28/04/2014

Evangelho Dominical – Segundo Domingo de Páscoa

“A Dúvida de São Tomé” (1543-1547), Francesco de' Rossi (1510 — 1563)
Evangelho segundo S. João 20.19-31

19   Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!
20   E, dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor.
21   Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.
22   E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.
23   Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos.
24   Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
25   Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei.
26   Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!
27   E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.
28   Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!
29   Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.
30   Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro.
31   Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

26/04/2014

Segundo Domingo de Páscoa (Ano A) – 27 de abril de 2014

“Aparição através das portas trancadas” (entre 1308 e 1311), Duccio (1260–1318)
Cristo Jesus sopra seu Espírito e sua Vida em nós pelo Ministério do Evangelho

O Senhor Jesus crucificado e ressuscitado instituiu o Ministério do Evangelho, a fim de conceder o seu Espírito Santo doador da vida e sua paz sobre a Igreja. Para aqueles que são chamados e ordenados para este Ministério e aqueles a quem eles servem em seu nome, Ele concede a Santa Absolvição de todos os pecados. Pelos frutos da sua cruz Ele substitui o medo e a dúvida com paz e alegria e, assim, concede " a Israel o arrependimento e a remissão de pecados" (Atos 5.31). Através da pregação de seus enviados Ele nos chama para crer que Ele "é o Cristo, o Filho de Deus", de modo que por tal fé tenhamos " vida em seu nome" (João 20.31). Em sua ressurreição, temos a "viva esperança" para a qual Ele "nos gerou de novo" e pela qual somos guardados "para a salvação preparada para revelar-se no último tempo" (1 Pedro 1.3, 5). Até este momento, "não o havendo visto, amais" a Ele e pelas misericórdias de Deus você crê em Deus e exulta “com alegria indizível e cheia de glória” (1 Pedro 1.8).

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Atos 5.29-42
† Salmo: Salmo 148 (antífona v. 13)
† Epístola: 1 Pedro 1.3-9
† Santo Evangelho: S. João 20.19-31

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, concede que nós, que celebramos a ressurreição de nosso Senhor, possamos por tua graça confessar em nossa vida e por nosso falar que Jesus é Senhor e Deus; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

24/04/2014

Comemoração de Johann Walter, Mestre de capela - 24 de abril


Johann Walter (1496-1570) começou sua carreira como compositor e cantor na capela da corte de Frederico, o Sábio, com 21 anos de idade. Em 1524, publicou uma coleção de hinos arranjados de acordo com o Ano da Igreja. Além de servir por 30 anos como mestre de capela nas cidades de Torgau e Dresden, também auxiliou Martinho Lutero na preparação da Missa Alemã (Deutsche Messe) de 1526. Walter é lembrado como o primeiro mestre de capela e compositor de música sacra da Igreja Luterana.

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Senhor Deus, através da vida, morte e ressurreição de teu Filho Jesus Cristo e pelo poder do Espírito Santo, a revelação de teu mistério da salvação é agora revelado e dado a conhecer a todas as nações. Concede que este mistério da salvação, assim como confessado por Johann e todos aqueles que agora descansam de seus labores, continue a guiar a tua Igreja na terra, enquanto aguardamos pelo dia em que virás do céu uma última vez e antecipará a nova criação; através Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

23/04/2014

Evangelho do Dia – Quarta-feira de Páscoa

“Cristo com São Pedro e os Discípulos no Mar da Galileia”, Lucas Gassel (1495/1500–1568/1569)

Evangelho segundo S. João 21.1-14

1   Depois disto, tornou Jesus a manifestar-se aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e foi assim que ele se manifestou:
2   estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e mais dois dos seus discípulos.
3   Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Disseram-lhe os outros: Também nós vamos contigo. Saíram, e entraram no barco, e, naquela noite, nada apanharam.
4   Mas, ao clarear da madrugada, estava Jesus na praia; todavia, os discípulos não reconheceram que era ele.
5   Perguntou-lhes Jesus: Filhos, tendes aí alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não.
6   Então, lhes disse: Lançai a rede à direita do barco e achareis. Assim fizeram e já não podiam puxar a rede, tão grande era a quantidade de peixes.
7   Aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor! Simão Pedro, ouvindo que era o Senhor, cingiu-se com sua veste, porque se havia despido, e lançou-se ao mar;
8   mas os outros discípulos vieram no barquinho puxando a rede com os peixes; porque não estavam distantes da terra senão quase duzentos côvados.
9   Ao saltarem em terra, viram ali umas brasas e, em cima, peixes; e havia também pão.
10   Disse-lhes Jesus: Trazei alguns dos peixes que acabastes de apanhar.
11   Simão Pedro entrou no barco e arrastou a rede para a terra, cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e, não obstante serem tantos, a rede não se rompeu.
12   Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? Porque sabiam que era o Senhor.
13   Veio Jesus, tomou o pão, e lhes deu, e, de igual modo, o peixe.
14   E já era esta a terceira vez que Jesus se manifestava aos discípulos, depois de ressuscitado dentre os mortos.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

22/04/2014

Evangelho do Dia – Terça-feira de Páscoa

“Aparecimento através das portas trancadas” (entre 1308 e 1311), Duccio (1260–1318)
Evangelho segundo S. Lucas 24.36-49

36   Falavam ainda estas coisas quando Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: Paz seja convosco!
37   Eles, porém, surpresos e atemorizados, acreditavam estarem vendo um espírito.
38   Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração?
39   Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.
40   Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
41   E, por não acreditarem eles ainda, por causa da alegria, e estando admirados, Jesus lhes disse: Tendes aqui alguma coisa que comer?
42   Então, lhe apresentaram um pedaço de peixe assado [e um favo de mel].
43   E ele comeu na presença deles.
44   A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.
45   Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras;
46   e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia
47   e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.
48   Vós sois testemunhas destas coisas.
49   Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

21/04/2014

Evangelho do Dia – Segunda-feira de Páscoa

“Ceia em Emaús” (1506), Marco Marziale (em atividade de 1492/1493 a 1507)
Evangelho segundo S. Lucas 24.13-35

13   Naquele mesmo dia, dois deles estavam de caminho para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios.
14   E iam conversando a respeito de todas as coisas sucedidas.
15   Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles.
16   Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer.
17   Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos.
18   Um, porém, chamado Cleopas, respondeu, dizendo: És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignoras as ocorrências destes últimos dias?
19   Ele lhes perguntou: Quais? E explicaram: O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo,
20   e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.
21   Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam.
22   É verdade também que algumas mulheres, das que conosco estavam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo;
23   e, não achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os quais afirmam que ele vive.
24   De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram.
25   Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!
26   Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?
27   E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.
28   Quando se aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele menção de passar adiante.
29   Mas eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E entrou para ficar com eles.
30   E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu;
31   então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles.
32   E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?
33   E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e outros com eles,
34   os quais diziam: O Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão!
35   Então, os dois contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no partir do pão.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Segunda-feira de Páscoa – 21 de abril de 2014

“Ceia em Emaús”, Philippe de Champaigne (1602- 1674)

O Cordeiro Pascal de Deus é conhecido no partir do pão

A celebração da Páscoa é uma festa sem fim , pois "Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado" (1 Co 5.7). " Por isso, celebremos a festa" (1 Co 5.8) e cantemos "ao Senhor, porque triunfou gloriosamente" (Êx 15.1). Ele é nossa força e nosso cântico pois tornou-se a nossa salvação. "Tiraram a vida" dele, "pendurando-o no madeiro", mas "a este ressuscitou Deus ao terceiro dia" (Atos 10.39). Suas testemunhas escolhidas – " nós que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dos mortos" (Atos 10.41) –, agora pregam "o perdão dos pecados pelo seu nome" (Atos 10.43). Por meio dessa pregação Jesus se aproxima e nos leva para sua santa morada. Ele abre as Escrituras para nós e abre nossas mentes para compreender "o que a seu respeito constava em todas as Escrituras" (Lc 24.27). Ele abre os nossos olhos para reconhecer suas chagas e conhecê-lo "no partir do pão" (Lc 24.35). À sua mesa, Ele derrama o Espírito do Pai sobre nós, para que sejamos salvos; sejamos despertados do pó da terra, não para vergonha e desprezo eterno, mas "para a vida eterna" (Dn 12.2).

Cor litúrgica: Branca ou Dourada

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Êxodo 15.1-18 ou Daniel 12.1c-3
† Salmo: Salmo 100 (antífona. v. 5)
† Epístola: Atos 10.34-43 ou 1 Coríntios 5.6b- 8
† Santo Evangelho: S. Lucas 24.13-35 (36-49)

ORAÇÃO DO DIA

Ó Deus, que na festa da Páscoa restauraste toda a criação, continua a enviar teus dons celestiais sobre o teu povo para que possamos caminhar em perfeita liberdade e receber vida eterna; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

20/04/2014

Evangelho Dominical – Domingo de Páscoa

“Jesus aparece a Maria Madalena” (1581), Lavinia Fontana (1552-1614)
Evangelho segundo S. João 28.1-10

1   No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra estava revolvida.
2   Então, correu e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram.
3   Saiu, pois, Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro.
4   Ambos corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro;
5   e, abaixando-se, viu os lençóis de linho; todavia, não entrou.
6   Então, Simão Pedro, seguindo-o, chegou e entrou no sepulcro. Ele também viu os lençóis,
7   e o lenço que estivera sobre a cabeça de Jesus, e que não estava com os lençóis, mas deixado num lugar à parte.
8   Então, entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu.
9   Pois ainda não tinham compreendido a Escritura, que era necessário ressuscitar ele dentre os mortos.
10   E voltaram os discípulos outra vez para casa.
11   Maria, entretanto, permanecia junto à entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se, e olhou para dentro do túmulo,
12   e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um à cabeceira e outro aos pés.
13   Então, eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela lhes respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.
14   Tendo dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus.
15   Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
16   Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)!
17   Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.
18   Então, saiu Maria Madalena anunciando aos discípulos: Vi o Senhor! E contava que ele lhe dissera estas coisas.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

A Ressurreição de Nosso Senhor - Domingo de Páscoa - 20 de abril de 2014 (Ano A)

“Ressurreição de Cristo” (1499 a 1502), Rafael Sanzio (1483–1520)
Cor litúrgica: Branca ou Dourada

INTROITO:
Êxodo 15.2a,6,13,17-18; antífona: Êxodo 15.1b

Cantarei ao SENHOR, porque triunfou gloriosamente.
O SENHOR é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei.
A tua destra, ó SENHOR, é gloriosa em poder; a tua destra, ó SENHOR, despedaça o inimigo.
Com a tua beneficência guiaste o povo que salvaste; com a tua força o levaste à habitação da tua santidade.
Tu o introduzirás e o plantarás no monte da tua herança, no lugar que aparelhaste, ó SENHOR, para a tua habitação, no santuário, ó Senhor, que as tuas mãos estabeleceram.
O SENHOR reinará por todo o sempre.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora é, e para sempre será - de eternidade a eternidade. Amém.
Cantarei ao SENHOR, porque triunfou gloriosamente.

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Êxodo 14.10-15-1
† Salmo: Salmo 118.15–29 (antífona. v. 1)
† Epístola: 1 Coríntios 15.1-11
† Santo Evangelho: S. João 20.1-18

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus e Pai, que através de teu único Filho Jesus Cristo venceste a morte e abriste para nós o portão da vida eterna, faze com que nós, ao celebrarmos com alegria o dia da ressurreição do Senhor, possamos ser ressuscitados da morte do pecado pelo teu Espírito doador da vida; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

19/04/2014

Evangelho do Dia – Sábado de Aleluia

“Deposição de Cristo” (1602-1604), Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610)
Evangelho segundo S. Mateus 27.57-66

57   Caindo a tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que era também discípulo de Jesus.
58   Este foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que lho fosse entregue.
59   E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo de linho
60   e o depositou no seu túmulo novo, que fizera abrir na rocha; e, rolando uma grande pedra para a entrada do sepulcro, se retirou.
61   Achavam-se ali, sentadas em frente da sepultura, Maria Madalena e a outra Maria.
62   No dia seguinte, que é o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus e, dirigindo-se a Pilatos,
63   disseram-lhe: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, enquanto vivia, disse: Depois de três dias ressuscitarei.
64   Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, para não suceder que, vindo os discípulos, o roubem e depois digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e será o último embuste pior que o primeiro.
65   Disse-lhes Pilatos: Aí tendes uma escolta; ide e guardai o sepulcro como bem vos parecer.
66   Indo eles, montaram guarda ao sepulcro, selando a pedra e deixando ali a escolta.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Sábado de Aleluia – 19 de abril de 2014

“A Deposição de Cristo” (c. 1645), Mathieu Le Nain (1607–1677)
Cor litúrgica: Preta

INTROITO
Salmo 88.1,6-7,8c-9; antífona Salmo 88.3

A minha alma está farta de males, e a minha vida já se abeira da morte.
Ó SENHOR, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti.
Puseste-me na mais profunda cova, nos lugares tenebrosos, nos abismos.
Sobre mim pesa a tua ira; tu me abates com todas as tuas ondas.
Estou preso e não vejo como sair.
Os meus olhos desfalecem de aflição; dia após dia, venho clamando a ti, SENHOR, e te levanto as minhas mãos.
A minha alma está farta de males, e a minha vida já se abeira da morte.

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Daniel 6.1-24
† Salmo: Salmo 16 (antífona v. 10)
† Epístola: 1 Pedro 4.1-8
† Santo Evangelho: S. Mateus 27.57-66

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, Criador dos céus e da terra, concede que assim como o corpo crucificado de teu amado Filho foi colocado na tumba e descansou neste santo sábado, da mesma forma possamos aguardar com ele a vinda do terceiro dia e ressuscitar com Cristo para uma nova vida, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. 

18/04/2014

Evangelho do Dia - Sexta-feira Santa

“Cristo Carregando a Cruz” (1737-38), Giovanni Battista Tiepolo
Evangelho segundo S. João 19.17-30

17 Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico,
 18 onde o crucificaram e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.
 19 Pilatos escreveu também um título e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS.
 20 Muitos judeus leram este título, porque o lugar em que Jesus fora crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego.
 21 Os principais sacerdotes diziam a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, e sim que ele disse: Sou o rei dos judeus.
 22 Respondeu Pilatos: O que escrevi escrevi.
 23 Os soldados, pois, quando crucificaram Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte; e pegaram também a túnica. A túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo.
 24 Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela para ver a quem caberá -- para se cumprir a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. Assim, pois, o fizeram os soldados.
 25 E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena.
 26 Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho.
 27 Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa.
 28 Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede!
 29 Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lha chegaram à boca.
 30 Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Sexta-feira Santa – 18 de abril de 2014

“Crucificação” (c. 1526), Albrecht Altdorfer (c. 1480-1538)
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo

Jesus, o Cordeiro de Deus, é levado ao matadouro da sua cruz como o Sacrifício da Expiação pelo pecado do mundo. "Desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer" (Is 53.3 ), ele é o Servo justo que justifica muitos por intermédio de seu sofrimento e morte inocentes. Ele carregou nossas dores e tristezas; ele foi ferido pelas nossas transgressões; ele foi moído pelas nossas iniquidades; ele sofreu o nosso castigo; e “pelas suas pisaduras fomos sarados" (Is 53.4-5). Como Filho de Deus, ele satisfaz a Lei por nós em carne humana, e assim cumpre as Escrituras (Jo 19.7, 24). Em perfeita fé e fidelidade, ele compartilha todas as nossas fraquezas e tentações, “mas sem pecado” (Hb 4.15). Como nosso misericordioso Sumo Sacerdote ele nos leva ao Pai em paz, “intercede pelos transgressores” (Is 53.12) e junta as nossas orações com a sua, para que sejam ouvidas "por causa da sua piedade" (Hb 5.7). De sua Cruz ele nos dá o seu Espírito (Jo 19.30), nos lava com a água do seu lado, e nos cobre com o seu sangue (Jo 19.34).

Cor litúrgica: Preta

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 52.13-53.12
† Salmo: Salmo 22  (antífona v. 1) ou Salmo 31 (antífona v. 1)
† Epístola: Hebreus 4.14-16; 5.7-9
† Santo Evangelho: S. João 18.1 – 19.42 (ou S. João 19-17-30)

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, graciosamente mantém esta tua família, por quem nosso Senhor Jesus Cristo aceitou ser traído e entregue nas mãos de homens pecadores para sofrer a morte sobre a cruz; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

O Tríduo Pascal


A celebração mais solene do calendário cristão é o período da Quinta-feira Santa até o Sábado de Aleluia. Os cultos nestes dias ou noites são tradicionalmente considerados parte de uma única celebração estendida chamada Tríduo (do latim Triduum, que significa “três dias”). Nos primórdios da igreja cristã, os eventos do Tríduo eram celebrados em um culto contínuo de um dia e uma noite chamado Pascha (da transliteração grega da palavra hebraica para Páscoa).

A Quinta-feira Santa


A primeira parte do Tríduo começa na noite de Quinta-feira Santa (também chamada de Endoenças), durante a qual os cristãos lembram os acontecimentos que tiveram lugar na noite em que Jesus foi traído. Os evangelhos de S. Mateus, S. Marcos e S. Lucas concentram-se na instituição da Ceia do Senhor (S. Mateus 26.20-30, S. Marcos 14.17-26 e S. Lucas 22.14-35). O evangelho de S. João enfoca os ensinamentos finais de Nosso Senhor aos seus discípulos, pontuado de forma dramática quando Ele lava seus pés (S. João 13-17).
Algumas congregações revivem o ritual do lava-pés nesta noite. No entanto, o verdadeiro clímax do culto da Quinta-feira Santa é a celebração da Ceia do Senhor. Esta noite é o “aniversário” do sacramento e, portanto, um acontecimento memorável, até mesmo nas igrejas que celebram a Santa Comunhão todos os domingos.
Terminado o sacramento, acontece o desnudamento do altar. Os ministros e acólitos removem todos os vasos sagrados, cruzes, livros litúrgicos, velas, alfaias sagradas, paramentos, estandartes e outras ornamentações do altar e arredores. Este antigo ritual é uma reencenação poderosa e dramática da humilhação do Senhor nas mãos dos soldados romanos. Enquanto o altar é desnudado, o Salmo 22 (contendo profecias claras do sofrimento de Cristo) é cantado ou lido. O altar desnudado ou adornado apenas com paramentos pretos, é transformado de mesa da comunhão da Quinta-feira Santa em laje do túmulo da Sexta-feira Santa.

A Sexta-feira Santa


Sexta-feira Santa, o segundo dia do Tríduo, é a lembrança solene da morte de Jesus na cruz.
O culto da Sexta-feira Santa é marcado pela austeridade e silêncio. A música de instrumentos é minimizada ou eliminada. O altar permanece completamente desnudado e as leituras são os pontos focais do culto. A narrativa da paixão do evangelho de S. João (S. João 18.1-19.42) é, tradicionalmente, o texto indicado para este dia.
Apesar da solenidade que envolve o culto de Sexta-feira Santa, não é um funeral de Jesus, mas sim um momento de contemplação silenciosa e solene de sua grande obra salvadora, na certeza de que a morte não o pode deter.

A Vigília Pascal

O terceiro e último dia do Tríduo é o Sábado de Aleluia, conhecido desde a antiguidade como a Grande Vigília. Este rito litúrgico consiste de três ofícios: o Ofício da Luz, o Ofício do Santo Batismo e o Ofício da Santa Comunhão.
O primeiro deles é o Ofício da Luz (ou Lucernário). Ocorre uma dramática reversão do Ofício Tenebrae da Sexta-feira Santa. A congregação se reúne na escuridão fora da igreja. A todos são dadas velas apagadas. O pastor que preside a celebração acende uma pequena fogueira, um símbolo da coluna de fogo que guiou o povo de Israel durante a noite (Êxodo 13.21-22). A partir deste fogo, o Círio Pascal, uma vela grande e branca, simbolizando a presença do Senhor ressuscitado, é iluminado. Todos acendem suas velas a partir do Círio Pascal que um carregador leva em seguida para o santuário, colocando-o em sua posição junto ao altar. Todos seguem em lenta procissão para os bancos na igreja escura. Canta-se o Exsultet, uma proclamação pascal ou um hino em louvor ao Cristo ressuscitado.
O Ofício do Santo Batismo é a segunda parte da Vigília Pascal. São lidas várias porções do Antigo Testamento que prefiguram o sacramento do Santo Batismo. O batismo é administrado a crianças e adultos. O clímax da Vigília Pascal é o Ofício da Santa Comunhão. O Círio Pascal é devolvido à sua posição perto do altar. As velas do altar e outras velas outras no santuário são iluminados a partir dele. O pastor que preside a celebração, cumprimenta com a antiga saudação: Aleluia! Cristo ressuscitou! A congregação responde: Ele verdadeiramente ressuscitou! Aleluia! Todos se reúnem para cantar o Gloria in Excelsis, um hino que não havia sido cantado na igreja desde o Último Domingo depois da Epifania.

17/04/2014

Evangelho do Dia - Quinta-feira Santa

“A Última Ceia” (c. 1652), Philippe de Champaigne (1602-1674)
Evangelho segundo S. João 12.1-23

17 No primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, vieram os discípulos a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa?
 18 E ele lhes respondeu: Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos.
 19 E eles fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
 20 Chegada a tarde, pôs-se ele à mesa com os doze discípulos.
 21 E, enquanto comiam, declarou Jesus: Em verdade vos digo que um dentre vós me trairá.
 22 E eles, muitíssimo contristados, começaram um por um a perguntar-lhe: Porventura, sou eu, Senhor?
 23 E ele respondeu: O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá.
 24 O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido!
 25 Então, Judas, que o traía, perguntou: Acaso, sou eu, Mestre? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste.
 26 Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.
 27 A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos;
 28 porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.
 29 E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai.
 30 E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Quinta-feira Santa – 17 de abril de 2014

“A Última Ceia” (1624-25), Daniele  Respi (c. 1590-1630)
Amemo-nos uns aos outros, assim como Jesus Cristo nos amou e nos ama até o fim

A "Páscoa do Senhor" (Êx 12.11) e "o sangue da aliança" no Monte Sinai (Êx 24.8) prefiguram a Ceia do Senhor. O sangue de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, agora nos cobre e nós celebramos a sua Ceia "como solenidade ao Senhor" (Êx 12.13-14). Nele vemos "o Deus de Israel" (Êx 24.9) e, no entanto, Ele não põe a mão sobre nós para nos punir, mas de sua mão nós comemos e bebemos em paz. Como nosso Sumo Sacerdote, “pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hb 9.11-12). Ele derramou seu próprio sangue, a fim de "purificar a nossa consciência" e nos trazer diante de seu Deus e Pai "sem mácula" (Hb 9.14). Os Santos Apóstolos receberam esta Nova Aliança no seu sangue do próprio Senhor Jesus, “na noite em que foi traído”, e eles a entregaram para a sua Igreja, que nós também recebemos agora em nome e memória de Cristo (1 Co 11.23-26; Mt 26.26-28). Já que ele tem "amado os seus que estavam no mundo" e Ele nos ama "até o fim" (Jo 13.1), vamos também "amar uns aos outros" (João 13.34).

Cor litúrgica: Branca, Escarlate ou Roxa

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Êxodo 24.3-11 ou Êxodo 12.1-14
† Salmo: Salmo 116.12-19  (antífona v. 17)
† Epístola: Hebreus 9.11-22 ou 1 Coríntios 11.23-32
† Santo Evangelho: S. Mateus 26.17-30 ou S. João 13.1-17, 31b-35

ORAÇÃO DO DIA:


Ó Senhor, que neste maravilhoso sacramento nos deixaste uma lembrança do teu sofrimento, concede que possamos receber o sagrado mistério do teu corpo e sangue para que os frutos de tua redenção possam continuamente ser manifestos em nós; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Almeida Revista e Atualizada (ARA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).

16/04/2014

Quarta-feira na Semana Santa – 16 de abril de 2014

Judas retirando-se da Última Ceia, na pintura de Carl Heinrich Bloch (1834–1890)
Cor litúrgica: Escarlate ou Roxo

INTROITO:
Salmo 56.1-4a; antífona Salmo 56.11

Neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer o homem?
Ao mestre de canto. Segundo a melodia A pomba nos terebintos distantes. Hino de Davi, quando os filisteus o prenderam em Gate Tem misericórdia de mim, ó Deus, porque o homem procura ferir-me; e me oprime pelejando todo o dia.
Os que me espreitam continuamente querem ferir-me; e são muitos os que atrevidamente me combatem.
Em me vindo o temor, hei de confiar em ti.
Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei.
Neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer o homem?

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 62.11-63.7
† Salmo: Salmo 70  (antífona v. 5)
† Epístola: Romanos 5.6-11
† Santo Evangelho: S. Lucas 22.1-23.56 ou S. João 13.16-38

ORAÇÃO DO DIA:

Misericordioso e eterno Deus, que não poupaste a teu único Filho, mas o entregaste por todos nós para carregar nossos pecados na cruz, concede que nossos corações possam estar de tal forma fixados com fé nele que não tenhamos medo do poder do pecado, da morte e do diabo; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

15/04/2014

Terça-feira na Semana Santa – 15 de abril de 2014

“Agonia no Jardim” (entre 1458 e 1460), Andrea Mantegna (1431–1506)
Cor litúrgica: Escarlate ou Roxo

INTROITO:
Salmo 42.3,9-10; antífona Salmo 42.5

Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.
As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está?
Digo a Deus, minha rocha: por que te olvidaste de mim? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos?
Esmigalham-se-me os ossos, quando os meus adversários me insultam, dizendo e dizendo: O teu Deus, onde está?
Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 49.1-7
† Salmo: Salmo 71.1-14 (antífona v. 9)
† Epístola: 1 Coríntios 1.18-25 (26-31)
† Santo Evangelho: S. Marcos 14.1-15.47 ou S. João 12. 23-50

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, concede que por tua graça possamos passar por este santo tempo da paixão do Senhor e obtermos o perdão dos nossos pecados; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

14/04/2014

Evangelho da Segunda-feira na Semana Santa

“A Unção de Jesus em Betânia”, gravura de Julius Schnorr von Carolsfeld (1851-1860) na “Bibel in Bildern” (1860).

Evangelho segundo S. João 12.1-23

12.1   Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos.
12.2   Deram-lhe, pois, ali, uma ceia; Marta servia, sendo Lázaro um dos que estavam com ele à mesa.
12.3   Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo.
12.4   Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, o que estava para traí-lo, disse:
12.5   Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres?
12.6   Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava.
12.7   Jesus, entretanto, disse: Deixa-a! Que ela guarde isto para o dia em que me embalsamarem;
12.8   porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes.
12.9   Soube numerosa multidão dos judeus que Jesus estava ali, e lá foram não só por causa dele, mas também para verem Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos.
12.10   Mas os principais sacerdotes resolveram matar também Lázaro;
12.11   porque muitos dos judeus, por causa dele, voltavam crendo em Jesus.
12.12   No dia seguinte, a numerosa multidão que viera à festa, tendo ouvido que Jesus estava de caminho para Jerusalém,
12.13   tomou ramos de palmeiras e saiu ao seu encontro, clamando: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel!
12.14   E Jesus, tendo conseguido um jumentinho, montou-o, segundo está escrito:
12.15   Não temas, filha de Sião, eis que o teu Rei aí vem, montado em um filho de jumenta.
12.16   Seus discípulos a princípio não compreenderam isto; quando, porém, Jesus foi glorificado, então, eles se lembraram de que estas coisas estavam escritas a respeito dele e também de que isso lhe fizeram.
12.17   Dava, pois, testemunho disto a multidão que estivera com ele, quando chamara a Lázaro do túmulo e o levantara dentre os mortos.
12.18   Por causa disso, também, a multidão lhe saiu ao encontro, pois ouviu que ele fizera este sinal.
12.19   De sorte que os fariseus disseram entre si: Vede que nada aproveitais! Eis aí vai o mundo após ele.
12.20   Ora, entre os que subiram para adorar durante a festa, havia alguns gregos;
12.21   estes, pois, se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus.
12.22   Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus.
12.23   Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Segunda-feira na Semana Santa – 14 de abril de 2014

A Ceia em Betânia, Jesus Cristo é ungido por Maria Madalena; Mestre François; c. 1475-80; manuscrito MMW 10 A 11, livro 1,13 (Museum Meermanno Westreenianum, Koninklijke Bibliotheek, The Hague)
Cor litúrgica: Escarlate ou Roxo

INTROITO:
Salmo 31.10-11, 13-15; antífona Salmo 31.9

Compadece-te de mim, SENHOR, porque me sinto atribulado; de tristeza os meus olhos se consomem, e a minha alma e o meu corpo.
Gasta-se a minha vida na tristeza, e os meus anos, em gemidos; debilita-se a minha força, por causa da minha iniquidade, e os meus ossos se consomem.
Tornei-me opróbrio para todos os meus adversários, espanto para os meus vizinhos e horror para os meus conhecidos; os que me vêem na rua fogem de mim.
Pois tenho ouvido a murmuração de muitos, terror por todos os lados; conspirando contra mim, tramam tirar-me a vida.
Quanto a mim, confio em ti, SENHOR. Eu disse: tu és o meu Deus.
Nas tuas mãos, estão os meus dias; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos meus perseguidores.
Compadece-te de mim, SENHOR, porque me sinto atribulado; de tristeza os meus olhos se consomem, e a minha alma e o meu corpo.

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 50.5-10
† Salmo: Salmo 36.5-10  (antífona v. 9)
† Epístola: Hebreus 9.11-15
† Santo Evangelho: S. Mateus 26.1-27.66 ou S. João 12.1-23

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, concede que, em meio a todas as nossas falhas e deficiências, possamos ser restaurados pelo sofrimento e intercessão de teu unigênito Filho, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Ele remove todo o medo e tremor


Palmarum

Sermão de Martinho Lutero sobre São Mateus 21.1-9 (Postila da Igreja de 1521)

Ao convidar a filha de Sião e a filha de Jerusalém para jubilar e alegrar, o profeta nos dá a entender copiosamente que a vinda deste Rei é mais confortante para cada consciência sobrecarregada pelo pecado, uma vez que Ele remove todo o medo e tremor, para que as pessoas não fujam dele e não o vejam como um juiz severo, que vai pressioná-los com a Lei de Moisés, de modo que não poderiam ter uma alegre confiança em Deus, visto que o conhecimento e a compreensão do pecado procedem naturalmente da Lei. Mas Ele quer estimulá-los com essa primeira palavra a esperar dele toda a graça e bondade. Por que outra razão Ele convidaria a exultar e os ordenaria até mesmo a gritar e estarem muito alegres! Ele diz esse mandado de Deus a todos os que estão em sofrimento e com medo de Deus. Ele também mostra que esta é a vontade e intenção plena de Deus e pede que eles nutram jubilosa confiança nele contra o medo e o susto natural. E esta é a voz natural do Evangelho que o profeta aqui começa a pregar, assim como Cristo também fala no Evangelho e os apóstolos sempre admoestam a alegrar-se em Cristo, como ouviremos mais adiante.
Está igualmente cheia de significado o fato de que Ele vem do Monte das Oliveiras. Devemos perceber que esta graça, por causa de sua grandeza, se poderia chamar uma montanha de graça, uma graça que não é apenas uma gota ou punhado, mas a graça abundante e amontoada como uma montanha.

The Sermons of Martin Luther. Volume I:17-58 (Grand Rapids: Baker Book House) p. 30.

13/04/2014

Evangelho Dominical – Procissão de Ramos

“Entrada de Cristo em Jerusalém”, Santi di Tito (1536 — 1602 ou 1603)
Evangelho segundo S. João 12.12-19

12 No dia seguinte, a numerosa multidão que viera à festa, tendo ouvido que Jesus estava de caminho para Jerusalém,
 13 tomou ramos de palmeiras e saiu ao seu encontro, clamando: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel!
 14 E Jesus, tendo conseguido um jumentinho, montou-o, segundo está escrito:
 15 Não temas, filha de Sião, eis que o teu Rei aí vem, montado em um filho de jumenta.
 16 Seus discípulos a princípio não compreenderam isto; quando, porém, Jesus foi glorificado, então, eles se lembraram de que estas coisas estavam escritas a respeito dele e também de que isso lhe fizeram.
 17 Dava, pois, testemunho disto a multidão que estivera com ele, quando chamara a Lázaro do túmulo e o levantara dentre os mortos.
 18 Por causa disso, também, a multidão lhe saiu ao encontro, pois ouviu que ele fizera este sinal.
 19 De sorte que os fariseus disseram entre si: Vede que nada aproveitais! Eis aí vai o mundo após ele.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Evangelho Dominical – Domingo da Paixão

“Cristo Carregando a Cruz” (c. 1578) El Greco (1541–1614)

Evangelho segundo S. Mateus 26.1-27.66

1 Tendo Jesus acabado todos estes ensinamentos, disse a seus discípulos:
 2 Sabeis que, daqui a dois dias, celebrar-se-á a Páscoa; e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado.
 3 Então, os principais sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram no palácio do sumo sacerdote, chamado Caifás;
 4 e deliberaram prender Jesus, à traição, e matá-lo.
 5 Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.
 6 Ora, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso,
 7 aproximou-se dele uma mulher, trazendo um vaso de alabastro cheio de precioso bálsamo, que lhe derramou sobre a cabeça, estando ele à mesa.
 8 Vendo isto, indignaram-se os discípulos e disseram: Para que este desperdício?
 9 Pois este perfume podia ser vendido por muito dinheiro e dar-se aos pobres.
 10 Mas Jesus, sabendo disto, disse-lhes: Por que molestais esta mulher? Ela praticou boa ação para comigo.
 11 Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes;
 12 pois, derramando este perfume sobre o meu corpo, ela o fez para o meu sepultamento.
 13 Em verdade vos digo: Onde for pregado em todo o mundo este evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua.
 14 Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais sacerdotes, propôs:
 15 Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata.
 16 E, desse momento em diante, buscava ele uma boa ocasião para o entregar.
 17 No primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, vieram os discípulos a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa?
 18 E ele lhes respondeu: Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos.
 19 E eles fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
 20 Chegada a tarde, pôs-se ele à mesa com os doze discípulos.
 21 E, enquanto comiam, declarou Jesus: Em verdade vos digo que um dentre vós me trairá.
 22 E eles, muitíssimo contristados, começaram um por um a perguntar-lhe: Porventura, sou eu, Senhor?
 23 E ele respondeu: O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá.
 24 O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido!
 25 Então, Judas, que o traía, perguntou: Acaso, sou eu, Mestre? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste.
 26 Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.
 27 A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos;
 28 porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.
 29 E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai.
 30 E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.
 31 Então, Jesus lhes disse: Esta noite, todos vós vos escandalizareis comigo; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas.
 32 Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galileia.
 33 Disse-lhe Pedro: Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim.
 34 Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.
 35 Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.
 36 Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar;
 37 e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.
 38 Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.
 39 Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.
 40 E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?
 41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
 42 Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.
 43 E, voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados.
 44 Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.
 45 Então, voltou para os discípulos e lhes disse: Ainda dormis e repousais! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores.
 46 Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima.
 47 Falava ele ainda, e eis que chegou Judas, um dos doze, e, com ele, grande turba com espadas e porretes, vinda da parte dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo.
 48 Ora, o traidor lhes tinha dado este sinal: Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-o.
 49 E logo, aproximando-se de Jesus, lhe disse: Salve, Mestre! E o beijou.
 50 Jesus, porém, lhe disse: Amigo, para que vieste? Nisto, aproximando-se eles, deitaram as mãos em Jesus e o prenderam.
 51 E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, sacou da espada e, golpeando o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe a orelha.
 52 Então, Jesus lhe disse: Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão.
 53 Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?
 54 Como, pois, se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim deve suceder?
 55 Naquele momento, disse Jesus às multidões: Saístes com espadas e porretes para prender-me, como a um salteador? Todos os dias, no templo, eu me assentava convosco ensinando, e não me prendestes.
 56 Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram.
 57 E os que prenderam Jesus o levaram à casa de Caifás, o sumo sacerdote, onde se haviam reunido os escribas e os anciãos.
 58 Mas Pedro o seguia de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, tendo entrado, assentou-se entre os serventuários, para ver o fim.
 59 Ora, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte.
 60 E não acharam, apesar de se terem apresentado muitas testemunhas falsas. Mas, afinal, compareceram duas, afirmando:
 61 Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias.
 62 E, levantando-se o sumo sacerdote, perguntou a Jesus: Nada respondes ao que estes depõem contra ti?
 63 Jesus, porém, guardou silêncio. E o sumo sacerdote lhe disse: Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.
 64 Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.
 65 Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou! Que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia!
 66 Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte.
 67 Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, dizendo:
 68 Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!
 69 Ora, estava Pedro assentado fora no pátio; e, aproximando-se uma criada, lhe disse: Também tu estavas com Jesus, o galileu.
 70 Ele, porém, o negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes.
 71 E, saindo para o alpendre, foi ele visto por outra criada, a qual disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno.
 72 E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem.
 73 Logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente, és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia.
 74 Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem! E imediatamente cantou o galo.
 75 Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. E, saindo dali, chorou amargamente.

27:1 Ao romper o dia, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem;
 2 e, amarrando-o, levaram-no e o entregaram ao governador Pilatos.
 3 Então, Judas, o que o traiu, vendo que Jesus fora condenado, tocado de remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo:
 4 Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo.
 5 Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se.
 6 E os principais sacerdotes, tomando as moedas, disseram: Não é lícito deitá-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue.
 7 E, tendo deliberado, compraram com elas o campo do oleiro, para cemitério de forasteiros.
 8 Por isso, aquele campo tem sido chamado, até ao dia de hoje, Campo de Sangue.
 9 Então, se cumpriu o que foi dito por intermédio do profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço em que foi estimado aquele a quem alguns dos filhos de Israel avaliaram;
 10 e as deram pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor.
 11 Jesus estava em pé ante o governador; e este o interrogou, dizendo: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes.
 12 E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu.
 13 Então, lhe perguntou Pilatos: Não ouves quantas acusações te fazem?
 14 Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo com isto a admirar-se grandemente o governador.
 15 Ora, por ocasião da festa, costumava o governador soltar ao povo um dos presos, conforme eles quisessem.
 16 Naquela ocasião, tinham eles um preso muito conhecido, chamado Barrabás.
 17 Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo?
 18 Porque sabia que, por inveja, o tinham entregado.
 19 E, estando ele no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por seu respeito.
 20 Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus.
 21 De novo, perguntou-lhes o governador: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam eles: Barrabás!
 22 Replicou-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos.
 23 Que mal fez ele? Perguntou Pilatos. Porém cada vez clamavam mais: Seja crucificado!
 24 Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo; fique o caso convosco!
 25 E o povo todo respondeu: Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!
 26 Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado.
 27 Logo a seguir, os soldados do governador, levando Jesus para o pretório, reuniram em torno dele toda a coorte.
 28 Despojando-o das vestes, cobriram-no com um manto escarlate;
 29 tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, na mão direita, um caniço; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus!
 30 E, cuspindo nele, tomaram o caniço e davam-lhe com ele na cabeça.
 31 Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto e o vestiram com as suas próprias vestes. Em seguida, o levaram para ser crucificado.
 32 Ao saírem, encontraram um cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a carregar-lhe a cruz.
 33 E, chegando a um lugar chamado Gólgota, que significa Lugar da Caveira,
 34 deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber.
 35 Depois de o crucificarem, repartiram entre si as suas vestes, tirando a sorte.
 36 E, assentados ali, o guardavam.
 37 Por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.
 38 E foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda.
 39 Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo:
 40 Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!
 41 De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam:
 42 Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele.
 43 Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus.
 44 E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele.
 45 Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a terra.
 46 Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
 47 E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Ele chama por Elias.
 48 E, logo, um deles correu a buscar uma esponja e, tendo-a embebido de vinagre e colocado na ponta de um caniço, deu-lhe a beber.
 49 Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo.
 50 E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.
 51 Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas;
 52 abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram;
 53 e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.
 54 O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus.
 55 Estavam ali muitas mulheres, observando de longe; eram as que vinham seguindo a Jesus desde a Galileia, para o servirem;
 56 entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mulher de Zebedeu.
 57 Caindo a tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que era também discípulo de Jesus.
 58 Este foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que lho fosse entregue.
 59 E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo de linho
 60 e o depositou no seu túmulo novo, que fizera abrir na rocha; e, rolando uma grande pedra para a entrada do sepulcro, se retirou.
 61 Achavam-se ali, sentadas em frente da sepultura, Maria Madalena e a outra Maria.
 62 No dia seguinte, que é o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus e, dirigindo-se a Pilatos,
 63 disseram-lhe: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, enquanto vivia, disse: Depois de três dias ressuscitarei.
 64 Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, para não suceder que, vindo os discípulos, o roubem e depois digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e será o último embuste pior que o primeiro.
 65 Disse-lhes Pilatos: Aí tendes uma escolta; ide e guardai o sepulcro como bem vos parecer.
 66 Indo eles, montaram guarda ao sepulcro, selando a pedra e deixando ali a escolta.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

12/04/2014

Oração para o Domingo da Paixão

“A Crucificação de Jesus Cristo”, no Hortus deliciarum (Jardim de Delícias), por Herrad de Landsberg (1130 - 1195)
Todo-poderoso e eterno Deus, que enviaste teu Filho, nosso Salvador Jesus Cristo, para tomar sobre si nossa natureza pecaminosa e sofrer a morte sobre a cruz, concede que possamos seguir o exemplo de sua grande humilhação e paciência e sermos feitos participantes de sua ressurreição; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

11/04/2014

Oração para a Procissão de Ramos


Deus misericordioso, assim como o povo de Jerusalém, com ramos nas mãos se reuniram para receber o teu amado Filho quando Ele entrou na sua Cidade Santa, concede que possamos sempre aclamá-lo como nosso Rei e, quando Ele voltar novamente, possamos ir ao seu encontro com o coração confiante e firme e segui-lo no caminho que conduz à vida eterna; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Domingo da Paixão com Procissão de Ramos

O culto do Domingo da Paixão, iniciando com a procissão de ramos, reflete as atitudes contrastantes em relação a Jesus durante os dias que antecederam a sua crucificação. O “Domingo de Ramos” é assim nomeado por causa dos ramos que foram espalhados diante de Jesus no momento em que Ele entrou em Jerusalém. A aclamação do povo: “Hosana ao Filho de Davi. Bendito o que vem em nome do Senhor”, revela claramente que eles saudaram Jesus como o rei messiânico. No entanto, poucos dias depois, o Senhor iria ouvir o grito “Crucifica-o!”. Esse contraste se reflete neste dia quando a alegria de sua entrada triunfal em Jerusalém dá lugar à lembrança sombria de sua paixão. A leitura estendida da narrativa da Paixão coloca diante do povo de Deus tudo o que o Senhor fez em nosso favor. Assim, a Igreja é preparada para entrar na Semana Santa – a mais importante semana do ano litúrgico.



Notas

  1. Os ramos são um antigo símbolo da vitória. Se forem utilizados, eles devem ser distribuídos para todos antes do início da procissão. Após este culto, os ramos podem ser guardados até o ano seguinte, quando eles podem ser queimados em cinzas para uso na Quarta-Feira de Cinzas.
  2. A procissão pode se iniciar no lado de fora do templo, no átrio ou na parte de trás da nave.
  3. Evangelhos processionais alternativos podem ser usados em lugar da leitura de João 12: Mateus 21.1-11; Marcos 11.1-10; Lucas 19.28-40.
  4. O silêncio antes da Coleta do Dia pretende destacar o contraste entre a entrada triunfal de Jesus e sua Paixão. As cruzes podem ser cobertas durante o silêncio.
  5. O lecionário inclui várias opções para a leitura da Paixão. A primeira opção é ler toda a narrativa da Paixão de um dos Evangelhos sinóticos. A segunda opção é ler apenas a segunda metade da narrativa da Paixão. A terceira opção é ler João 12.20-43, que é uma continuação da leitura incluída na Procissão com Ramos.
  6. Se a narrativa completa da Paixão for lida, outras partes do Ofício da Palavra podem ser omitidas, como a leitura do Antigo Testamento, o Salmo do Dia ou Gradual, e o Credo. O sermão também pode ser abreviado.
  7. A fim de ajudar a congregação a melhor ouvir a longa leitura da Paixão, a narrativa pode ser dividida em seções. Estrofes de hinos apropriados ou música coral podem ser inseridas entre algumas ou todas as divisões. Um hino adequado para introduzir a leitura da Paixão é a 1ª estrofe de “A Paixão do Salvador” (Hinário Luterano, nº 92).
  8. Cada uma das narrativas dos evangelhos sinóticos podem ser divididas de acordo com o seguinte (ou de alguma forma similar):
São Mateus 26-27
1. A conspiração contra Jesus e Jesus Ungido em Betânia (26.1-16)
2. Preparação para a Páscoa e Instituição da Ceia do Senhor (26.17-29)
3. Predição da negação de Pedro (26.30-35)
4. Jesus ora no Jardim do Getsêmani (26.36-46)
5. A traição de Judas e a prisão de Jesus (26.47-56)
6. Jesus diante de Caifás (26.57-68)
7. A negação de Pedro (26.69-75)
8. Jesus diante de Pilatos e a Morte de Judas (27.1-14)
9. Pilatos Sentencia Jesus (27.15-26)
10. Jesus é zombado e crucificado (27.27-44)
11. A morte de Jesus (27.45-56)
12. Sepultamento de Jesus (27.57-66)

São Marcos 14-15
1. Jesus Ungido pela Mulher (14.1-11)
2. Preparação para a Páscoa e Instituição da Ceia do Senhor (14.12-26)
3. Predição da negação de Pedro (14.27-31)
4. Jesus ora no Jardim do Getsêmani (14.32-42)
5. A traição de Judas e a prisão de Jesus (14.43-52)
6. Julgamento de Jesus perante o Conselho (14.53-65)
7. A negação de Pedro (14.66-72)
8. Jesus diante de Pilatos (15.1-15)
9. Jesus é zombado e crucificado (15.16-32)
10. A morte de Jesus (15.33-41)
11. Sepultamento de Jesus (15.42-47)
São Lucas 22-23
1. A conspiração contra Jesus (22.1-6)
2. Preparação para a Páscoa e Instituição da Ceia do Senhor (22.7-23)
3. Disputa entre os Discípulos e a Predição da negação de Pedro (22.24-38)
4. Jesus ora no Jardim do Getsêmani (22.39-46)
5. A traição de Judas e a prisão de Jesus (22.47-53)
6. A negação de Pedro (22.54-65)
7. Julgamento de Jesus perante o Conselho (22.66-71)
8. Jesus diante de Pilatos e Herodes (23.1-12)
9. Pilatos sentencia Jesus (23.13-25)
10. A procissão até o Gólgota (23.26-32)
11. A crucificação (23.33-38)
12. Os dois ladrões (23.39-43)
13. A morte de Jesus (23.44-49)
14. Sepultamento de Jesus (23.50-56)
      9. Além disso, para ajudar a congregação, a narrativa do Evangelho pode ser lida por vários leitores. A seguir estão vários modelos possíveis para divisão das leituras, procedendo do menor para um maior número de leitores:
Dois leitores
Jesus — lê as palavras de nosso Senhor.
Evangelista — lê todas as partes, exceto as palavras de Jesus.
Três leitores
Jesus — lê as palavras de Jesus.
Outras personagens — uma única pessoa lê Pedro, Judas, Pilatos, etc.
Evangelista — lê apenas os textos que “narram a história”.
Vários leitores
Jesus — lê as palavras de Jesus.
Pedro, Judas, Pilatos, etc. — diferentes pessoas leem as palavras de cada um desses personagens.
Evangelista — lê apenas os textos que “narram a história”.

10/04/2014

Domingo de Ramos / Domingo da Paixão – 13 de abril de 2014

“Entrada de Cristo em Jerusalém”, Félix Louis Leullier (1811 – 1882)
Agora é a hora em que o Filho do Homem é glorificado

Não temas, filha de Sião, eis que o teu Rei aí vem”. Ele vem em delicada humildade, “montado em um filho de jumenta”, mas também como o Rei de Israel “em nome do Senhor” (S. João 12.13, 15). Sua glória real é a obediência fiel e o espírito de serviço abnegado “até à morte e morte de cruz” (Fp 2.8). O Amor de Deus se manifesta na cruz e paixão de seu Filho para a salvação dos pecadores. Visto que Ele tomou sobre si os nossos pecados e sofreu a nossa morte, “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Fp 2.9), e Ele nos exalta em sua Ressurreição. Nosso Senhor não escondeu o seu rosto “aos que me afrontavam e me cuspiam” (Is 50.6), mas Ele confiou em seu Deus e Pai, que o ressuscitou da morte e da sepultura e o exaltou à sua mão direita. Este mesmo Rei Jesus agora vem a nós em delicada humildade na sua Ceia, nos alimenta com o seu santo Corpo e purifica e nos cobre com seu precioso Sangue, para que “depois de sua ressurreição” nós também subamos e entremos na cidade santa (S. Mateus 27.52-53). — LCMS Lectionary Summaries

Cor litúrgica: Escarlate ou Roxo

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 50.4-9a
† Salmo: Salmo 118.19-29 (antífona v. 26) ou Salmo 31.9-16 (antífona v. 5)
† Epístola: Filipenses 2.5-11
† Santo Evangelho: S. João 12.12-19 [Procissão de Ramos], S. Mateus 26.1-27.66 ou S. Mateus 27.11-66 ou João 12.20-43

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e terno Deus, que enviaste teu Filho, nosso Salvador Jesus Cristo, para tomar sobre si nossa natureza pecaminosa e sofrer a morte sobre a cruz, concede que possamos seguir o exemplo de sua grande humilhação e paciência e sermos feitos participantes de sua ressurreição; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia)

08/04/2014

Arte e Devoção na Reforma: Cranach, Dürer e Holbein

Nesta semana, em que lembramos e honramos a memória de Lucas Cranach e Albrecht Dürer com ação de graças pelo legado artístico que nos deixaram, listo uma bibliografia básica (apenas em inglês, infelizmente) sobre estes dois artistas importantes no movimento da Reforma, além de Hans Holbein, também um artista de destaque e que tenho apreciado com particular interesse:




  • Lucas Cranach the Elder: Art and Devotion of the German Reformation (University Press of America, 2009) escrito pela especialista em arte germânica do século XVI e professora e professora de História da Arte da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, Bonnie Noble, observa o papel da Lei e Evangelho na retórica pictorial do artista, analisa os retábulos pintados por Cranach e dedica um capítulo - que mais apreciei - sobre os painéis de Madona, temática da arte sacra cristã representando a Virgem Maria com o Menino Jesus nos braços, muito popular no Renascimento e na iconografia deste pintor luterano.

  • The serpent and the lamb: Cranach, Luther, and the making of the reformation (Yale University Press, 2013), escrito pelo professor de História da Universidade de Harvard, Steven Ozment, lança um olhar histórico do Renascimento alemão e da Reforma através das vidas  do pintor Lucas Cranach (a serpente) e do monge Martinho Lutero (o cordeiro). Cranach e Lutero foram contemporâneos e amigos (cada um era padrinho de filhos do outro), que apesar de possuírem gênios diferentes, juntaram arte e oratória de uma forma jamais vista, o que impulsionou o movimento da Reforma, difundindo os ideais de liberdade no mundo ocidental. 

  • Albrecht Dürer's Renaissance: Humanism, Reformation, and the Art of Faith (University of Michigan Press, 2003), escrito por David Hotchkiss Price, especialista em cultura renascentista e história eclesiástica, apresenta uma avaliação abrangente da inserção de Dürer no movimento reformista e sua arte religiosa.

  • Translating Nature Into Art: Holbein, the Reformation, and Renaissance Rhetoric (Penn State Press, 2011), escrito pela pesquisadora e professora de artes da Universidade de York, Jeanne Nuechterlein, aborda a história de Hans Holbein, este propagandista da reforma, muitas vezes ofuscado pela visibilidade de Cranach e Dürer. A autora analisa o estilo que Holbein adotou, sobretudo nos temas religiosos, reproduzindo algo observável da natureza, que o inseriu também no debate da Reforma sobre o mundo visível.