31/12/2014

Comemoração de São Silvestre de Roma, Pastor e Confessor – 31 de dezembro

São Silvestre e Constantino I em afresco de 1247, na igreja Santi Quattro Coronati, em Roma.

São Silvestre foi bispo de Roma entre 314-335. Apesar de se conhecer pouco da vida e ministério de Silvestre, foi um período muito importante para o cristianismo. Ele tornou-se bispo da cidade imperial no ano da promulgação da carta dos imperadores Constantino e Licínio, conhecida como “Edito de Milão”, que declarou o cristianismo uma 'religio licita' (religião legal) no Império Romano, terminando a perseguição contra os cristãos. Silvestre foi representado por delegados no Concílio Regional de Arles, convocado em 314, numa tentativa de sanar o cisma donatista irrompido na África. Foi também durante seu bispado que a Igreja fez a sua ousada proclamação da fé ortodoxa no Concílio de Niceia, em 325, permitindo deter a onda do arianismo e outras heresias. Por causa da sua idade avançada, Silvestre não participou do Concílio, mas enviou como seus representantes o bispo Ósio de Córdoba e dois sacerdotes. São Silvestre morreu em 335. No ano seguinte ao da sua morte, Silvestre passou a ser lembrado na igreja do Ocidente, no dia 31 de dezembro, o dia de seu sepultamento na Catacumba de Priscila em Roma, enquanto que no Oriente, passou a ser lembrado dois dias depois, em 2 de janeiro.

LEITURAS:

† Salmo 132
† 2 Timóteo 4.1-8
† São Lucas 12.35-40


ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, nosso Pai Celestial, que levantaste teu servo fiel Silvestre para ser um bispo e pastor em tua Igreja e alimentar o teu rebanho: dê abundantemente a todos os pastores os dons de teu Espírito Santo, a fim de que ministrem em sua casa como verdadeiros servos de Cristo e mordomos de seus mistérios divinos; pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o mesmo Espírito, um só Deus, pelos séculos dos séculos. Amém.

29/12/2014

Comemoração do Santo Rei Davi - 29 de dezembro

“Rei Davi tocando sua harpa”, Domenico Zampieri (Domenichino) (1581-1641)

Davi, o maior dos reis de Israel, governou por volta de 1010-970 a.C. Os acontecimentos de sua vida são encontrados em 1 Samuel 16 até 1 Reis 2 e em 1 Crônicas 10-29. Davi também era musicalmente dotado. Era hábil em tocar a lira e foi autor de não menos de 73 salmos, incluindo o belo Salmo 23. Sua reputação pública e privada expõe uma mistura do bem (por exemplo, a derrota do gigante Golias, 1 Samuel 17) e do mal (como no seu adultério com a mulher de Urias, seguido pelo assassinato de Urias, 2 Samuel 11). A grandeza de Davi estava em sua ardente lealdade a Deus como líder militar e político de Israel, juntamente com a sua boa vontade em reconhecer seus pecados e pedir o perdão de Deus (2 Samuel 12, ver também Salmo 51). Foi sob a liderança de Davi que o povo de Israel esteve unido numa só nação, com Jerusalém como sua capital.

ORAÇÃO DO DIA:

Deus de majestade, a quem os santos e anjos se deleitam a adorar no céu, nós te damos graças por Davi, que, por meio dos Salmos, deu a teu povo hinos para cantar com a alegria em nossa adoração na terra, a fim de que possamos vislumbrar a tua beleza. Leva-nos para o cumprimento dessa esperança de perfeição que será nossa, quando nos colocamos diante da tua glória revelada. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (Concordia Publishing House, 2008. p. 1068)

28/12/2014

Evangelho Dominical – Primeiro Domingo após Natal (Ano B)

“A Apresentação no Templo” (c. 1500), Monogramista AH (Museu DE Belas Artes de Lyon)
Evangelho segundo S. Lucas 2.22-40

22 Passados os dias da purificação deles segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor,
23 conforme o que está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito ao Senhor será consagrado;
24 e para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida Lei: Um par de rolas ou dois pombinhos.
25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
26 Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor.
27 Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava,
28 Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo:
29 Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra;
30 porque os meus olhos já viram a tua salvação,
31 a qual preparaste diante de todos os povos:
32 luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.
33 E estavam o pai e a mãe do menino admirados do que dele se dizia.
34 Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição
35 (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
36 Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos desde que se casara
37 e que era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações.
38 E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
39 Cumpridas todas as ordenanças segundo a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
40 Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Primeiro Domingo após Natal (Ano B)


Chegou o tempo do resgate e purificação através de Jesus Cristo, nosso Senhor

"Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho”, nascido de Mulher, “para resgatar os que estavam sob a lei” (Gl 4.4-5). Por isso, "segundo a Lei de Moisés," Maria e José "o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor" (Lc 2.22). Chegando lá, o Menino foi recebido por Simeão, “homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel”, que tomou o Menino ”nos braços e louvou a Deus” (Lc 2.25,28). Simeão abençoou os pais confessando a Cruz para a qual este Menino fora designado. "E, chegando naquela hora," a fiel e idosa Ana, que não deixava o templo, orando e adorando “de noite e de dia”, começou a dar “graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém" (Lc 2.37-38). É o Senhor quem faz "brotar a justiça e o louvor para todas as nações" (Is 61.11). Também a nossa “alma se alegra” muito no Senhor, pois este Menino Jesus nos "vestiu de vestes de salvação," nos "cobriu com o manto de justiça" e nos chamou "por um nome novo" (Is 61.10; 62.2). — Traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod)

Cor: Branca

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 61.10 — 62.3
† Salmo: Salmo 111 (antífona v. 9)
† Epístola: Gálatas 4.4-7
† Santo Evangelho: S. Lucas 2.22-40


ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, nosso Criador e Redentor, que nos criaste de forma maravilhosa e na encarnação de teu Filho de forma ainda mais maravilhosa restauraste nossa natureza humana, concede que possamos estar sempre vivos naquele que se tornou igual a nós; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

27/12/2014

Evangelho do Dia – Festa de São João, Apóstolo e Evangelista

“São João Evangelista” (1624 – 1629), Domenico Zampieri ou Domenichino (1581–1641)
Evangelho segundo S. João 21.20-25

20 Então, Pedro, voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o traidor?
21 Vendo-o, pois, Pedro perguntou a Jesus: E quanto a este?
22 Respondeu-lhe Jesus: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me.
23 Então, se tornou corrente entre os irmãos o dito de que aquele discípulo não morreria. Ora, Jesus não dissera que tal discípulo não morreria, mas: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?
24 Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
25 Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Festa de São João, Apóstolo e Evangelista – 27 de dezembro

“São João Evangelista” (c. 1625 e 1628), Frans Hals (1582/1583–1666)

São João era filho de Zebedeu e irmão de Tiago, o Maior (cuja Festa é dia 25 de Julho). João estava entre os primeiros discípulos chamados por Jesus (Mt 4.18 -22) e ficou conhecido como “o discípulo a quem Jesus amava”, como ele se refere a si mesmo no Evangelho que leva seu nome (Jo 21.20). Dos Doze, somente João não abandonou Jesus na hora de seu sofrimento e morte. Juntamente com as mulheres fiéis, ele permaneceu aos pés da cruz, onde o Senhor o tornou guardião de sua mãe. Após o Pentecostes, João exerceu seu ministério em Jerusalém e em Éfeso, onde a tradição diz que ele foi bispo. Escreveu o quarto Evangelho, as três Epístolas que levam seu nome e o Livro do Apocalipse. Especialmente memorável em seu Evangelho são o registro do casamento em Caná (Jo 2.1-12), o “Evangelho em poucas palavras” (Jo 3.16), os ditos de Jesus sobre o Bom Pastor (Jo 10.11-16), a ressurreição de Lázaro (Jo 11) e o encontro de Jesus com Maria Madalena na manhã de Páscoa (Jo 20.11-18). De acordo com a tradição, João foi banido pelo imperador romano Domiciano para a ilha de Patmos (afastada da costa da Ásia Menor). João viveu até avançada idade, sobrevivendo a todos os apóstolos, e morreu em Éfeso por volta do ano 100 d. C.

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Apocalipse 1.1-6
† Salmo: Salmo 11 (antífona v. 4a)
† Epístola: 1 João 1.1 - 2.2
† Santo Evangelho: S. João 21.20-25

ORAÇÃO DO DIA:

Misericordioso Senhor, lança os raios brilhantes da tua luz sobre a tua Igreja, a fim de que nós, sendo instruídos na doutrina de teu bem-aventurado apóstolo e evangelista João, possamos chegar à luz da vida eterna; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008)

26/12/2014

Evangelho do Dia – Festa de Santo Estêvão

“O Martírio de Santo Estêvão” (c. 1610), possivelmente por Antonio Carracci (1589? – 1618)

Evangelho segundo S. Mateus 23.34-39

34   Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade;
35   para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o santuário e o altar.
36   Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente geração.
37   Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!
38   Eis que a vossa casa vos ficará deserta.
39   Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Festa de Santo Estevão, Mártir – 26 de dezembro

“A Coroação de Santo Estêvão” (1597), Annibale Carracci (1560–1609)

O Dia de Santo Estevão lembra o primeiro mártir registrado da Igreja. Estevão conhecia o dom do Natal: seu Senhor veio em carne humana para trazer o perdão e assim como Jesus perdoou aqueles que o mataram, assim também Estevão perdoou aqueles cujas pedras esmagaram sua vida. O relato de seu chamado, testemunho e morte está em Atos 6.1 – 8.2. Observe como as palavras do mártir ecoam de perto aquelas de seu Salvador no Calvário quando da proximidade da morte.
Na arte, Estevão é muitas vezes representado pelas pedras que tiraram sua vida e pelo ramo de palma, um antigo símbolo de triunfo e, especialmente no cristianismo, de martírio.

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:
† Antigo Testamento: 2 Crônicas 24.17-22
† Salmo: Salmo 119.137-144 (antífona v. 142)
† Epístola: Atos 6.8-7.2a, 51-60
† Santo Evangelho: S. Mateus 23.34-39

ORAÇÃO DO DIA:
Pai celestial, em meio aos nossos sofrimentos por causa de Cristo, concede-nos a graça de seguir o exemplo de Estevão, o primeiro mártir, para que também nós possamos olhar para aquele que sofreu e foi crucificado em nosso favor e orar por aqueles que nos fazem o mal; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

24/12/2014

Antífonas do Ó: ERO CRAS

As Antífonas do "Ó" são súplicas a Cristo, usando títulos messiânicos retirados do Antigo Testamento, pedindo por socorro, por salvação: "Ó vem, ó vem Emanuel"!

Deus nunca deixa o seu povo sem resposta. Se observarmos todas as antífonas, observar na tabela abaixo, lermos em sentido inverso, isto é, da última para a primeira, as iniciais latinas da primeira palavra depois da interjeição «Ó», resultam no acróstico «ERO CRAS», que significa "virei amanhã". 



As antífonas originalmente seriam cantadas como uma antífona do Magnificat no período de 17 a 23 de dezembro. O próximo dia é 24 que é a véspera de Natal.

Cristo veio no Natal, Cristo virá brevemente para buscar a sua noiva, Cristo vem hoje através do Evangelho, através do Santo Batismo, através da Santa Ceia.



Rev. Elissandro Ribeiro da Silva

Evangelho do Dia – Véspera de Natal

“O Sonho de São José”, Luca Giordano. (1634 - 1705)
Evangelho segundo S. Mateus 1.18-25

18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.
19 Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente.
20 Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.
21 Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.
22 Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta:
23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).
24 Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher.
25 Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Véspera de Natal – 24 de dezembro de 2014

“O Sonho de São José” (c. 1665), Francisco Rizi (1608 - 1685)

A Palavra do Senhor se cumpre na encarnação de Jesus

Apesar do rei Acaz não ter pedido, o Senhor “dará um sinal” para a Casa de Davi - "a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel" (Is 7.14). Com esta promessa Ele indica que a salvação é somente pela sua graça. E a salvação não é nenhuma obra ou conquista do homem, mas é obra própria do Senhor e seu dom gratuito. A promessa é cumprida no momento em que o Filho de Deus é concebido e nascido da Virgem Maria, e o sinal é recebido em fé pela Casa de Davi, na pessoa de José (Mt 1.20-24.). "Se encarnou pelo Espírito Santo na Virgem Maria" (Credo Niceno), Deus está conosco (Emanuel) na encarnação de Jesus, Filho de Maria. José crê nessa Palavra de Deus e desta forma demonstra um exemplo maravilhoso em sua imediata e tranquila obediência, tomando Maria como sua esposa e cuidando dela em fé e amor. Ele a ama porque o amor de Deus se manifesta no fato de “que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo”, “para propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4.10-14).

Cor: Branca

LEITURAS:
† Antigo Testamento: Isaías 7.10-14
† Salmo: Salmo 110.1-4 (antífona v. 2a)
† Epístola: 1 João 4.7-16
† Santo Evangelho: S. Mateus 1.18-25

ORAÇÃO DO DIA:
Ó Deus, que nos alegras a cada ano quando lembramos o nascimento de teu único Filho Jesus Cristo, concede que possamos recebê-lo alegremente como nosso Redentor e, nesta verdadeira confiança, estarmos prontos a olhar para ele quando vier como nosso Juiz; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

23/12/2014

23 de dezembro - Ó Emanuel


A séria de reflexões “Ó Vem, ó vem Emanuel”, com base nas antífonas do “Ó”, chega a sua sétima e última reflexão. A palavra de destaque é “EMANUEL”. O texto da antífona é expresso nas seguintes frases: “Ó Emanuel, nosso rei e SENHOR, esperança e salvador das nações, Vinde e salva nos, Senhor nosso Deus.
 

Dentro da tradição monástica, a grande Antífona do “Ó” seria observada no período de 17 a 23 de dezembro, sendo que a “Antífona do Ó: Emmanuel” seria observada na ordem das Vésperas do dia 23 de dezembro.

A temática Emanuel corresponde a primeira estrofe do hino “Ó vem, ó vem Emanuel”: Ó vem, ó vem, Emanuel! / Redime o povo de Israel, / que geme em triste exílio e dor/ e aguarda, crente, o Redentor! / Dai glória a Deus! Emanuel / virá em breve, ó Israel! / 


O texto base para a reflexão é Isaías 7.10-14 e Mateus 1.23.

Rev. Elissandro Ribeiro da Silva

21/12/2014

Quarto Domingo no Advento


"Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres." (Lc 1.28 ARC)

Evangelho Dominical – Quarto Domingo no Advento (Ano B)

“Anunciação”, José Claudio Antolinez (1635 –1675)
Evangelho segundo S. Lucas 1.26-38

26 No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
 27 a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria.
 28 E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo.
 29 Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação.
 30 Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus.
 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus.
 32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai;
 33 ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.
 34 Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?
 35 Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.
 36 E Isabel, tua parenta, igualmente concebeu um filho na sua velhice, sendo este já o sexto mês para aquela que diziam ser estéril.
 37 Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas.
 38 Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra. E o anjo se ausentou dela.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Imagem: “Anunciação”, José Claudio Antolinez (1635 –1675)

Quarto Domingo no Advento – 21 de dezembro de 2014 (Ano B)


O Senhor edifica uma casa para Davi: Jesus Cristo que veio em carne

Quando o rei Davi estava habitando “em sua própria casa, tendo-lhe o Senhor dado descanso de todos os seus inimigos em redor", ele piedosamente teve a ideia de edificar uma casa para Deus (2 Sm 7.1-2). Mas o Senhor mudou isso: Ele estabeleceria uma casa para Davi e um trono eterno. E assim Ele fez, não só para Davi, mas também para todo o seu povo, através do Filho de Davi, Jesus Cristo, "o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria" (Credo Apostólico). Este santo Menino, "chamado Filho do Altíssimo" que se encarnou, recebe "o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim" (Lc 1.32-33). Entregando a si mesmo como um sacrifício pelos pecados do mundo, seu corpo é o verdadeiro e eterno Templo de Deus, no qual o seu povo encontra um lugar de paz e descanso. Esse é o "mistério que desde tempos eternos esteve oculto", mas que agora “se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno", a fim de que possamos ter fé e vida em Cristo (Rm 16.25-26).

Cor litúrgica: Roxa ou Azul

LEITURAS:

† Antigo Testamento: 2 Samuel 7.1-11, 16
† Salmo: Salmo 89.1-5 (19-29) (antífona v. 8)
† Epístola: Romanos 16.25-27
† Santo Evangelho: S. Lucas 1.26-38


ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Jesus, pedimos que venhas com o teu poder e nos ajudes para que os pecados que nos fazem sofrer sejam logo retirados pela tua graça e misericórdia; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

20/12/2014

20 de dezembro - Ó Chave de Davi


A séria de sermões “Ó Vem, ó vem Emanuel”, com base nas antífonas “Ó”, chega a sua quarta reflexão. As palavras de destaque desta quarta reflexão é CHAVE DE DAVI. O texto da antífona “Chave de Davi” é expresso nas seguintes frases: “Ó Chave de Davi/ o cetro da casa de Israel/ que abris e ninguém fecha;/ fechais e ninguém abre:/ Vinde e libertai da prisão o cativo/ assentado nas trevas e à sombra da morte.

Dentro da tradição monástica, a grande Antífona “Ó” seria observada no período de 17 a 23 de dezembro, sendo que a antífona “Ó Chave de Davi” seria observada na ordem das Vésperas do dia 20 de dezembro.

A estrofe do hino “Veni, Emanuel” correspondente a antífona “Chave de Davi” não consta no Hinário Luterano. No entanto, no texto original consta: “Ó vem, ó vem, ó Chave de Davi. / E abre o céu de todo o bem! / Suprema glória nos darás. / E o negro Inferno fecharás! / Dai glória a Deus! Emanuel / virá em breve ó Israel!” O texto base para a reflexão é Isaías 22.20-25.



Rev. Elissandro Ribeiro da Silva

Comemoração de Catarina von Bora Lutero - 20 de dezembro


Catarina von Bora (1499-1552) foi levada a um convento quando ainda era criança, tornando-se freira em 1515. Em abril 1523, ela e outras oito freiras foram resgatadas do convento e trazidas para Wittenberg. Lá Martinho Lutero ajudou a retornar algumas para suas antigas casas e colocou outras em boas famílias. Catarina e Martinho se casaram em 13 de junho de 1525. O casamento deles foi feliz e abençoado com seis filhos. Catarina administrou habilmente a casa de Lutero, a qual sempre parecia crescer por causa de sua generosa hospitalidade. Depois da morte de Lutero, em 1546, Catarina permaneceu em Wittenberg, mas viveu a maior parte do tempo na pobreza. Ela morreu num acidente durante viagem com seus filhos para Torgau, a fim de escapar da peste.

LEITURAS:
 
† Salmo 128
† Provérbios 31.10-31 ou 31.10-12, 17, 20, 23, 25-31
† 1 Coríntios 7.1-9
† S. João 3.25-30


ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, nosso refúgio e fortaleza, tu levantaste tua serva Catarina para apoiar o marido na tarefa de reformar e renovar tua Igreja à luz da tua Palavra. Defende e purifica a Igreja de hoje e fazei que, pela fé, possamos com ousadia apoiar e encorajar nossos pastores e mestres da fé quando proclamam e administram as riquezas da tua graça encontradas em Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.
Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House: 2008), p. 1035.

19/12/2014

Comemoração de Adão e Eva - 19 de dezembro

“A Repreensão de Adão e Eva” (1626), Domenichino (1581–1641)
Adão foi o primeiro homem, feito à imagem de Deus e lhe foi dado o domínio sobre toda a terra (Gn 1.26). Eva foi a primeira mulher, formada a partir de uma das costelas de Adão, para ser a sua companheira e ajudante (Gn 2.18-24). Deus os colocou no jardim do Éden para cuidar da criação, como seus representantes. Mas eles abandonaram a Palavra de Deus e mergulharam o mundo em pecado (Gn 3.1-7). Por esta desobediência Deus tirou-os do Jardim. Eva teve que sofrer a dor do parto e estar sujeita a Adão; Adão teve que labutar em meio a mato e espinhos e depois retornar ao pó da terra. No entanto, Deus prometeu que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3.8-24). O pecado entrou na criação perfeita de Deus e a mudou até Deus restaurá-la novamente através de Cristo. Eva é a mãe da raça humana, enquanto Adão é o representante de toda a humanidade e sua Queda, como escreve São Paulo: “Assim como, por estarem unidos com Adão, todos morrem, assim também, por estarem unidos com Cristo, todos ressuscitarão.” (1 Co 15.22).

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai Celestial, tu criaste Adão a sua imagem e lhe deste Eva como companheira, e após a queda deles em pecado, tu lhes prometeste um Salvador que esmagaria o poder do diabo. Por tua misericórdia, conta-nos entre os que vieram da grande tribulação com o selo do Deus vivo em nossas testas e cujas vestes foram lavadas e alvejadas no sangue do Cordeiro; através de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1031-1032)

19 de dezembro - Ó Raiz de Jessé


As palavras destaques da terceira reflexão da série “Ó Vem, ó Vem Emanuel” são RAIZ DE JESSÉ. O texto da antífona é expresso nas seguintes frases: “Ó Raiz de Jessé/ erguida como estandarte dos povos, / em cuja presença os reis se calarão/ e a quem as nações invocarão, / Vinde libertar-nos; não tardeis jamais.

A antífona “O” Raiz de Jesse seria observada no dia 19 de dezembro considerando que tais antífonas sejam usadas na ordem da Véspera do período entre 17 a 23 de dezembro. O texto base para a reflexão é Isaías 11. 1–5, 10–11.

A estrofe do hino "Veni Emmanuel", "Ó Vem, ó Vem Emanuel" correspondente a esta antifona é: "Ó vem, Rebento de Jessé,/e aos filhos teus renova a fé;/ que o diabo possa derrotar/ e sobre a morte triunfar!/ Dai glória a Deus! Emanuel / virá em breve, ó Israel!/"


Pequeno estudo sobre o termo Raiz de Jessé

O título “Raiz de Jessé” enfatiza que Cristo é o legitimo herdeiro do trono do Rei Davi, sendo o cumprimento da promessa feita a Abraão e renovada em Davi, sendo que tal verdade também é ratificada através da genealogia que São Mateus apresenta no primeiro capítulo de seu Evangelho: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.” Jesus Cristo é a raiz de Jessé, o renovo prometido.

O termo hebraico para “Radix Jessé” é netzer, no entanto, outros profetas utilizaram outros diferentes termos hebraicos para referir-se a mesma promessa. A promessa, apesar de usar diferentes termos, tem o mesmo padrão: a árvore, os descendentes de Davi, são destruídos pelo pecado, no entanto, Deus envia seu poderoso renovo, perdão dos pecados. Através deste renovo Deus habitaria com seu povo para sempre.

Antes de analisar alguns textos que usam a expressão renovo, raiz, faz-se necessário perguntar quem é Jessé. Ele é o pai do rei Davi. Ao ler a história do segundo rei de Israel, veremos que Deus mandou que o profeta Samuel fosse a casa de Jessé para que ungisse o novo rei de Israel, a saber, Davi.

A leitura indicada para o dia é de Isaías 11.1-3; 10-12. Nesta profecia de Isaías encontramos a descrição deste renovo enviado por Deus. E se olharmos todos os versículos desta seção, 1-10, veremos que este renovo não impactaria somente a história povo de Deus, mas modificaria a história de todos os povos, pois, tornaria todos os povos um único povo pela fé em Jesus.

O apóstolo Paulo em Romanos 15.12 vai citar a profecia de Isaías a aplicá-la a Jesus Cristo. O contexto de Romanos mostra Cristo acolhendo a todos, inclusive os gentios, e que tal promessa já havia sido anunciada por Isaías.

No Antigo Testamento, outros textos falam da raiz de Jessé, do renovo enviado por Deus. No quarto capítulo de seu livro, versículos 2-6, o profeta descreve o reinado deste renovo do Senhor. Outra profecia de Isaias que trata do renovo, da raiz de Jessé não traz o termo explicito, mas que fala sobre governo e trono de Davi (Isaías 9.7).

Em Jeremias 23.5-6 também se anuncia a vinda do Messias com a mesma linguagem usada por Isaías. Deus promete que levantará um renovo justo e nos dias deste renovo tanto Judá, como Israel seriam salvos. Este renovo é descrito como rei justo e sobre seu governo reinará a justiça.

Não somente nos escritos do Antigo Testamento e em Romanos que temos Cristo pintado como a raiz de Jessé, em Apocalipse também verificamos a mesma referência, o mesmo título. Em Apocalipse 5.5, nos versículos anteriores, verificamos que são João estava chorando por que não havia ninguém que era digno de abrir o livro selado. Mas João não ficou chorando, pois, um dos anciãos, que faziam parte da corte celestial, intervém na cena e aponta que Cristo, a raiz de Davi, venceu e Ele é digno abrir o livro.
Continuando em Apocalipse, Jesus, no final deste livro, num discurso direto, apresenta-se como raiz e o descendente de Davi: “Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã.” (Ap 22.16).

Jesus é a raiz de Jessé. É interessante observar que neste termo cristológico, Jesus é ligado diretamente a Jessé e não a Davi. Em outras palavras, Cristo é o novo Rei Davi, um rei justo e salvador.



Rev. Elissandro Ribeiro da Silva 

18/12/2014

18 de dezembro - Ó Adonai


Na segunda reflexão da série “Ó Vem, ó vem Emanuel”, a palavra a ser destacada é ADONAI. O texto da antífona é: “Ó Adonai/ guia da casa de Israel, / que aparecestes a Moisés na chama do fogo/ no meio da sarça ardente e lhe deste a lei no Sinai/ Vinde resgatar-nos pelo poder do Vosso braço”.

A palavra ADONAI em hebraico significa “Mestre” ou “Senhor”. Este termo enfatiza poder e autoridade. Mas também é o termo para o nome de Deus, pois, os judeus tinham um grande zelo pelo nome de DEUS, por esta razão, ao lerem o nome de Deus, com medo de pecar contra o segundo mandamento, substituíam por Adonai.

A antífona do “Ó” ADONAI, além de ser a antífona do Magnificat, também é atrelada ao hino “VENI EMANUEL”. Este hino é originalmente composto de sete estrofes, no entanto, no Hinário Luterano só consta três estrofes. Ou seja, a estrofe referente ao ADONAI não consta no Hinário Luterano: “Ó vem, ó vem Adonai! / Em grande glória no Monte Sinai/ Por entre nuvens como um rei/ Nos deste, Justo, a santa Lei! / Dai glória a Deus! Emanuel / virá em breve, ó Israel! /"


Rev. Elissandro Ribeiro da Silva

17/12/2014

17 de dezembro - Ó Sabedoria


Na primeira reflexão da série “Ó Vem, ó vem Emanuel”, a palavra a ser destacada é SABEDORIA. A antífona sobre a sabedoria é celebrada na ordem das vésperas do dia 17 de dezembro.

O Texto da antífona é: “Ó Sabedoria, que saístes da boca do Altíssimo, e atingis até os confins de todo o universo e com força e suavidade governais o mundo inteiro: oh vinde ensinar-nos o caminho da prudência!

O texto do hino de nº 10 do Hinário Luterano “Veni Emmanuel” (Ó Vem, ó vem Emanuel), correspondente é expresso nas seguintes palavras: “Ó fonte eterna do saber, / Em tua glória ao mundo vem/ O teu caminho revelar/ E a prudência ensinar! / Daí glória a Deus! Emanuel / virá em breve, ó Israel! /

Rev. Elissandro Ribeiro da Silva

Antífonas "Ó" ou “Antífonas Maiores”


Já ouviu falar sobre esta antífona? Aliás, você sabe o que significa o termo antífona?

O povo de Deus sempre marcou o tempo lembrando os eventos da história de nossa Salvação. Por exemplo, Advento, Natal, Epifania, etc.

Nós queremos te ajudar a contar o tempo através da Antífonas “Ó” ou Antífonas Maiores a fim de destacarmos, celebrarmos e comemoramos o Deus que se fez carne.

A série "Ó vem, Ó vem Emanuel" começa hoje.

O que é uma antífona?

A antífona é um verso chave que abre o caminho para o texto principal. Por exemplo, a antífona de um Salmo é o verso chave para entender todo o salmo ou revela o tema do salmo.
Se compararmos uma antífona com a uma bela obra de arte, com uma pintura, diríamos que a antífona é a moldura desta bela obra de arte.
E a ANTÍFONA "Ó"?


Antífona Ó

A Igreja Cristã vive dentro do seu próprio tempo e a prova deste fato é o ano eclesiástico, onde os principais eventos da história da salvação são destacados, celebrados e comemorados.
Não somente os grandes períodos são destacados, tais como Advento, Natal, Epifania, mas diariamente a igreja dedicava e dedica algumas horas do dia a Deus.

A praxe de observar os tempos e dias não é uma novidade ou invenção da Igreja Cristã Neotestamentária, mas sim uma praxe ordenada pelo próprio Deus desde os tempos da Igreja cristã veterotestamentária. Se observarmos alguns livros do Pentateuco encontraremos ordens específicas para marcar os dias e também os grandes períodos festivos.

Com objetivo de marcar os dias, Deus concedeu orientações específicas de como os sacrifícios matutinos e os sacrifícios vespertinos ocorreriam. Durante estes sacrifícios diários, tanto as matinas como as vésperas, o celebrante, após do sacrifício de um cordeiro, entrava no lugar santo a fim de queimar o incenso diante de Deus no altar do incenso que ficava paralelo a Arca da Aliança.


Não somente as matinas e as vésperas eram observadas, mas as grandes festas também eram destacadas, por exemplo, a Páscoa. A Páscoa foi instituída pelo próprio Deus a fim de que os israelitas não se esquecessem da forma que YHWEH os tirou da escravidão do Egito.

Durante a história da igreja, períodos foram observados, tais como Advento, Natal, Epifania, etc. No entanto, as horas do dia também eram observadas e ápice de tais observações ocorreu nos mosteiros. Os mosteiros que seguiam a ordem beneditina observam sete momentos de orações iniciando nas Laudas e encerrando o dia com as Completas.

Durante a reforma, somente duas formas de observações das horas foram preservadas: Matinas e Vésperas. Considerando o objeto destes estudos, é importante destacar a ordem das Vésperas. Dentro da estrutura da ordem das Vésperas é previsto o Cântico da Bem-aventurada Virgem Maria, sendo que as antífonas que precedem tal cântico serão estudadas e analisadas nestes estudos.

Durante o santo tempo de advento, na ordem das vésperas, as antífonas que precedem o Magnificat contam com especiais composições literárias e musicais chamadas de “antífonas maiores”, ou “antífonas do Ó”. A Antífona “Ó” são uma forma a mais que a Igreja marca o seu tempo antes do Santo Natal. São sete antífonas, um para cada dia começando no dia 17 de dezembro até 23 de dezembro.

Estas antífonas recebem o nome de Antífona “Ó” por serem introduzidas pela interjeição “Ó” que conota a admiração da Igreja pelo Cristo que veio ao encontro do seu povo no Natal. Pelo Cristo que virá no último dia derradeiro. Pelo Cristo que diariamente vem através da Palavra e dos Santos Sacramentos. Cada antífona é estruturada com um título cristológico (Sabedoria, Adonai, Raiz de Jessé, Chave de Davi, Sol Oriente, Rei das Nações, Emanuel), seguido de uma explicitação bíblico-teológica e concluída por uma súplica que, por sua vez é introduzida pelo verbo vir (Vinde!).

O hino “Veni Emmanuel”, traduzido para o Hinário Luterano com o título “Ó Vem, vem Emanuel”, foi composto com base nestas antífonas. Tanto as antífonas originais, como também o hino “Veni Emmanuel” são compostas de sete estrofes. No entanto, a versão do Hinário Luterano tem somente três estrofes.

A língua original destas antífonas é o latim, mas para efeito destes estudos optarei pela tradução oficial da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
 


Rev. Elissandro Ribeiro da Silva 

15/12/2014

Meditação de Martinho Lutero para o Terceiro Domingo no Advento

“São João Batista”, François Boucher (1703-1770)

“Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz”. (João 1.8)

“Não desprezo João Batista, antes, honro-o e o tenho em alta conta. Agora, faço diferença entre ele, seu ministério e sua vida, e Cristo do qual ele testifica. João é servo e escravo, não o Senhor. ele aponta e leva para a verdadeira luz, mas ele mesmo não é a luz. Seu ministério é maior e mais glorioso do que o dos profetas. Pois ele não profetiza a respeito do Senhor, dizendo que virá daqui a algum tempo ou em breve, mas aponta o dedo para ele no presente, dizendo: olhem, lá está ele. Por isso, tenho seu ministério em alta conta, sim, agradeço ao bondoso Deus por Ter-nos dado uma testemunha fiel, boca e dedo bem-aventurado como ele, que testifica da verdadeira luz e nos leva até ela, para que, assim, sejamos iluminados, e essa luz brilhe e reluza constantemente em nossos corações. Esse é o homem que aponta com o dedo para o Cordeiro de Deus. Agora, em se tratando de salvação, não quero nem posso depositar minha confiança em João, tampouco fiar-me em sua santidade, vida austera e boas obras. Pois ele não é o Cristo (como ele mesmo confessa), aquele que é a vida e a única luz dos homens. João é testemunha da luz. Através da seu ministério, ele nos ajuda a nos tornarmos filhos da luz. Por isso, ele resplandece e é uma luz maravilhosa.”

-- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja

14/12/2014

Evangelho Dominical – Terceiro Domingo no Advento (Ano B)

“São João Batista e os Fariseus” (entre 1886 e 1894), James Tissot (1836–1902)
Evangelho segundo S. João 1.6-8, 19-28

6 Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João.
 7 Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele.
 8 Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz. […]
19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu?
 20 Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
 21 Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não.
 22 Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo?
 23 Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
 24 Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus.
 25 E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
 26 Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis,
 27 o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.
 28 Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

13/12/2014

Comemoração de Santa Lúcia de Siracusa, Mártir - 13 de dezembro

“Santa Lúcia”, estilo de Agostino Ciampelli (séc. XVIII)

Uma das vítimas da grande perseguição sob o imperador romano Diocleciano, Lúcia foi morta por causa de sua fé cristã em Siracusa, na ilha da Sicília, no ano de 304 d.C. Conhecida por sua caridade, “Santa Lucia” (como é chamada na Itália) dividiu o seu dote entre os pobres e manteve a castidade até sua execução pela espada. O nome Lucia significa “luz” e, por isso, festivais da luz em comemoração a ela se tornaram popular em toda a Europa, especialmente nos países escandinavos. Lá o seu dia festivo corresponde com a época do ano em que há menor incidência da luz do dia. Na expressão artística, Lúcia é muitas vezes retratada num vestido batismal branco, usando uma coroa de velas na cabeça.

LEITURAS:
† Salmo 131
† Cântico dos Cânticos 6.1-9
† Apocalipse 19.5-8
† São João 1.9-13

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, por cuja graça e poder tua santa mártir Luzia triunfou sobre o sofrimento permanecendo sempre fiel até a morte; concede a nós, que agora lembramos dela com ações de graças, que sejamos tão verdadeiros em nosso testemunho a ti neste mundo a fim de que possamos receber com ela novos olhos sem lágrimas e a coroa de luz e da vida; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concórdia Publishing House, 2008. p. 1012)

12/12/2014

Terceiro Domingo no Advento – 14 de dezembro de 2014 (Ano B)

“São João Batista Pregando” (c. 1695), Luca Giordano (1634–1705)
A vinda do Cristo traz a verdadeira alegria em seu perdão

Quando prega o arrependimento, João Batista nos aponta para Cristo Jesus. São João Batista foi enviado por Deus "como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele" (Jo 1.7). Ele batiza com água a fim de preparar "o caminho do Senhor", que resgatará o seu povo dos seus pecados (Jo 1.23). Este Senhor Jesus, "o qual vem após" João Batista está agora no meio de nós e se faz conhecido a nós (Jo 1.26-27). Ele foi ungido pelo Espírito Santo "para pregar boas-novas aos pobres" e "a curar os quebrantados de coração" (Is 61.1). Através do lavar da água com sua Palavra e Espírito, Ele cobre a sua Igreja com "vestes de salvação" e a adorna com sua própria justiça, "como noiva que se enfeita com as suas joias" (Is 61.10). Por esse motivo, "regozijai-vos sempre" no Senhor, "orai sem cessar" e "em tudo daí graças" (1 Ts 5.16-18). O "Deus da paz", que vos chamou pelo Evangelho, "vos santifique em tudo", para que "o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Ts 5.23-24).

Cor litúrgica: Roxa ou Azul

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 61.1-4, 8-11
† Salmo: Salmo 126 (antífona v. 5)
† Epístola: 1 Tessalonicenses 5.16-24
† Santo Evangelho: S. João 1.6-8, 19-28


ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Jesus Cristo, pedimos que ouças as nossas orações e ilumines as trevas dos nossos corações pela tua graciosa visitação; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

07/12/2014

Evangelho Dominical – Segundo Domingo no Advento (Ano B)

“A Pregação de São João Batista” (entre 1486 e 1490), Domenico Ghirlandaio (1449–1494)
Evangelho segundo S. Marcos 1.1-8

1 Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. 
2 Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho; 
3 voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas; 
4 apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados. 
5 Saíam a ter com ele toda a província da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão. 
6 As vestes de João eram feitas de pelos de camelo; ele trazia um cinto de couro e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre. 
7 E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias. 
8 Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

06/12/2014

Comemoração de São Nicolau de Mira, Pastor – 6 de dezembro


Dos muitos santos comemorados pela Igreja Cristã, Nicolau († 342 d. C.) é um dos mais conhecidos. Historicamente muito pouco é conhecido sobre ele, embora houvesse uma igreja de São Nicolau, em Constantinopla, logo no início do século VI. Pesquisas tem afirmado que no século IV havia um bispo com o nome de Nicolau na cidade de Mira, na Lícia (parte da atual Turquia). A partir dessa localização costeira, tradições a respeito de Nicolau viajaram ao longo do tempo e do espaço. Ele é associado com a doação de caridade em muitos países ao redor do mundo e retratado como auxiliador dos marinheiros, protetor das crianças e amigo de pessoas em aflição ou necessidade. Em comemoração a “Sinte Klaas” (São Nicolau em holandês; em Inglês é “Santa Claus”), o dia 6 de dezembro é o dia de dar e receber presentes em muitas partes da Europa.

LEITURAS:

† Salmo 145.8-13
† Provérbios 19.17, 20-23
† 1 João 4.7-14
† São Marcos 10.13-16


ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, que concedeste a teu servo Nicolau de Mira a dádiva perpétua da caridade. Concede à tua Igreja a graça tratar com generosidade e amor as crianças e todos os que estão pobres e aflitos e defender a causa dos que não têm ajudadores, especialmente aqueles abalados pelas tempestades da dúvida e da dor. Pedimos isso por amor daquele que deu a sua vida por nós, teu Filho, nosso Salvador Jesus Cristo, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 989)

05/12/2014

Segundo Domingo no Advento– 07 de dezembro de 2014 (Ano B)

“São João Batista apontando para Cristo” (1655), Bartolome Esteban Murillo (1617-1682)
Através do arrependimento somos preparados para a vinda do Senhor

O "Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus" (Mc 1.1) tem início quando João Batista apareceu "pregando o batismo de arrependimento, para remissão de pecados" (Mc 1.4). Assim como o profeta Isaías havia escrito, João é o mensageiro do Senhor, enviado diante de sua face para preparar o seu caminho. Desde esse dia, o ministério do Precursor tem continuidade na pregação da Lei e Evangelho e no sacramento do Santo Batismo. Por esses meios e formas "a glória do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá" (Is 40.5), e o Bom Pastor "entre os seus braços recolherá os cordeirinhos" (Is 40.11). Ele fala "benignamente a Jerusalém" e consola seu povo perdoando a sua iniquidade (Is 40.1-2). E o que é melhor, Ele promete "novos céus e nova terra, nos quais habita justiça" (2 Pe 3.13). Arrependei-vos, pois, e se humilhem enquanto esperam sua vinda em paz (2 Pe 3.14), pois "ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2 Pe 3.9).

Cor litúrgica: Roxo ou Azul

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 40.1-11
† Salmo: Salmo 85 (antífona v. 9)
† Epístola: 2 Pedro 3.8-14
† Santo Evangelho: S. Marcos 1.1-8


ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, age em nossos corações para prepararmos o caminho ao teu único Filho, para que pela sua vinda sejamos capacitados a te servir com a mente purificada; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

04/12/2014

Comemoração de São João de Damasco, Teólogo e Escritor de Hinos - 04 de dezembro


São João de Damasco (c. 675-749) é conhecido como o grande compilador e sumarizador da fé ortodoxa e o último grande teólogo grego. Nascido em Damasco, João abriu mão de uma posição influente na corte islâmica para devotar-se à fé cristã. Por volta de 716 entrou num mosteiro perto de Jerusalém e foi ordenado sacerdote. Quando o imperador bizantino Leão III Isáurio emitiu um édito em 726 proibindo imagens (ícones), João resistiu vigorosamente. Em seus Discursos Apostólicos argumentou a favor da legitimidade da veneração de imagens, o que lhe valeu a condenação do Concílio iconoclasta de Hieria em 754. João também escreveu defesas da fé ortodoxa contra heresias contemporâneas. Além disso, ele foi um talentoso escritor de hinos (“Vinde, vós, fiéis, cantai triunfantemente!”) e contribuiu para a liturgia das igrejas bizantinas. Sua maior obra foi a Fonte da Sabedoria, um grande compêndio de verdades de teólogos cristãos que vieram antes dele, cobrindo praticamente cada tópico doutrinário concebível. O sumário da fé ortodoxa de João de Damasco deixou uma marca duradoura sobre ambas as igrejas oriental e ocidental.

LEITURAS:

† Salmo 29
† Eclesiastes 3.9-14
† 1 Coríntios 15.12-20
† São João 5.24-27 


ORAÇÃO DO DIA:
Ó Senhor, por meio de teu servo João de Damasco, proclamaste com poder os mistérios da fé verdadeira. Confirma a nossa fé para que possamos confessar que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, cantando o louvor ao Senhor ressuscitado e para que, pelo poder da ressurreição, também possamos alcançar as alegrias da vida eterna, através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 981)

30/11/2014

Primeiro Domingo no Advento – 30 de novembro de 2014 (Ano B)

“Entrada em Jerusalém” (1497-1500), autor anônimo (Gdańsk) - National Museum in Warsaw (MNW)
O Senhor Jesus vem em mansidão e humildade para nos salvar

Muitas vezes oramos a Deus: “Oh! Se fendesses os céus e descesses!” (Is 64.1). E apesar de pedirmos para que Ele se vingue contra os nossos inimigos, “todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia” (Is 64.6). “Pecamos; por muito tempo temos pecado e havemos de ser salvos?“ (Is 64.5). No entanto, o Senhor não nos castiga com raiva. Ele vem em voluntária mansidão e humildade para nos salvar através da sua graça. Assim como Ele uma vez entrou em Jerusalém para sacrificar-se por nós na cruz (Mc 11.4-8), Ele continua vindo à sua Igreja com os frutos de sua Paixão. Através de seu ministério do Evangelho, somos "enriquecidos nele, em toda palavra e em todo o conhecimento", e assim ele nos "confirmará até o fim" (1 Co 1.5, 8). “Passará o céu e a terra”, mas as palavras do Senhor “não passarão” (Mc 13.31). Assim como Ele envia os discípulos para nos chamar para junto dele na comunhão da sua Igreja, assim também Ele "enviará os anjos" para reunir a nós e todos os seus eleitos "da extremidade da terra até à extremidade do céu" para viver eternamente junto com Ele no céu (Mc 13.27).

Cor litúrgica: Roxo ou Azul

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 64.1-9
† Salmo: Salmo 80.1-7 (antífona v. 7)
† Epístola: 1 Coríntios 1.3-9
† Santo Evangelho: S. Marcos 11.1-10 ou Marcos 13.24-37


ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Jesus, pedimos que venhas com o teu poder para que sejamos libertados dos nossos pecados, que ameaçam nos separar de ti, e salvos por tua poderosa libertação, pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

29/11/2014

29 de novembro - Comemoração do Santo Patriarca Noé


Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite. (Gênesis 8.22)

Comemoração do Justo Noé – 29 de novembro


Noé, filho de Lameque (Gn 5.30), foi instruído por Deus a construir uma arca, na sua família iria encontrar proteção das águas destrutivas de um dilúvio devastador que Deus advertiu que viria. Noé construiu a arca e as chuvas desceram. A terra inteira foi inundada destruindo “toda substância que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal” (Gn 7.23). Depois que as águas do dilúvio baixaram, a arca repousou sobre o monte Ararate. Quando Noé certificou que estavam seguros, e Deus confirmou isso, ele e sua família e todos os animais desembarcaram. Depois Noé construiu um altar e ofereceu um sacrifício de ação de graças a Deus por ter salvado sua família da destruição. Um arco-íris no céu foi declarado por Deus para ser um sinal de sua promessa de que nunca mais um dilúvio semelhante destruiria a terra inteira (Gn 8.20-22; 9.8-17). Noé é lembrado e homenageado por sua obediência, crendo que Deus faria o que disse que faria.

LEITURAS:

† Salmo 29
† Gênesis 7.1-5, 11-12, 17-23
† 1 Pedro 3.18-22
† São Mateus 24.36-44


ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, de acordo com teu estrito juízo tu condenaste o mundo descrente através do dilúvio, ainda conforme a tua grande misericórdia tu preservaste o crente Noé e sua família, oito almas ao todo. Concede que sejamos mantidos seguros e protegidos na santa arca da Igreja Cristã, a fim de que, com todos os crentes em tua promessa, sejamos declarados dignos da vida eterna, através de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.


Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 965-966)

27/11/2014

A Oração da Mesa



Vem, Senhor Jesus, sê o nosso convidado,
e tudo que nos dás, nos seja abençoado.

Komm, Herr Jesu; sei unser Gast;
und segne, was du uns bescheret hast.


Come, Lord Jesus, be our Guest;
And bless what you have bestowed.

Oração para o Dia de Ação de Graças

“Expectativa”, Charles Burton Barber (1845–1894)
Onipotente Deus, nosso Pai celestial, tuas misericórdias se renovam cada manhã e, apesar de não merecermos a tua bondade, provês graciosamente todas as necessidades do corpo e da alma. Concede-nos, te rogamos, teu Espírito Santo, para que reconheçamos sinceramente a tua misericordiosa mercê para conosco, demos graça por todos os teus benefícios e te sirvamos com voluntária obediência; mediante Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive, e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos sem fim. Amém.

Evangelho do Dia de Ação de Graças

“Jesus cura o leproso” (1864), Jean-Marie Melchior Doze (1827 – 1913)
Evangelho segundo S. Lucas 17.11-19

11   De caminho para Jerusalém, passava Jesus pelo meio de Samaria e da Galileia.
12   Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos,
13   que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós!
14   Ao vê-los, disse-lhes Jesus: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados.
15   Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz,
16   e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe; e este era samaritano.
17   Então, Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove?
18   Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?
19   E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Dia de Ação de Graças – 27 de novembro de 2014

“De joelhos em oração”, John Absolon (1815 –1895)
 Louvamos a Deus por sustentar a vida em e através de sua Palavra

A nação festeja com ação de graças pela abundante colheita da Terra, pelos frutos do trigo e grãos, tudo sob o amparo do cuidado onipotente de Deus. No entanto, "não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR" (Dt. 8.3). A Igreja é o instrumento pelo qual a Palavra de Deus penetra o mundo com sua Lei e Evangelho. É esta Palavra divina que proclama Jesus como a única fonte de vida, saúde e integridade. É Jesus que cura os leprosos com a sua Palavra: "Ide e mostrai-vos aos sacerdotes” (Lc 17.11-19). Dos dez leprosos purificados, apenas um expressa gratidão a Jesus. E a verdadeira gratidão procede de um coração sustentado pela fé. Jesus ordena àquele samaritano que ficou curado: “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou”. Assim também nós somos enviados do Culto Divino, animados pela bênção batismal e eucarística, para sermos agradecidos em nossas circunstâncias de fartura e fome, abundância e necessidade (Fp 4.6-20).

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Deuteronômio 8.1-10
† Salmo: Salmo 67 (antífona v. 7)
† Epístola: Filipenses 4.6-20 ou 1 Timóteo 2.1-4
† Santo Evangelho: S. Lucas.11-19


ORAÇÃO DO DIA:

Onipotente Deus, nosso Pai celestial, tuas misericórdias se renovam cada manhã e, apesar de não merecermos a tua bondade, provês graciosamente todas as necessidades do corpo e da alma. Concede-nos, te rogamos, teu Espírito Santo, para que reconheçamos sinceramente a tua misericordiosa mercê para conosco, demos graça por todos os teus benefícios e te sirvamos com voluntária obediência; mediante Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive, e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos sem fim. Amém.

26/11/2014

Onde está restaurada a alma, aí também está auxiliado o corpo



Há de se considerar o sacramento como medicina inteiramente salutar e consoladora, que te ajuda e te dá a vida, tanto na alma quanto no corpo. Porque onde está restaurada a alma, aí também está auxiliado o corpo.

-- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja (Catecismo Maior, Do Sacramento do Altar)

25/11/2014

Comemoração de Santa Catarina de Alexandria, Virgem e Mártir - 25 de novembro

“Santa Catarina de Alexandria” (de 1650 a 1655), Bartolomé Esteban Murillo (1617–1682)
Catarina era filha do Rei Costus e da Rainha Sabinela, de Alexandria, no Egito. Viveu no início do século IV e se destacava por sua grande beleza e intelectualidade. Ao ver como os cristãos estavam sendo torturados, ela censurou o imperador Maximino por sua crueldade, e com razões convincentes demonstrou a necessidade da fé cristã, a fim de ser salvo. Maximino convocou retóricos e filósofos para tornar Catarina descrente, mas diante do testemunho da jovem todos eles foram convertidos ao cristianismo, sendo tomados com um tal amor por Jesus Cristo, que se declararam dispostos a oferecer suas vidas por causa do Evangelho. Maximino ordenou executá-los  imediatamente. O imperador tentou então conquistar Catarina com lisonja e promessas, com o intuito de torná-la sua imperatriz, mas seus esforços foram igualmente infrutíferos.Catarina resistiu ao afago e a brutalidade do imperador. Derrotado em seus intentos o imperador decretou a prisão de Catarina, ordenando então que a jovem fosse dilacerada por uma roda munida de lâminas cortantes e ferros pontiagudos. Esta roda, porém, despedaçou-se ficando a serva de Cristo preservada do suplício. Após várias torturas, Catarina foi enfim decapitada em 25 de novembro de 305, oferecendo sua própria vida pela fé cristã.

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que entre as múltiplas obras de teu poder tens concedido mesmo na fraqueza das mulheres força para conquistar a vitória do martírio. Concede misericordiosamente que nós que comemoramos a bem-aventurada Catarina, tua virgem e mártir, possamos pelo seu exemplo estar próximos de ti; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos dos séculos. Amém. (LANG, Paul H. D. Ceremony and Celebration. Saint Louis: Concordia Publishing House, 1965. p. 179-180.)

23/11/2014

Evangelho Dominical – Último Domingo do Ano da Igreja (Próprio 29 – Ano A)

Mosaico do séc. VI em Ravena, ilustrando o Júizo Final.

Evangelho segundo S. Mateus 25.31-46

31 Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória;
32 e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas;
33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;
34 então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.
35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes;
36 estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.
37 Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?
38 E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos?
39 E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?
40 O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43 sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me.
44 E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos?
45 Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer.
46 E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Último Domingo do Ano da Igreja – 23 de novembro de 2014 (Próprio 29 – Ano A)

“Juízo Final”, Bartholomeus Spranger (1546 – 1611)
Através da Cruz de Cristo entramos no reino de nosso Deus e Pai

Quando o Senhor Jesus crucificado e ressuscitado vier para julgar os vivos e os mortos, "ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas" (Mt 25.32). "Aos que estiverem à sua direita", que foram crucificados e ressuscitados com Ele através do arrependimento e fé em seu Evangelho, Ele concederá o bendito Reino de seu Pai (Mt 25.34). Tendo sido justificados pela sua graça, eles viveram para a justiça em Deus (Mt 25.35-40.). Mas "aos que estiverem à sua esquerda", que confiaram em si mesmos e desprezaram seu próximo, serão apartados "para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25.41). Até aquele dia, o Senhor procura por suas ovelhas, “como o pastor busca o seu rebanho" (Ez 34.11-12). Através de sua pregação de arrependimento, Ele disciplina cabritos e ovelhas soberbas, “a gorda e a forte", mas através da pregação do perdão Ele alimenta a "ovelha magra", resgata a perdida, cura a ferida e fortalece a enferma (Ez 34.16, 20). Desta forma nosso Senhor destrói o poder da morte nos filhos de Adão através da sua cruz, de modo que "todos serão vivificados em Cristo" através de sua ressurreição (1 Co 15.20-26).

Cor litúrgica: Verde

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Ezequiel 34.11-16, 20-24
† Salmo: Salmo 95.1-7a (antífona v. 7a)
† Epístola: 1 Coríntios 15.20-28
† Santo Evangelho: S. Mateus 25.31-46

ORAÇÃO DO DIA:

Eterno Deus, misericordioso Pai, que escolheste teu Filho como juiz dos vivos e dos mortos, capacita-nos a esperar pelo dia da sua volta com nossos olhos fixos no Reino preparado por ti mesmo desde a fundação do mundo; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

22/11/2014

Comemoração de Santa Cecília, Mártir – 22 de novembro

“Santa Cecília” (1606), Guido Reni (1575-1642)

Santa Cecília tem seu nome ligado à música sacra devido a um relato de que cantava a Deus na ocasião de seu martírio. Por muito tempo se supôs que Cecília teria sido uma senhora nobre de Roma que, com seu marido Valeriano, seu irmão Tibúrcio, e um soldado romano chamado Máximo, sofreu o martírio, c. 230, sob o imperador Alexandre Severo. A pesquisa de Giovanni Battista de Rossi, no entanto, parece confirmar a afirmação do bispo de Poitiers, Venâncio Fortunato (c. 530-c. 600/609), de que ela tenha sido martirizada entre 176 e 180, na Sicília, sob o imperador Marco Aurélio. Cecília fora dada em casamento, contra a sua vontade, a um jovem pagão chamado Valeriano. Através do testemunho dela, seu marido converteu-se e recebeu o batismo. Valeriano, por sua vez, trouxe o irmão Tibúrcio à fé cristã. Turcius Almachius, prefeito de Roma, tomou conhecimento da conversão do dois irmãos e citou-os perante o tribunal, exigindo que abandonassem a fé cristã. Diante da recusa, foram condenados à morte e decapitados. Os oficiais do prefeito tentaram matar Cecília com água fervente. No entanto, a tentativa falhou e ela foi decapitada.

LEITURAS:

† Salmo 150
† Apocalipse 15.1-4
† S. Lucas 10.38-42


ORAÇÃO DO DIA:


Gracioso Deus, tua bem-aventurada mártir Cecília cantou em seu coração para fortalecimento do testemunho a ti. Nós te damos graças pelos músicos que tens dotados com a chama do Pentecostes e oramos para que possamos nos unir com eles no cântico de louvor da criação até que, ao fim possamos, com Cecília e todos os teus santos, participar do cântico dos redimidos pelo nosso Salvador Jesus Cristo; que contigo e o Espírito Santo vive e reina, um só Deus, na glória eterna. Amém.

19/11/2014

Isabel da Hungria, Lutero e Catarina e a Caridade Cristã

Santa Isabel da Hungria
 Nossos irmãos do Sínodo Missouri são ricamente agraciados com um livro devocional chamado Treasury of Daily Prayer (Tesouro de Oração Diário). O nome diz tudo. São preciosas meditações e orações para todos os dias, organizadas de acordo com o calendário litúrgico e que auxiliam os cristãos a orar sem cessar. Nas palavras do Prof. John T. Pless (Concordia Theological Seminary, Fort Wayn, EUA), este é um livro que leva a sério a compreensão de Lutero do Catecismo como um texto para ser rezado, sendo um testemunho literário da vitalidade espiritual do luteranismo confessional e ortodoxo. O Rev. Dr. R. Reed Lessing (Concordia Seminary, St. Louis, EUA) recomenda o Treasury para aquele que “deseja ser como o salmista, que medita na palavra de Deus de dia e de noite (Sl 1.2) de modo de que sua vida seja marcada pelo fruto duradouro do Espírito (Sl 1.3)”.

Muitas das publicações que postamos aqui têm sua fonte no Treasury, especialmente aquelas relativas à comemoração dos santos da igreja, que fazem parte da grande nuvem de testemunhas que nos rodeia (Hb 12.1). Desta forma e no espírito da Confessio Augustana, nos lembramos em nossas devoções diárias destes santos “para fortalecer a nossa fé ao vermos como receberam graça e foram ajudados pela fé; e, além disso, a fim de que tomemos exemplo de suas boas obras, cada qual de acordo com sua vocação” (CA XIV).

Para hoje, dia de Santa Isabel, o Treasury oferece uma bela oração, pedindo a Deus: “Poderoso Rei, cuja herança não é deste mundo, incute em nós a humildade e a benevolente caridade de Isabel da Hungria” (p. 929). Isabel é uma luz brilhante para o povo de Deus, apontando o caminho para acolhermos cada pessoa como sendo o próprio Cristo, e cada necessidade e sofrimento como sendo do próprio Cristo.

O Treasury ainda traz um trecho do comentário do Dr. Lutero sobre Gênesis 18.5: “… o próprio Deus está em nossa casa, está sendo alimentado em nossa casa, está deitado e descansando, todas as vezes que algum irmão piedoso no exílio por causa do Evangelho vem à nós e é recebido com hospitalidade por nós. Isso é chamado de amor fraternal ou caridade cristã. […] Se alguém crê sinceramente que está recebendo o próprio Senhor quando recebe um irmão pobre, não haveria necessidade de tais exortações ansiosas, zelosas e solícitas para fazer obras de amor. Nosso cofre, despensa e compaixão seriam abertos de uma vez em benefício dos irmãos. Não haveria nenhuma má vontade e juntamente com o piedoso Abraão correríamos ao encontro das pessoas miseráveis, as convidaríamos para entrar em nossas casas, apoderaríamos desta honra e distinção antes dos outros e diríamos: ‘Ó Senhor Jesus, vinde a mim. Desfruta meu pão, vinho, prata e ouro. Como isto está sendo bem investido por mim quando invisto em Ti!’ ” (pág. 928)

O que Lutero escreve aqui captura muito bem o espírito de Santa Isabel e também o que ele e sua esposa Catarina viveram. Eles sempre tiveram hóspedes à mesa: pastores que buscavam asilo, estudantes universitários, simpatizantes, amigos e afins. Coincidentemente, Santa Isabel e a família de Lutero ocuparam, em épocas distintas, a mesa casa, como célebres moradores do Castelo de Wartburgo. Ali Lutero recebia seus hóspedes assim como na Regra de São Bento, em que um monge quando recebia um estranho à porta, devia prostrar-se na frente do hóspede, pois Cristo é recebido na pessoa dele: "Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes" (Mt 25.35). As pessoas e discussões à mesa de Lutero eram tantas que os convidados tomaram notas do que finalmente veio a se tornar a volumosa coletânea de "Conversas à Mesa" (Tischreden, em alemão). Lutero tinha pouco senso de dinheiro e era desapegado. Lamentavelmente, após a sua morte, Catarina não tinha muito para viver.

Neste dia nos lembramos de Santa Isabel, e também de Martinho Lutero e sua esposa Catarina, como cristãos fiéis que acolheram em hospitalidade os peregrinos e damos graça a Deus que nos acolheu por intermédio de Nosso Senhor Jesus Cristo e nos tornou herdeiros de seu reino celestial.