07/03/2014

O martírio de Perpétua, Felicidade e seus companheiros cristãos

Do Livro dos Mártires, de John Foxe
Martírio de Perpétua, Felicidade, Revocato, Saturnino e Segundo, no Menologio de Basilio II (985 d. C.)
Severo, recuperado de uma grave doença pelos cuidados de um cristão, chegou a ser um grande favorecedor dos cristãos em geral; porém ao prevalecerem os prejuízos e a fúria da multidão ignorante, se puseram em ação umas leis obsoletas contra os cristãos. O avanço do cristianismo alarmava os pagãos, e reavivaram a mofada calúnia de imputar aos cristãos as desgraças acidentais que sobrevinham. Esta perseguição desencadeou-se em 192 d.C.
Mas embora rugia a malícia persecutória, contudo o Evangelho resplandecia brilhantemente; e firme como inexpugnável rocha resistia com êxito os ataques de seus gritantes inimigos. Tertuliano, quem viveu nesta época, nos informa que se os cristãos tivessem saído em multidão dos territórios romanos, o imperador teria ficado despovoado em grande modo. [...]
Estendendo-se as perseguições para a África, muitos foram martirizados naquele lugar do globo; mencionaremos os mais destacados dentre eles.
Perpétua, de uns vinte e dois anos, casada. Os que sofreram com ela foram Felicidade, uma mulher casada e já em muito avançado estado de gestação quando foi apreendida, Revocato, catecúmeno de Cartago, e um escravo. Os nomes dos outros presos destinados a sofrer nesta ocasião eram Saturnino, Segundo e Saturo. No dia indicado para sua execução foram conduzidos para o anfiteatro. A Saturo, Segundo e Revocato foi-lhe ordenado que corressem entre duas fileiras de feras, as quais os flagelavam severamente enquanto corriam. Felicidade e Perpétua foram despidas para lançá-las a um touro bravio, que se lançou primeiro contra Perpétua, deixando-a inconsciente; depois se abalançou contra Felicidade, e a escorneou terrivelmente; porém não estavam ainda mortas, pelo que o carrasco as liquidou com uma espada. Revocato e Saturo foram devorados pelas feras; Saturnino foi decapitado e Segundo morreu no cárcere. Estas execuções tiveram lugar no 8 de março do ano 205 d.C.

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