.42).

Cor litúrgica: Azul ou Roxa

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 2.1-5
† Salmo: Salmo 122 (antífona v. 6)
† Epístola: Romanos 13. (8-10) 11-14
† Santo Evangelho: S. Mateus 21.1-11 ou S. Mateus 24.36-44

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Jesus, rogamos que venhas com o teu poder para que sejamos libertados dos nossos pecados, que ameaçam nos separar de ti, e salvos por tua poderosa libertação, pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

27/11/2013

Ló na arte renascentista

"Ló e suas filhas" (1528-30), Lucas Cranach, o Velho (1472-1553)

A temática de Ló e suas filhas desfrutava de grande popularidade no início do século XVI. O pintor luterano Lucas Cranach, o Velho (1472-1553), pintou pelo menos oito versões desta cena. A característica singular desta versão (1528-30), proveniente do mosteiro Premonstratense de Nová Øiše, é o desenho do fundo, ilustrando uma paisagem extensa com árvores, encostas e as duas cidades condenados à destruição.

A história de Ló: Ló, progenitor dos moabitas e amonitas (Gênesis 19.30-38)

“Ló e suas filhas” (1652), Guercino (Giovanni Francesco Barbieri, 1591-1666)
19.30   Ló teve medo de ficar morando em Zoar e por isso foi para as montanhas, junto com as duas filhas. Ali os três viviam numa caverna.
19.31   Certo dia a filha mais velha disse à mais nova: — O nosso pai já está ficando velho, e não há nenhum outro homem nesta região. Assim não podemos casar e ter filhos, como é costume em toda parte.
19.32   Venha cá, vamos dar vinho a papai até que fique bêbado. Então nós nos deitaremos com ele e assim teremos filhos dele.
19.33   Naquela mesma noite elas deram vinho ao pai, e a filha mais velha teve relações com ele. Mas ele estava tão bêbado, que não percebeu nada.
19.34   No dia seguinte a filha mais velha disse à irmã: — Eu dormi ontem à noite com papai. Vamos embebedá-lo de novo hoje à noite, e você vai dormir com ele. Assim, nós duas teremos filhos com ele e conservaremos a sua descendência.
19.35   Nessa noite tornaram a dar vinho ao pai, e a filha mais nova teve relações com ele. De novo ele estava tão bêbado, que não percebeu nada.
19.36   Assim, as duas filhas de Ló ficaram grávidas do próprio pai.
19.37   A mais velha teve um filho, a quem deu o nome de Moabe. Ele foi o pai dos moabitas de hoje.
19.38   A mais nova também teve um filho e pôs nele o nome de Ben-Ami. Ele foi o pai dos amonitas de hoje.

Fonte: Bíblia Sagrada - Nova Tradução na Linguagem de Hoje (SBB)

A história de Ló: A destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19.22-29)

“Sodoma e Gomorra” (1597), Gillis Mostaert (c. 1534-1598)
19.22   Agora vá depressa, pois eu não poderei fazer nada enquanto você não chegar lá. Ló tinha dito que a cidade era bem pequena, e por isso ela recebeu o nome de Zoar.
19.23   Ló chegou a Zoar depois que o sol já havia saído.
19.24   De repente, lá do céu, o SENHOR Deus fez chover fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra.
19.25   Ele destruiu essas duas cidades, e também todo o vale e os seus moradores, e acabou com todas as plantas e árvores daquela região.
19.26   E aconteceu que a mulher de Ló olhou para trás e virou uma estátua de sal.
19.27   No dia seguinte Abraão se levantou de madrugada e foi até o lugar onde havia falado com Deus, o SENHOR.
19.28   Abraão olhou na direção de Sodoma, de Gomorra e de todo o vale e viu que da terra subia fumaça, como se fosse a fumaça de uma grande fornalha.
19.29   Foi assim que Deus destruiu as cidades do vale. Mas ele pensou em Abraão e fez com que Ló escapasse da destruição das cidades onde havia morado.

Fonte: Bíblia Sagrada - Nova Tradução na Linguagem de Hoje (SBB)

A história de Ló: Ló deixa Sodoma com sua família (Gênesis 19.12-21)

“Ló deixando Sodoma”, xilogravura em Crônica de Nuremberg (1493)
19.12   Então os visitantes disseram a Ló: — Tem mais gente sua aqui? Pegue os seus filhos, as suas filhas, os seus genros e outros parentes que você tiver na cidade e tire todos daqui,
19.13   pois nós vamos destruir este lugar. O SENHOR Deus tem ouvido as terríveis acusações que há contra essa gente e por isso nos mandou para destruirmos Sodoma.
19.14   Então Ló saiu e foi falar com os homens que iam casar com as suas filhas. Ele disse: — Arrumem-se depressa e saiam daqui porque o SENHOR vai destruir a cidade! Mas eles pensaram que Ló estivesse brincando.
19.15   De madrugada os anjos insistiram com Ló, dizendo: — Arrume-se depressa, pegue a sua mulher e as suas duas filhas e saia daqui, para que vocês não morram quando a cidade for destruída.
19.16   E, como ele estava demorando, os anjos pegaram pela mão Ló, a sua mulher e as suas filhas e os levaram para fora da cidade, pois o SENHOR teve compaixão de Ló.
19.17   Então um dos anjos disse a Ló: — Agora corra e salve a sua vida! Não olhe para trás, nem pare neste vale. Fuja para a montanha; se não, você vai morrer.
19.18   Mas Ló respondeu: — Senhor, não me obrigue a fazer isso, por favor!
19.19   O senhor me fez um grande favor e teve pena de mim, salvando a minha vida. Mas a montanha fica muito longe daqui, e a destruição vai me alcançar e acabar comigo antes que eu chegue lá.
19.20   Está vendo aquela cidadezinha ali? Ela fica perto. Deixe que eu fuja para lá a fim de salvar a minha vida. Veja que é uma cidade bem pequena.
19.21   Então o anjo disse: — Está bem; concordo. Eu não destruirei aquela cidade.

Fonte: Bíblia Sagrada - Nova Tradução na Linguagem de Hoje (SBB)

A história de Ló: Ló recebe anjos em sua casa (Gênesis 19.1-11)

A hospitalidade de Ló, Hans I Collaert (1525/30-1580)
19.1   Estava anoitecendo quando os dois anjos chegaram a Sodoma. Ló estava sentado perto do portão de entrada da cidade. Quando viu os anjos, levantou-se e foi recebê-los. Ajoelhou-se, encostou o rosto no chão
19.2   e disse: — Senhores, estou aqui para servi-los; por favor, aceitem o meu convite e venham se hospedar na minha casa. Os senhores podem lavar os pés e passar a noite ali. Depois se levantarão bem cedo e continuarão a sua viagem. Eles disseram: — Não; nós vamos passar a noite na praça.
19.3   Mas Ló insistiu tanto, que eles aceitaram e foram com ele para a sua casa. Ló mandou preparar um bom jantar e assar pães sem fermento. E os visitantes jantaram.
19.4   Mas, antes que eles fossem dormir, todos os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, cercaram a casa.
19.5   Eles chamaram Ló e perguntaram: — Onde estão os homens que entraram na sua casa esta noite? Traga-os aqui fora para nós, pois queremos ter relações com eles.
19.6   Ló saiu para falar com os homens. Ele fechou bem a porta
19.7   e disse: — Por favor, meus amigos, não cometam esse crime!
19.8   Prestem atenção! Tenho duas filhas que ainda são virgens. Vou trazê-las aqui fora para vocês. Façam com elas o que quiserem. Porém não façam nada com esses homens, pois são meus hóspedes, e eu tenho o dever de protegê-los.
19.9   Mas eles responderam: — Saia da nossa frente! E diziam uns aos outros: — Esse homem é estrangeiro e quer mandar em nós! Depois, virando-se para Ló, disseram: — Pois agora vamos fazer com você pior ainda do que íamos fazer com os seus hóspedes. Os homens de Sodoma se atiraram contra Ló e chegaram perto da porta para arrombá-la.
19.10   Mas os visitantes pegaram Ló, e o puxaram para dentro da casa, e fecharam a porta.
19.11   Em seguida eles fizeram que os homens, tanto os moços como os velhos, que estavam do lado de fora, ficassem cegos; e assim não conseguiram encontrar a porta.

Fonte: Bíblia Sagrada - Nova Tradução na Linguagem de Hoje (SBB)

Comemoração de Ló, o Justo – 27 de dezembro

“A fuga de Ló e sua família de Sodoma” (c. 1618-20), Jacob Jordaens (1593-1678)
Ló, um homem justo entre injustos, vivia em Sodoma com sua esposa e duas filhas. O crente Abraão perguntou a Deus: “Destruirás também o justo com o ímpio?”(Gn 18.23). Deus respondeu ao fiel Abraão que não só não destruiria o justo, mas que se houvessem dez justos na cidade, ele pouparia toda a cidade por amor dos dez. No entanto, apenas um homem justo foi encontrado em Sodoma - Ló - e era um estrangeiro. Assim como antes do dilúvio havia apenas um homem justo no mundo, Noé, assim também antes da destruição de Sodoma havia apenas um homem justo naquela cidade, Ló. Ló foi semelhante ao seu tio Abraão em todas as virtudes, notadamente na sua obediência a Deus e na sua hospitalidade. Os sodomitas o odiavam por ser um estrangeiro e ainda mais por ser um homem justo. “Meus irmãos, rogo-vos que não façais mal” (Gn 19.7), Ló exortou. Ele chamou as pessoas corruptas de seus irmãos, a fim de acalmá-las e lembrá-las de não cometer o mal, a fim de salvá-las. Mas suas palavras fraternas provocaram ainda mais a ira deles. Ló foi achado digno de ter anjos de Deus lhe visitando e livrando daquela cidade corrupta cujos pecados clamavam a Deus. Os réprobos, então, atacaram a casa de Ló para profanar a santidade da hospitalidade. Ló lhes implorou: “Meus irmãos, rogo-vos que não façais mal” (Gn 19.7). Mas como poderiam dar ouvidos a um homem se não temiam a Deus? Por isso os anjos de Deus os castigaram com cegueira: “e feriram de cegueira aos que estavam fora, desde o menor até ao maior” (Gn 19.11). Em seguida, os anjos levaram Ló da cidade dos injustos e choveu enxofre e fogo sobre a cidade. Assim, a cidade do pecado pereceu e um homem justo na cidade foi salvo. “Um único filho temente a Deus vale mais do que mil filhos ímpios” (Eclesiástico 16.3).

LEITURAS:

† Gênesis 19.1-30
† 2 Pedro 2.6-8
† São Lucas 17.20-32

26/11/2013

O Período de Advento

Culto de Advento em 2012, na Historic Trinity Lutheran Church - LCMS (Detroit, EUA)
O Advento

O Ano da Igreja começa com o Advento, período de preparação antes do Natal, iniciando no domingo mais próximo ao dia de Santo André, 30 de novembro, ou no quarto domingo antes do Natal. Este primeiro domingo do Advento não cede lugar a qualquer outra festa, mas os outros domingos do Advento podem ser substituídos por uma festa maior, como a festa da Dedicação da Igreja.

Todos os três “adventos” de Cristo são mencionados nos próprios do Advento: seu advento na “plenitude do tempo”, seu advento em sua Palavra e Sacramentos e seu advento no final dos tempos.

Embora este período seja penitencial, não é tão austero quanto a Quaresma. Durante este período, o Benedictus é dito no lugar Te Deum como o cântico dominical nas Matinas; o Gloria in Excelsis é omitido, exceto nos dias festivos; as flores não são colocadas sobre o altar, exceto no Terceiro Domingo (Gaudete) e em dias festivos; e o órgão é usado apenas para acompanhar a congregação e o coro. A Coleta para o Primeiro Domingo de Advento é dita após a Coleta do Dia em todos os cultos. Em Dias de Santos, a Coleta para o domingo anterior é adicionado como um memorial. Iniciando em 17 de dezembro, as grandes “Antífonas do Ó” são ditas antes e depois do Magnificat nas Vésperas e os sufrágios das Vésperas são omitidos. No Domingo, Segunda e Terça-feira Gaudete, paramentos de cor rosa podem ser usados no lugar dos paramentos de cor roxa.

A coroa de Advento

A iluminação de uma coroa do Advento, durante o período de Advento é uma cerimônia cristã que chegou até nós desde o tempo de Martinho Lutero. Assim como antes do nascimento de Cristo a luz da profecia a respeito de seu advento e sua obra redentora tornou-se cada vez mais brilhante, assim também, quanto mais perto nos aproximamos no Ano da Igreja da festa de sua Natividade, maior a quantidade de luz a brilhar na coroa de Advento. Esta cerimônia é útil para lembrar, examinar e ensinar o significado do Advento. A coroa de Advento pode ser feita com ramos verdes entrelaçados num aro de metal ou de madeira, formando, assim, uma coroa. A coroa pode ser pendurada no teto ou colocada sobre um pedestal. Um lugar apropriado para ela na igreja é diante do altar, pendurada no teto numa altura suficiente para caminhar embaixo. Por outro lado, ela pode ser colocada no lado norte ou sul do presbitério, preferencialmente no lado norte.

No ofício das Vésperas no sábado antes do Primeiro Domingo do Advento e em todos os cultos ao longo da semana até a Véspera do próximo Domingo, uma vela é acesa. Na semana seguinte, duas, na terceira semana três, e na quarta semana até a Véspera de Natal, quatro. Ela é removida antes da Primeira Véspera do Natal. Uma profecia messiânica apropriada pode ser lida ao acender a coroa ou em uma das leituras nos ofícios diários.

Fonte: LANG, Paul H. D. Ceremony and Celebration. Saint Louis: Concordia Publishing House, 1965. p. 153-154.

25/11/2013

Aquele que deseja crer...

"A dúvida de Tomé", por Guercino (Giovanni Francesco Barbieri, 1591-1666)



"Aquele que deseja crer, já é crente."

-- C. F. W. Walther (1811-1887), A Correta Distinção entre Lei e Evangelho (Porto Alegre: Ed. Concórdia, 2005. p. 181)

24/11/2013

Evangelho Dominical - Último Domingo do Ano da Igreja

Ícone da Parábola das Dez Virgens
Evangelho segundo S. Mateus 25.1–13

25.1   Jesus disse: — Naquele dia o Reino do Céu será como dez moças que pegaram as suas lamparinas e saíram para se encontrar com o noivo.
25.2   Cinco eram sem juízo, e cinco eram ajuizadas.
25.3   As moças sem juízo pegaram as suas lamparinas, mas não levaram óleo de reserva.
25.4   As ajuizadas levaram vasilhas com óleo para as suas lamparinas.
25.5   Como o noivo estava demorando, as dez moças começaram a cochilar e pegaram no sono.
25.6   — À meia-noite se ouviu este grito: “O noivo está chegando! Venham se encontrar com ele!”
25.7   — Então as dez moças acordaram e acenderam as suas lamparinas.
25.8   Aí as moças sem juízo disseram às outras: “Deem um pouco de óleo para nós, pois as nossas lamparinas estão se apagando.”
25.9   — “De jeito nenhum”, responderam as moças ajuizadas. “O óleo que nós temos não dá para nós e para vocês. Se vocês querem óleo, vão comprar!”
25.10   — Então as moças sem juízo saíram para comprar óleo, e, enquanto estavam fora, o noivo chegou. As cinco moças que estavam com as lamparinas prontas entraram com ele para a festa do casamento, e a porta foi trancada.
25.11   — Mais tarde as outras chegaram e começaram a gritar: “Senhor, senhor, nos deixe entrar!”
25.12   — O noivo respondeu: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eu não sei quem são vocês!”
25.13   E Jesus terminou, dizendo: — Portanto, fiquem vigiando porque vocês não sabem qual será o dia e a hora.

Bíblia Sagrada - Nova Tradução na Linguagem de Hoje (SBB)

Último Domingo do Ano da Igreja – 24 de novembro de 2013

“Cinco virgens prudentes e cinco néscias” (1700), Godfried Schalcken (1643-1706)
Pela fé somos preparados para o retorno de Cristo

O Dia do Senhor virá como um ladrão, na calada da noite” (1 Tessalonicenses 5.1-11). A chegada do noivo será repentina e inesperada. Por isso você deve estar vigilante e pronto, como as cinco virgens prudentes, “porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir” (S. Mateus 25.1-13). As lâmpadas são a Palavra de Cristo. O óleo nas lâmpadas é o Espírito Santo, que opera através da Palavra para criar e manter a chama da fé em Cristo. Os insensatos são aqueles que não dão a devida atenção para a obra do Espírito Santo no batismo, na pregação e na ceia, e assim a sua fé não resiste. Os sábios, porém, são aqueles que diligentemente atendem a estes dons do Espírito e que, portanto, têm uma abundância de óleo. A chama da fé resiste até o fim. Pela graça de Deus, eles são recebidos na festa eterna do casamento do Cordeiro em seu reino, os novos céus e a nova terra criada pelo Senhor para a alegria de seu povo (Isaías 65.17-25).

LEITURAS:
Lecionário Anual

Antigo Testamento: Isaías 65.17–25
Salmo: Salmo 149 (antífona. v. 2)
Epístola: 1 Tessalonicenses 5.1–11
Santo Evangelho: S. Mateus 25.1–13

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, oramos para que envies o teu Filho a fim de levar para casa tua noiva, a Igreja, para que, juntamente com todos os redimidos, possamos finalmente entrar na sua eterna festa de casamento; mediante Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos sem fim. Amém.

23/11/2013

Humildade de coração


Com efeito, Cristo pertence aos que são humildes de coração e não aos que se elevam acima do Seu rebanho. O cetro da majestade de Deus (cf. Hb 1.8), o Senhor Jesus Cristo, não veio acompanhado pela vaidade nem pelo orgulho ─ e no entanto poderia fazê-lo ─, mas pela humildade de coração, como o Espírito Santo tinha dito acerca d’Ele: "Quem acreditou no Nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do Senhor? O servo cresceu diante do Senhor como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza. Vimo-Lo sem aspecto atraente" (Is 53.1-3). [...] Vedes assim, bem-amados, o modelo que vos foi dado. Se o Senhor Se humilhou desta maneira, que deveremos fazer nós, a quem Ele permitiu que caminhemos sob o jugo da Sua graça?

-- São Clemente de Roma (Epístola aos Coríntios, 14-16)

Comemoração de Clemente de Roma, Pastor – 23 de novembro

“Martírio de São Clemente” (1498-1501), Bernardino Fungai (1460–1516)

Clemente (c. 35-100 d. C.) é lembrado por ter estabelecido o modelo de autoridade apostólica que governou a Igreja cristã durante os séculos I e II. Também insistiu em manter Cristo no centro da adoração e evangelização da Igreja. Em uma carta aos cristãos de Corinto, ele enfatizou a centralidade da morte e ressurreição de Jesus: “Tenhamos os olhos fixos no sangue de Cristo, e compreendamos como é precioso ao seu Pai. Derramado pela nossa salvação, trouxe ao mundo a graça do arrependimento” (1 Clemente 7.4). Até sofrer o martírio por afogamento, Clemente demonstrou um constante amor, como o de Cristo, pelo povo redimido de Deus, servindo de inspiração para as futuras gerações continuarem a construir a Igreja sobre o fundamento dos profetas e apóstolos, com Cristo como única pedra angular.

LEITURAS:

† Salmo 78.3-7 ou 85.8-13
† 2 Timóteo 2.1-7
† São Lucas 6.37-45

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, teu servo Clemente de Roma, chamou a Igreja de Corinto ao arrependimento e à fé para uni-los no amor cristão. Concede que tua Igreja esteja ancorada na tua verdade, pela presença do Espírito Santo e mantida irrepreensível no teu serviço até a vinda de nosso Senhor Jesus, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concórdia Publishing House, 2009. p. 944)

22/11/2013

50 anos da morte de C. S. Lewis


Num 22 de novembro, há cinquenta anos atrás, C. S. Lewis passava desta vida terrena para a celestial.
Ainda hoje seu legado continua a dar frutos nos livros infantis e de teologia que escreveu, colocando diante de nossos olhos, leituras agradáveis e simples sobre temas tão evitados, como a realidade do sofrimento humano.

O que você recorda de Lewis e sua obra neste dia?

Comemoração de Cecília, Mártir - 22 de novembro


“Santa Cecília com um Anjo”(1618-1621), Orazio Gentileschi (1563–1639)
Santa Cecília tem seu nome ligado à música sacra devido a um relato de que cantava a Deus na ocasião de seu martírio. Por muito tempo se supôs que Cecília teria sido uma senhora nobre de Roma que, com seu marido Valeriano, seu irmão Tibúrcio, e um soldado romano chamado Máximo, sofreu o martírio, c. 230, sob o imperador Alexandre Severo. No entanto, pesquisas parecem confirmar a afirmação do bispo de Poitiers, Venâncio Fortunato (c. 530-c. 600/609), de que ela tenha sido martirizada entre 176 e 180, na Sicília, sob o imperador Marco Aurélio. Cecília fora dada em casamento, contra a sua vontade, a um jovem pagão chamado Valeriano. Através do testemunho dela, seu marido converteu-se e recebeu o batismo. Valeriano, por sua vez, trouxe o irmão Tibúrcio à fé cristã. Turcius Almachius, prefeito de Roma, tomou conhecimento da conversão do dois irmãos e citou-os perante o tribunal, exigindo que abandonassem a fé cristã. Diante da recusa, foram condenados à morte e decapitados. Os oficiais do prefeito tentaram matar Cecília com água fervente. No entanto, a tentativa falhou e ela foi decapitada.

LEITURAS:

† Salmo 150 
† Apocalipse 15.1-4
† S. Lucas 10.38-42

ORAÇÃO DO DIA:

Gracioso Deus, tua bem-aventurada mártir Cecilia cantou em seu coração para fortalecimento do testemunho a ti. Nós te damos graças pelos músicos que tens dotado com a chama do Pentecoste e oramos para que possamos nos unir com eles no cântico de louvor da criação até que, ao fim possamos, com Cecília e todos os teus santos, participar do cântico dos redimidos pelo nosso Salvador Jesus Cristo; que contigo e o Espírito Santo vive e reina, um só Deus, na glória eterna. Amém.

20/11/2013

A Santa Absolvição

A repreensão de Natã e a penitência do rei Davi (Saltério Parisiense, folio 136v, século X).
Os luteranos praticam a absolvição baseados nos seguintes fatores:

1. Cristo, o Filho de Deus, tomou sobre si e atribuiu a si todos os pecados de cada um dos pecadores, considerando-os como sendo seus próprios pecados. Por esse motivo João Batista aponta para Cristo, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29)

2. Cristo, através de sua vida humilde, seu sofrimento, crucificação e morte, apagou e adquiriu remissão para todos os pecados. Nenhum homem foi excluído deste plano, desde Adão até o último que vier a nascer sobre a face da terra.

3. Ressuscitando a Jesus dentre os mortos, Deus Pai confirmou, colocou o selo da aprovação sobre a obra reconciliatória e redentora realizada por Cristo sobre a cruz. Através da ressurreição de Cristo, Deus declarou: “Sobre a cruz este meu Filho clamou: ‘Está consumado’; e eu agora anuncio: ‘Está consumado de fato!’ Vocês pecadores estão salvos. Há perdão de pecados para todos. O perdão já é uma realidade; não lhes resta mais nada a fazer”.

4. Cristo ordenou que se pregasse o evangelho a toda a criatura. Ordenou também que se pregasse perdão de pecados a todos os homens e que se lhes levasse a boa notícia: “Tudo o que é necessário para a salvação de vocês já foi feito. Se vocês perguntam: ‘que devemos fazer para que sejamos salvos?’ então lembrem-se de que tudo já foi feito. Nada mais resta a fazer. Basta que vocês creiam que tudo isto foi feito por vocês, e vocês serão salvos”.

5. Cristo não apenas ordenou que seus apóstolos e sucessores de ofício pregassem o evangelho e o perdão dos pecados em geral, mas, também, que anunciassem este doce conforto: “Você está reconciliado com Deus” a indivíduos que desejam ouvi-lo em particular. Porque, se o perdão de pecados foi adquirido para todos, então ele também o foi para cada um individualmente. Se eu posso oferecê-lo para todos, posso igualmente oferecê-lo a cada um em particular. Não somente posso fazê-lo; foi-me ordenado que o fizesse. Caso me negar a fazê-lo, serei um servo de Moisés e não um servo de Jesus Cristo.

6. Agora que o perdão dos pecados já foi adquirido, não somente o pastor está de modo especial incumbido de sua proclamação; cada cristão, homem ou mulher, adulto ou criança, tem a incumbência de fazê-lo. A absolvição anunciada por uma criança é tão segura como a absolvição de S. Pedro, sim, tão certa como a absolvição do próprio Cristo, caso ele novamente estivesse de modo visível diante dos homens para anunciar: “Seus pecados estão perdoados”. Não há diferença alguma; o que importa não é o que o homem pode fazer, mas o que já foi feito por Cristo.

A remissão dos pecados não se fundamenta nalgum poder misterioso do pastor, mas sim, no fato de que Cristo, muito tempo atrás, tirou os pecados do mundo, e que agora cada um está incumbido de falar a seu semelhante a respeito disto.

-- C. F. W. Walther (1811-1887), Lei e Evangelho (edição condensada por Walter C. Pieper), pág. 37-38.

19/11/2013

Castelo de Wartburg: moradia de Santa Isabel e do Bem-aventurado Martinho Lutero

Castelo de Wartburg em Eisenach (Alemnha). Foto de Robert Scarth (2006)
O Castelo de Wartburg, localizado em Eisenach, na Alemanha, e um patrimônio histórico da humanidade desde 1999, está intimamente ligado à história do povo germânico e também do cristianismo ocidental em virtude de duas personalidades que ali viveram por um breve tempo: o reformador Martinho Lutero e a princesa Isabel da Hungria. Estes dois cristãos fiéis e dedicados à Deus, deixaram no Wartburg como testemunho de seus legados, a caridade cristã e a tradução da Bíblia.

Entre 1521 e 1522 o reformador Martinho Lutero foi abrigado no Castelo por motivos de segurança. Lutero retornava para Wittenberg após a Dieta de Worms em que defendera suas ideias. Apesar de ter salvo conduto que lhe garantia proteção imperial para o retorno, amigos de Lutero o “sequestraram” na floresta da Turíngia e o levaram ao Castelo do Wartburg do príncipe-eleitor Frederico, o Sábio, onde passou cerca de um ano. Lá, ele deixou o cabelo e a barba crescer, vivendo sob o pseudônimo de “Junker Jörg” (cavaleiro Jorge).

Enquanto estava no Castelo, o imperador Carlos V promulgou o Edito de Worms que declarava Lutero proscrito e proibia que alguém o protegesse ou se comunicasse com ele. Do Wartburg, Lutero enviou cartas aos amigos, sem, porém, dizer onde ficava o local que chamava, entre outras designações, de “ilha de Patmos”. No Castelo Lutero produziu os importantes escritos Sobre os votos monásticos; Meditação sobre os Salmos de Penitência; e parte da Kirchenpostille (Postila da Igreja). No entanto, sua obra mais importante feita no Castelo de Wartburg, foi a tradução do Novo Testamento grego para o alemão, em apenas onze semanas.

Embora não haja registro histórico deste fato, esta pintura de Hugo Vogel (1855–1934) ilustra "Martinho Lutero pregando no Wartburg com sua tradução da Bíblia"
Lutero só retornou a Wittenberg no dia 6 de março de 1522, onde passou o restante de sua vida. Entre os cômodos do Castelo há a Vogtei (casa da gestão comunitária) onde ainda hoje fica a Sala de Lutero (Lutherstube).

Sala de Lutero em Wartburg, em foto tirada entre os anos 1890 e 1900
Quase trezentos anos antes da estadia de Lutero no Wartburg, Isabel da Hungria passou a viver ali entre os anos de 1211 a 1227.  O Castelo que havia sido construído por volta de 1067, era a sede do Ducado da Turíngia e local onde vivia a corte da dinastia Ludovíngia. Isabel, que era a filha do rei André II da Hungria, estava prometida em matrimônio ao futuro landgrave da Turíngia, Luís IV.

Em 1211, aos quatro anos de idade, Isabel foi levada para o Castelo de Wartburg, a fim de ser educada na família de seu futuro esposo. Em 1217, Luís se tornou o governante da Turíngia e em 1221 foi o casamento, quando Isabel tinha ainda 14 anos de idade. Em 1227 Isabel ficou viúva em virtude da morte de seu marido, vitimado pela pesta quando se encontrava na localidade italiana de Otranto, numa Cruzada rumo a Jerusalém. Isabel deixou a corte no Wartburg e passou a viver em Marburgo, em Hesse.

Mesmo sendo muito jovem, Isabel se opunha à pompa da corte no Wartburg. Alimentava e vestia os necessitados que batiam à porta do Castelo e, quando saía de lá, ia juntamente com suas criadas até a moradia dos pobres, distribuindo parte dos fundos destinados ao banquete da corte. No ano de 1226, quando uma grave fome assolava a região, Isabel abriu os celeiros do Castelo para alimentar a população doente e cuidou pessoalmente dos doentes no hospital que mandara construir no sopé do Wartburg. Isabel da Hungria é lembrada como símbolo da caridade cristã tanto para católicos romanos quanto luteranos da Alemanha.

"A Caridade de Sta. Isabel da Hungria" (1895), de Edmund Leighton (1853–1922), retrata  Isabel dando comida aos pobres na porta do Castelo
De acordo com o Rev. Paul T. Mccain (editor da Concordia Publishing House), uma boa parte da arte que hoje existe no interior do castelo é dedicada à memória e obra de Isabel. De fato, a Câmara de Isabel (Elisabethkemenate) está decorada com mosaicos nos estilos neobizantino e Art Nouveau, feitos por August Oetken (1868-1951), bem como no Salão dos Menestréis (Sängersaal) há pinturas de Moritz von Schwind (1804-1871) ilustrando a vida e obra de Santa Isabel.

Câmara de Isabel (Elisabethkemenate)

Comemoração de Isabel da Hungria – 19 de novembro

“Santa Isabel da Hungria” (1882), Sándor Liezen-Mayer (1839-1898)
Nascida em Pressburgo, Hungria, no ano de 1207, Isabel era filha do rei André II e sua esposa Gertrudes. Dada como noiva num casamento político arranjado, Isabel se tornou esposa de Luís da Turíngia, na Alemanha, aos 14 anos de idade. Ela tinha um espírito de generosidade e caridade cristã e a casa que ela estabeleceu para o marido e os três filhos no Castelo de Wartburg em Eisenach era conhecida pela hospitalidade e amor familiar. Isabel supervisionava frequentemente o cuidado dos doentes e necessitados e chegou a dar sua cama para um leproso certa vez. Viúva aos 20 anos, ela deixou provisões para seus filhos e levou uma vida austera como freira da Ordem de São Francisco. Seu desprendimento a levou a uma debilitante saúde e à morte precoce em 1231 com a idade de 24 anos. Lembrada por seu modo abnegado, Isabel é comemorada pelos inúmeros hospitais em todo o mundo que levam seu nome.

LEITURAS:

† Salmo 146.4-9 ou 112.1-9
† Tobias 12.6b-9
† São Mateus 25.31-40 ou São Lucas 12.32-34

ORAÇÃO DO DIA:

Poderoso Rei, cuja herança não é deste mundo, incute em nós a humildade e a benevolente caridade de Isabel da Hungria. Ela rejeitou sua adornada coroa ao contemplar aquela de espinhos que seu Salvador usou por amor dela e nosso, para que nós também possamos viver uma vida de sacrifício, agradável a teus olhos e digna do nome de teu Filho, Jesus Cristo, que com o Espírito Santo reina contigo para sempre no reino eterno. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (Concordia Publishing House, p. 929)

17/11/2013

Evangelho Dominical – Vigésimo Quinto Domingo após Trindade

"Juízo Final" (1605-10), Hieronymous Francken II (1578-1623)

Evangelho segundo S. Mateus 24.15–28

24.15   E Jesus continuou: — Vocês verão no Lugar Santo “o grande terror”, de que falou o profeta Daniel. (Que o leitor entenda o que isso quer dizer!)
24.16   Então, os que estiverem na região da Judeia, que fujam para os montes.
24.17   Quem estiver em cima da sua casa, no terraço, que fuja logo e não entre para pegar as suas coisas.
24.18   E quem estiver no campo, que não volte para casa a fim de buscar as suas roupas.
24.19   Ai das mulheres grávidas e das mães com criancinhas naqueles dias!
24.20   Orem a Deus para que vocês não tenham de fugir no inverno ou no sábado.
24.21   Porque naqueles dias haverá um sofrimento tão grande como nunca houve desde que Deus criou o mundo; e nunca mais acontecerá uma coisa igual.
24.22   Porém Deus diminuiu esse tempo de sofrimento. Se não fosse assim, ninguém seria salvo. Mas, por causa do povo que Deus escolheu para salvar, esse tempo será diminuído.
24.23   — Portanto, se alguém disser para vocês: “Vejam! O Messias está aqui” ou “O Messias está ali”, não acreditem.
24.24   Porque aparecerão falsos profetas e falsos messias, que farão milagres e maravilhas para enganar, se possível, até o povo escolhido de Deus.
24.25   Prestem atenção! Eu estou lhes dizendo tudo isso, antes que aconteça.
24.26   — E, se disserem: “Vejam! Ele está no deserto”, não vão lá. Ou ainda: “Vejam! Ele está escondido aqui”, não acreditem.
24.27   Porque, assim como o relâmpago risca o céu, do nascente até o poente, assim será a vinda do Filho do Homem.
24.28   — Onde estiver o corpo de um morto, aí se ajuntarão os urubus.

Vigésimo Quinto Domingo após Trindade – 17 de novembro de 2013

"A Adoração do Bezerro de Ouro", Gerrit de Wet (c. 1616 - 1674)
A fé vem pelo ouvir a Palavra de Cristo

Não vem o reino de Deus com visível aparência” (S. Lucas 17.20). Você precisa usar seus ouvidos e não os olhos, pois o reino de Deus neste mundo é uma questão de fé, e fé vem pelo ouvir a Palavra de Cristo. O povo de Israel, por sua vez, não quis andar pela fé, mas pela visão. Quando Moisés tardou em descer do monte, eles decidiram fazer um deus visível para si, o bezerro de ouro (Êxodo 32.1). Sobre infiéis e falsos adoradores o juízo de Deus vem. Somente no Último Dia a nossa fé será transformada em aparência visível. "Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem" (S. Mateus 24.27). O Senhor mesmo descerá do céu com alarido e Ele vai reunir o seu povo, tanto os vivos e os mortos. Num mundo em que a nossa vida é breve e cheia de problemas (Jó 14.1), vamos nos consolar uns aos outros com estas palavras da ressurreição e vinda de nosso Senhor Jesus.

LEITURAS:
Lecionário Anual

Antigo Testamento: Êxodo 32.1–20 ou Jó 14.1–6
Salmo: Salmo 14 (antífona. v. 7) ou Salmo 102.1–13 (antífona. v. 12)
Epístola: 1 Tessalonicenses 4.13–18
Santo Evangelho: S. Mateus 24.15–28 ou S. Lucas 17.20–30

ORAÇÃO DO DIA:

Onipotente Deus, suplicamos-te manifestes misericórdia aos teus humildes servos, a fim de que nós, que nenhuma confiança depositamos em nossos próprios merecimentos, não sejamos tratados segundo a severidade do teu juízo, mas segundo a tua compaixão; mediante Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos sem fim. Amém.

16/11/2013

Comemoração de Margarida da Escócia – 16 de novembro

Santa Margarida, Rainha da Escócia (1692 ?), Nicolas de Largillière (1656-1746)
Nascida em 1046, na Hungria, Margarida era uma nobre e de grande devoção. Devido a questões políticas seus pais se exilaram na Escócia, onde conheceria o rei Malcolm III, pelo qual foi pedida em casamento, subindo aos vinte e quatro anos ao trono da Escócia. Dessa união nasceram seis filhos homens e duas mulheres, educados cristãmente pela rainha. Ela cuidou igualmente com o mesmo amor do bom andamento familiar e da educação religiosa e civil do seu povo. Margarida levou o esposo, ainda pagão, bem como o povo escocês à fé cristã. O rei passou a ter uma visão cristã na compreensão dos problemas de seus súditos, e os tratou com total consideração, respeito, bondade e justiça. No palácio, a rainha e a rainha partilhavam, diariamente, sua própria mesa, com órfãos, viúvas e necessitados. De acordo com a história da Escócia, foi um período de reinado justo, próspero e feliz para o povo e para a nação. Margarida morreu a 16 de novembro de 1093 em Edimburgo e foi sepultada em Dunferline.

LEITURAS:

† Provérbios 31.10-11, 20, 26, 28
† Salmo 146.4-9 ou Salmo 112.1-9
† S. Mateus 13.44-52

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que chamaste tua serva Margarida ao trono terreal a fim de que ela pudesse promover o teu reino celestial e lhe deste zelo pela tua Igreja e amor pelo teu povo. Concede misericordiosamente a nós que a comemoramos neste dia, sermos frutíferos em boas obras e alcançarmos a coroa gloriosa dos seus santos; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos dos séculos. Amém. (Book of Common Prayer, 1979)

15/11/2013

Oração da Pátria

"A Pátria" (1919), Pedro Bruno (1888-1949)
Ó Onipotente Senhor, criaste todos os povos da terra para a tua glória, a fim de te servirem em liberdade e paz; concede ao povo de nosso País o zelo pela justiça e a virtude da moderação e da paciência, para que usemos a nossa liberdade conforme a tua benigna vontade; por Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

(Livro de Oração Comum)

Oração pela Pátria - Hinário Luterano, 513




1. Divino Salvador,
contempla com favor nosso país.
Dá-nos justiça e paz,
governo bom, capaz,
pátria em que nos apraz
viver feliz.

2. Olhamos para ti;
oh! vem reinar
aqui, tu, Rei dos reis.
Dirige o pátrio lar,
ensina a governar,
conforme o teu mandar,
por justas leis.

3. A quem governa, ó Deus,
inspira desde os céus
o teu temor.
Ao povo vem unir,
disposto a te servir,
e em nome teu agir
com fé e amor.

4. À amada pátria vem
sustento e todo bem
de ti, Senhor, Aos pobres dá comer,
e a todos faz saber
de como é bom viver
em mútuo amor.

5. Sublimes bênçãos dás,
amor, perdão e paz
e a salvação.
Que a Nova de tua cruz
rebrilhe em clara luz,
guiando a ti, Jesus,
toda a nação.

Letra: Sarah Poulton Kalley, 1888
Melodia: "God Save the Queen" (Thesaurus Musicus, 1744)

14/11/2013

Justiniano e a missão


O entusiasmo de Justiniano pela Palavra de Deus e pelo cristianismo ortodoxo se mostrou em seu zelo missionário. Os esforços missionários que Justiniano envidou ajudaram a levar milhares de pessoas na África e na Ásia Menor à fé cristã. Afirma-se que João de Éfeso (505-585), por exemplo, esteve envolvido na conversão de cerca de 70.000 pessoas em sua missão na Ásia Menor. Durante o reinado de Justiniano, outros povos que aderiram ao cristianismo foram os hunos que viviam próximo do rio Don, os abecazes, os hérulos e os zans do Cáucaso. Uma missão entre os nabateus foi liderada por Juliano o Presbítero e pelo Bispo Longino. Justiniano também tentou fortalecer o cristianismo no Iêmen, enviando um bispo do Egito para a região.

Comemoração de Justiniano, Imperador Cristão e Confessor de Cristo – 14 de novembro

Imperador Justiniano em mosaico bizantino (séc. VI) na Basílica de Santo Apolinário Novo (Ravena, Itália)

Justiniano foi imperador do Oriente de 527 a 565 d. C., quando o Império Romano estava em declínio. Com sua formosa e hábil esposa Teodora, devolveu esplendor e majestade à corte bizantina. Durante seu reinado, o Império experimentou um renascimento, devido, em grande parte, à seu ímpeto, inteligência e fortes convicções religiosas. Justiniano também tentou levar unidade a uma igreja dividida. Era um defensor do cristianismo ortodoxo e buscou um acordo entre as partes nas controvérsias cristológicas daquele tempo que estavam debatendo a relação entre as naturezas divina e humana na pessoa de Cristo. O Quinto Concílio Ecumênico de Constantinopla no ano de 533 foi realizado durante o seu reinado e tratou esta controvérsia. Justiniano morreu nos seus oitenta anos, sem ver realizado seu desejo de um império que fosse solidamente cristão e ortodoxo.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, por meio da governança de líderes cristãos como o Imperador Justiniano, seu nome é livremente confessado em nossa nação e em todo o mundo. Concede que possamos continuar a escolher líderes fidedignos que lhe servem fielmente em nossa geração e tomar decisões sábias que contribuem para o bem-estar geral do seu povo, através de Jesus Cristo, nosso Senhor.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (Concordia Publishing House, 2009. p. 912)

11/11/2013

Comemoração de Martinho de Tours, Pastor – 11 de novembro

“A Caridade de São Martinho”, Louis-Anselme Longa (1809-1869)

Nascido em uma família pagã na Hungria, antiga Panônia, por volta do ano 316 d. C., Martinho cresceu na Lombardia (Itália). Vindo à fé cristã na juventude, ele iniciou uma carreira no exército romano. Mas sentindo um chamado para uma vocação na igreja, Martinho deixou o exército e tornou-se monge, afirmando ser “soldado de Cristo”. Consequentemente, Martinho foi nomeado bispo de Tours, na Gália ocidental (França). Ele é lembrado por seu estilo de vida simples e sua determinação em compartilhar o Evangelho por todas as regiões rurais da Gália. Casualmente, no Dia de São Martinho, em 1483, o filho de Hans e Margarette Lutero, com apenas um dia de idade, foi batizado e recebeu o nome de “Martinho” Lutero.

LEITURAS:

† Salmo 15 ou 34.15-22 
† Isaías 58.6-12 
† Mateus 25.34-40

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus dos Exércitos, teu servo Martinho, o soldado, incorporou o espírito de sacrifício. Ele tornou-se bispo na tua Igreja para defender a fé católica. Dá-nos a graça de seguir os seus passos para que quando nosso Senhor retornar possamos estar trajados com a veste batismal da justiça e da paz; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009. p. 903)

10/11/2013

Evangelho Dominical - Vigésimo Quarto Domingo após Trindade

“Cristo ressuscita a filha de Jairo” (1815), Friedrich Overbeck (1789-1869)
Evangelho segundo S. Mateus 9.18-26

9.18   Enquanto Jesus estava falando ao povo, um chefe religioso chegou perto dele, ajoelhou-se e disse: — A minha filha morreu agora mesmo! Venha e ponha as mãos sobre ela para que viva de novo.
9.19   Então Jesus foi com ele, e os seus discípulos também foram.
9.20   Certa mulher, que fazia doze anos que estava com uma hemorragia, veio por trás de Jesus e tocou na barra da capa dele.
9.21   Pois ela pensava assim: “Se eu apenas tocar na capa dele, ficarei curada.”
9.22   Jesus virou, viu a mulher e disse: — Coragem, minha filha! Você sarou porque teve fé. E naquele momento a mulher ficou curada.
9.23   Depois Jesus foi para a casa do chefe religioso. Quando viu os que tocavam música fúnebre e viu a multidão numa confusão geral,
9.24   disse: — Saiam todos daqui! A menina não morreu; ela está dormindo! Então começaram a caçoar dele.
9.25   Logo que a multidão saiu, Jesus entrou no quarto em que a menina estava, pegou-a pela mão, e ela se levantou.
9.26   E a notícia a respeito disso se espalhou por toda aquela região.

Bíblia Sagrada - Nova Tradução na Linguagem de Hoje (SBB)