29/06/2016

São Pedro e São Paulo, Apóstolos - 29 de Junho



Foto publicada na página do Facebook  do Concordia Theological Seminary - CTSFW: Apóstolo S. Paulo, segurando uma espada, apóstolo S. Pedro, segurando as chaves, e nosso Senhor Jesus Cristo ao centro, esculpidos no retábulo da Saint Paul's Evangelical Lutheran Church (Fort Wayne, EUA) www.stpaulsfw.org.

We praise You for Saint Peter;
We praise You for Saint Paul;
They taught both Jew and Gentile
That Christ is all in all.
To cross and sword they yielded
And saw Your kingdom come;
O God, these two apostles
Reached life through martyrdom.
(By All Your Saints in Warfare - Lutheran Service Book, 518:19)

Te louvamos por São Pedro;
Te louvamos por São Paulo;
Que a judeus e gentios ensinaram
Que Cristo é tudo e em todos.
Por cruz e espada a vida entregaram
E viram teu reino vir;
Ó Deus, teus dois apóstolos
Alcançaram a vida pelo martírio.
(Por todos os Santos Teus na Luta, hino 518:19 do Hinário da LCMS)

Festa de São Pedro e São Paulo, Apóstolos – 29 de junho

“São Pedro e São Paulo (Dois Anciãos Debatendo)” (1628), Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669)
A festa de São Pedro e São Paulo é, provavelmente, a mais antiga das observâncias dos santos (datando de meados do séc. III). Uma antiga tradição assegura que estas duas colunas da Igreja do Novo Testamento foram martirizados no mesmo dia, em Roma, durante a perseguição de Nero. Além desta comemoração conjunta de seus martírios, ambos os apóstolos são comemorados separadamente: São Pedro em 18 de janeiro, por sua confissão de Jesus como o Cristo (Mt 16.13-16) e São Paulo em 25 de janeiro, por sua conversão (At 9.1-19). O Novo Testamento nos diz muito sobre os dois apóstolos. Pedro esteve com Jesus desde o início de seu ministério e serviu como líder entre os discípulos. Apesar de sua fé inabalável, a Escritura também registra alguns de seus fracassos, como a sua censura de Jesus (Mt 16.21-23) e sua tríplice negação de seu Senhor (Mt 26.69-75). Após a ascensão de Jesus, Pedro continuou como líder na Igreja (At 1.15, 2.14, 15.7). Paulo, um judeu piedoso, também conhecido como Saulo, entrou em cena como um perseguidor da Igreja. Depois de sua milagrosa conversão, na qual o próprio Cristo ressuscitado lhe apareceu, Paulo tornou-se um grande pregador da graça de Deus. Durante suas três viagens missionárias (At 13-14; 16-18; 18-21), Paulo viajou por toda a atual Turquia e Grécia. O relato do Novo Testamento de sua vida termina com Paulo sob prisão domiciliar em Roma (At 28.16), mas a tradição diz que ele foi para a Espanha, antes de regressar a Roma. 

Cor litúrgica: Vermelha  

LEITURAS: 

† Primeira Leitura: Atos 15.1-12 (13-21) 
† Salmo: Salmo 46 (antífona v. 11) 
† Epístola: Gálatas 2.1-10 
† Santo Evangelho: Mateus 16.13-19  

ORAÇÃO DO DIA: 

Misericordioso e eterno Deus, teus Santos Apóstolos Pedro e Paulo receberam graça e vigor para sacrificar suas vidas por amor de teu Filho. Fortalece-nos pelo teu Espírito Santo para que possamos confessar tua verdade e estarmos sempre prontos a dar a vida por aquele que deu a sua vida por nós, o mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.  

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 476)

27/06/2016

Comemoração de São Cirilo de Alexandria, Pastor e Confessor - 27 de junho

Retrato de Cirilo de Alexandria, por André Thévet (1504-1592) em Portraits et vies des hommes illustres (1584)

São Cirilo (c. 376-444) tornou-se bispo de Alexandria, no Egito, em 412. Ao longo de seu ministério, defendeu uma série de doutrinas ortodoxas, entre elas o ensinamento de que Maria, a mãe de Jesus, “acertadamente é chamada Mãe de Deus e verdadeiramente o é” (Fórmula de Concórdia, Epítome VIII, 12), sendo corretamente denominada “Theotokos”, a “portadora de Deus”. Em 431 o Concílio de Éfeso afirmou este ensino de que o Filho de Maria é também verdadeiro Deus. Os escritos de Cirilo sobre as doutrinas da Trindade e da pessoa de Cristo revelam que ele é um dos teólogos mais competentes de seu tempo. A Cristologia de Cirilo influenciou concílios posteriores e constituiu uma fonte primária para os escritos confessionais luteranos.

ORAÇÃO DO DIA:


Pai Celestial, teu servo Cirilo proclamou firmemente teu Filho, Jesus Cristo, como sendo um, totalmente Deus e totalmente homem. Por tua infinita misericórdia, mantêm-nos constantes na fé e na adoração de teu Filho, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 469)

25/06/2016

Comemoração da Apresentação da Confissão de Augsburgo, A.D. 1530 – 25 de junho


A Confissão de Augsburgo (Confessio Augustana), a principal declaração de fé da teologia de Martinho Lutero e dos reformadores luteranos, foi escrita em grande parte por Philip Melanchthon. Na sua essência, ela confessa a justificação de pecadores somente pela graça, somente através da fé, somente por causa de Cristo. Assinada por líderes de muitas cidades e regiões alemãs, a Confissão foi formalmente apresentada ao Sacro Imperador Romano Carlos V, em Augsburgo (Alemanha), em 25 de junho de 1530. Algumas semanas depois, autoridades católico-romanas rejeitaram a Confissão, que Melanchthon defendeu na Apologia da Confissão de Augsburgo (1531). Em 1580, a Confissão de Augsburgo Inalterada foi incluída no Livro de Concórdia.

LEITURAS:

† Salmo 46 
† Isaías 55.6-11 
† Romanos 10.5-17 
† João 15.1-11  

ORAÇÃO DO DIA: 

Senhor Deus, Pai celestial, tu preservaste o ensino da Igreja apostólica através da confissão da verdadeira fé em Augsburgo. Continue a lançar os brilhantes raios de tua luz sobre a tua Igreja a fim de que nós, sendo instruídos na doutrina dos bem-aventurados apóstolos, possamos andar na luz da tua verdade e, finalmente, alcançar a luz da vida eterna; mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. 

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 462-463)

24/06/2016

Comemoração da fundação da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, A.D. 1904 – 24 de junho


Em 24 de junho de 1904, dia festivo do Nascimento de São João Batista, durante a Conferência Geral de Pastores e Delegados Leigos realizada na atual cidade de São Pedro do Sul, região central do Rio Grande do Sul, foi oficialmente constituído o nosso Sínodo, que mais tarde veio a se chamar Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). As raízes da IELB remontam ao século XIX, quando imigrantes alemães se estabeleceram no Brasil, buscando uma nova vida, trazendo também a confessionalidade luterana. Já em 1900, missionários da Igreja Luterana – Sínodo Missouri vieram ao Sul do Brasil prestar atendimento pastoral aos imigrantes, principiando esta igreja na qual servimos a Deus, buscando seus dons preciosos na Palavra e Sacramentos. 

LEITURAS: 

Salmo 125 
1 Pedro 1.18-25 
São Lucas 4.14-21  

ORAÇÃO DO DIA: 

Todo-poderoso Deus, que prometeste estar com a tua Igreja para sempre, oramos pela tua bênção contínua sobre todos aqueles que se reúnem neste Sínodo. Habita continuamente entre nós com a tua Santa Palavra e Sacramentos, fortalece nossa comunhão nos laços do amor e da paz e aumenta nosso testemunho fiel da tua salvação; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Festa do Nascimento de São João Batista – 24 de junho

“Nascimento de São João Batista” (c. 1628-29), Andrea Sacchi (1599 – 1661)
São João Batista, o filho de Zacarias e Isabel, nasceu numa família sacerdotal. Seu nascimento foi milagrosamente anunciado a seu pai por um anjo do Senhor (Lc 1.5-23) e na ocasião de seu nascimento, seu pai já idoso proclamou um hino de louvor (Lc 1.67-79). Este hino é intitulado Benedictus e serve como o tradicional Cântico evangélico na Oração da Manhã (Laudes matutinas) da Igreja. Os eventos da vida de João e seus ensinamentos são conhecidos a partir de relatos em todos os quatro Evangelhos. No deserto da Judeia, próximo do Rio Jordão, João começou a pregar um chamado ao arrependimento e um lavar batismal, e dizia à multidão: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29). João denunciou a vida imoral dos governantes herodianos, resultando que Herodes Antipas, o tetrarca da Galileia, mandou prendê-lo e encarcerá-lo na grande fortaleza de Macaeros (Maqueronte), perto do Mar Morto. Lá Herodes mandou decapitá-lo (Mc 6.17-29). João é lembrado e honrado como aquele que, através de sua pregação, apontou para o “Cordeiro de Deus” e “preparou o caminho” para a vinda do Messias.

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:
 
† Antigo Testamento: Isaías 40.1-5
† Salmo: Salmo 85.(1-6) 7-13 (antífona v. 9)
† Epístola: Atos dos Apóstolos 13.13-26
† Santo Evangelho: São Lucas 1.57-80

ORAÇÃO DO DIA
 
Todo-poderoso Deus, através de João Batista, o precursor de Cristo, tu proclamaste a salvação. Agora concede que possamos conhecer esta salvação e servi-lo em santidade e justiça todos os dias da nossa vida; através de nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 459-460)

23/06/2016

Oração da Noite de Martinho Lutero


Bênção da Noite

A noite, antes de recolher-te, faze o sinal da santa cruz, dizendo:

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo! Amém. 

Então, de pé ou de joelhos, dize o Credo e o Pai Nosso. Se quiseres, podes dizer mais esta pequena oração:  

Meu Pai celestial, graças te dou, por Jesus Cristo, teu amado Filho, por me haveres protegido bondosa­mente neste dia, e peço-te que me perdoes todos os pecados e o mal que fiz e me protejas por tua graça nesta noite. Nas tuas mãos me entrego, de corpo e alma, bem como todas as coisas. Esteja comigo teu santo anjo, para que o inimigo maligno não tenha poder algum sobre mim. Amém.  

Feito Isto dorme tranquilamente.

Catecismo Menor de Lutero (Orações Diárias)

Oração da Manhã de Martinho Lutero



Bênção da Manhã

De manhã, quando te levantas, faze o sinal da santa cruz, dizendo:

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo! Amém.

Então, de pé ou de joelhos, dize o Credo e o Pai Nosso. Se quiseres, podes dizer mais esta pequena oração:

Meu Pai celestial, graças te dou, por Jesus Cristo, teu amado Filho, por me haveres defendido de todo o dano e de todos os perigos da noite passada, e peço­-te que me preserves também neste dia do pecado e de todo o mal, para que todas as minhas ações e a minha vida te agradem. Nas tuas mãos me entrego, de corpo e alma, bem como todas as coisas. Esteja comigo o teu santo anjo, para que o inimigo maligno não tenha poder algum sobre mim. Amém.

Feito isto, começa o teu trabalho alegremente, cantando um hino como por exemplo, sobre os Dez Manda­mentos ou sobre qualquer coisa que a tua devoção te sugerir.

Catecismo Menor de Lutero (Orações Diárias)

20/06/2016

Triângulo amoroso - Leia, Raquel e Jacó

Fonte: Histórias de mulheres da Bíblia (Eva Mündlein (ed.); Irene Reinhold (trad.). Sociedade Bíblica do Brasil, 2015)

500 dias para os 500 anos da Reforma Luterana

Mensagem apresentada na Hora Luterana, Rádio Antena Sul. Este programa ocorre todo domingo às 8:00 sob a responsabilidade do Distrito Campos Gerais. Esta mensagem foi pensada como se fosse um entrevista, sendo que a parte negritada e sublinhada correspondente a outro interlocutor.
Bom dia caro ouvinte, é uma alegria chegar novamente ao vosso lar e trazer uma mensagem especial. Creio que todos nós gostamos de comemorar datas fechadas, por exemplo, comemorar os 50 anos de casamento, as famosas bodas de ouro.
A Igreja Luterana está chegando perto de comemorar uma data bem importante: 500 anos de história em 2017.  O programa de hoje é especial, pois, além de lembrar dos 500 anos, também quer informar aos caros ouvintes que ontem, 18 de junho, começou a contagem regressiva dos 500 dias para os 500 anos.
Quase 500 anos de história, uma data realmente muito importante. Mas seria mais interessante que nos pudéssemos compartilhar com os nossos ouvintes como começou esta história de quase 500 anos. A ideia é muito boa e vai ser uma alegria compartilhar alguns fatos importantes. A Igreja Luterana teve origem na Alemanha, mas especialmente numa cidade chamada de Wittenberg. 
Além do local onde ocorreu a reforma, é importante destacar um nome muito importante nesta história, Martinho Lutero. Ele nasceu na Alemanha no ano de 1483. Tornou-se monge agostiniano e mais tarde doutor em Teologia. Ele é uma das pessoas de grande importância dentro do movimento da reforma.
Nós já sabemos que tudo aconteceu lá na Alemanha e que Lutero é um personagem importante, mas que evento marcou o início da reforma? A reforma Luterana é um longo processo, mas podemos dizer que tem um marco inicial. O marco do movimento foi 31 de outubro de 1517, quando Lutero, então monge católico, publicou 95
teses, na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg.

Mas por que justamente numa porta da igreja? Para os mais novos, o que vou dizer parece estranho, mas naquela época, acreditem em mim, eles não tinham WhatsApp e detalhe e nem Facebook. Brincadeiras a parte, podemos dizer que a porta da igreja seria a internet da época, pois era, com certeza, o lugar onde grande parte da população iria.
Devido ao nosso tempo, não podemos falar sobre as 95 teses, mas se tivesse que resumi-las em poucas palavras, o que diria aos nossos ouvintes sobre este documento?  Lutero, com as suas 95 teses, estava chamando as pessoas para um debate sobre a questão da indulgência. Ou seja, contra a venda da indulgência, contra a venda do perdão, tanto para os vivos, quanto para os mortos.
Infelizmente as coisas não mudaram muito, a venda de indulgências está cada vez mais comum do que se pensa. Basta ligar a televisão que facilmente encontraras alguém vendendo alguma coisa e prometendo que tais objetos atraem as bênçãos de Deus. Lutero, de forma muito clara, afirma que o tesouro da igreja não são estas coisas. O tesouro da Igreja não é toalhinha, fronha, sabonete ungido. O tesouro da Igreja é Cristo, é o Evangelho.
Tu podes nos definir o que seria o Evangelho? O Evangelho, seria somente a história de Jesus nos livros de Mateus, Marcos, Lucas e João? Excelente pergunta, Lutero e nós luteranos, entendemos pela palavra Evangelho, a boa notícia que em Cristo e somente por Ele nossos pecados são perdoados. Este é o Evangelho.
Lutero publica 95 teses, sendo que o principal objetivo era discutir a venda das indulgências. Mas tem uma frase importante dentro da teologia luterana chamada de os Solas. O que significaria os solas luteranos?
Ismair, esta pergunta é ótima, Nós temos três solas da reforma: Sola Gratia, Sola
fides e Sola Scriptura. Sola é uma palavra que vem do latim e significa somente. Sola Gratia, significa somente pela graça de Deus somos perdoados e salvos. O motivo pelo qual Deus envia Jesus Cristo para nos salvar encontra-se somente nEle e não em nós.
Se somos salvos somente pela graça de Deus, o segundo sola, aponta como isto é aplicado a nós, Sola Fides, ou seja, somente pela fé. No entanto, não é qualquer fé, eu preciso ter fé na pessoa certa. Sou salvo somente por confiar em Jesus Cristo. Ele é o meu Salvador. Quem tem Cristo, tem tudo, tem perdão, tem salvação e tem bênçãos sem fim.
E o último sola, mas não menos importante, o Sola Scriptura, somente a Escritura Sagrada é fonte de revelação. Apesar da tradição ser muito importante dentro da Igreja Luterana, quem tem a última palavra é a Escritura Sagrada.
Além de Lutero ser um pastor e teólogo da Igreja, a sua área de atuação vai muito além dos muros da Igreja? Lutero foi um grande grande teólogo, mas também foi um grande cidadão alemão. Ele incentivou a educação em seu país, defendendo, por exemplo, a escola pública e para todos, tanto para meninas, como para meninos. Além disto traduziu a Bíblia para o alemão, sendo um marco importante para unificar a língua alemã.
Lutero também era um excelente compositor e o hino que agora ouviremos foi escrito por ele. Este hino é considerado o hino que representa os luteranos. Especialmente o que ouviremos é muito especial para a nossa cidade, pois, foi apresentado pelo Coro Cidade de Ponta Grossa, elenco de 2012, arranjos de Mark Hayes, acompanhada de Priscila Malanski no piano e sob a regência da talentosíssima Carla Roggenkamp.

Parabéns a todos os luteranos pelos quase 500 anos de história. E ao comemorarmos a reforma, sempre tenhamos em vista que somos perdoados por Deus Somente por graça, e esta graça é aplicada a nós somente pela fé naquilo que Cristo fez por ti e por mim e tudo isto com base nas verdades que Somente a Escritura Sagrada nos revela. 

Ouçamos o Coro Cidade de Ponta Grossa cantando Castelo Forte:


Vídeo sobre os 500 anos:



Explicação do selo dos 500 anos:


O amor de Jacó por Raquel prefigura o de Cristo pela Igreja

“Jacó e Raquel”, Steve Karro (1960 - )
Jacó se levantou, viu os rebanhos sedentos, mas não tinha força suficiente para levantar a pedra que fechava o poço e dar-lhes de beber. Enquanto estava ali, Raquel traz as ovelhas; assim que a viu, Jacó revolve a pedra para dar de beber aos animais... A visão da beleza de Raquel o fez, de alguma forma, mais forte: ele pôde levantar a pedra enorme do poço e deu de beber ao rebanho (Gn 29.10). Na face da Raquel, a figura da Igreja brilhava como pedra preciosa; e apenas Jacó, seu esposo, atentou para sua face...
Estremeceu... quando viu a esposa misteriosa mais bela do que suas companheiras. Todos os animais puderam beber água de poço graças a Raquel, graças a sua beleza, seu amor e seu charme. Não pense, meu filho, que havia em Jacó paixão carnal, porque até mesmo ao beijar Raquel, chorou em grande aflição. Se ele tivesse experimentado a paixão dos sentidos, ele não iria derramar lágrimas, porque a paixão, pela seu ardor, gera alegria. Mas as lágrimas resultam de sofrimento e dor, e onde há lágrimas, não há paixão carnal. Assim não é nenhuma paixão que arde em Jacó, mas o sofrimento dos mistérios do Filho de Deus atormentado...
Ele viu em Raquel com quem se casou, o símbolo da Igreja. Por isso, era necessário que a beijando, chorasse e sofresse (v. 11), o que prefigura seu casamento o sofrimento do Filho ... Mas quanto mais sublime ainda é a estrada do Filho que a de seus arautos! Quanto mais bonito é o casamento do Noivo real que o de seus embaixadores ! Jacó chorou ao Raquel se casar com ele; nosso Senhor cobriu a igreja com seu sangue, salvando-a. As lágrimas são o símbolo do sangue, porque não é sem dor que jorram dos olhos. As lágrimas de Jacó são apenas a figura do grande sofrimento do Filho, pelo qual a Igreja dos gentios foi salva.
Vinde, contemplai nosso Mestre: ele veio de seu Pai ao mundo, ele se esvaziou para assumir sua jornada em humildade (Fp 2.7) ... Ele viu as nações como quaisquer rebanhos sedentos e a fonte da vida fechada pelo pecado, como se fosse uma pedra. Ele viu a Igreja semelhante a Raquel: então ele correu em direção a ela, jogou o pesado pecado como uma rocha. Ele abriu à sua esposa o batistério para se banhar; ele extraiu, deu de beber para as nações da terra como sendo seus rebanhos. Com sua onipotência, ele levantou o peso do pecado; para o mundo inteiro, ele descobriu a fonte de água fresca ...
Sim, pela Igreja, nosso Senhor fez um grande esforço. Por amor, o Filho de Deus vendeu seus sofrimentos, para poder, com o preço de suas feridas, se casar com a igreja abandonada. Ele sofreu na cruz por ela, que adorava ídolos. Ele se entregou por ela, para que fosse totalmente sem mácula (Ef 5.25-27). Ele consentiu em levar o rebanho inteiro de homens às pastagens com o cajado da cruz; ele não se recusou a sofrer. Raças, nações, tribos, povos e multidões, ele aceitou conduzí-los todos, para em contrapartida ter com ele a Igreja, sua única Esposa (Ct 6.9).

-- Jacó de Serugh (451-521), poeta teológico siríaco, em sua Homilia sobre Nosso Senhor e Jacó, sobre a Igreja e Raquel.

Fonte: Isabelle de la Source, Lire la Bible avec les Pères, vol. I, La Genèse, éd. Médiaspaul, Paris, 1988, p. 98.

Comemoração de Raquel e Lia, Matriarcas – 20 de junho


Raquel e Lia (também Lea ou Leia) são as duas últimas matriarcas do povo de Israel. Raquel é a bela filha mais nova de Labão e uma das esposas de Jacó (Gn 29.6, 28). Jacó serviu Labão quatorze anos por ela, tão grande era a sua afeição por Raquel. Ela foi mãe de José (Gn 30.22-24). No momento da partida de Jacó da Mesopotâmia, ela pegou os teraphim de seu pai (31.34, 35). Quando eles viajavam de Betel, Raquel morreu ao dar à luz Benjamim (35.18, 19), e foi sepultada "no caminho de Efrata, que é Belém. Sobre a sepultura de Raquel levantou Jacó uma coluna". Seu local tradicional entre Jerusalém e Belém é visitado por milhares de pessoas todo ano. O nome de Raquel é usado poeticamente por Jeremias (31.15-17) para denotar a lamentação do povo de Deus sob suas calamidades. Esta passagem também é citado por Mateus como cumprida na lamentação em Belém por conta da matança dos bebês por ordem de Herodes (Mt 2.17, 18). Lia (ou Leia) é a filha mais velha de Labão e irmã de Raquel (Gn 29.16). Jacó a tomou como esposa por causa de uma fraude do seu pai (Gn 29.23). Ela tinha "olhos meigos" (17). Ela deu a Jacó seis filhos (32-35), também uma filha, Diná (30.21). Lia acompanhou Jacó em Canaã, e ali morreu antes da família descer para o Egito (Gn 31) e foi sepultada na caverna de Macpela (49.31). Embora Jacó tenha, efetivamente, casado com mais duas mulheres, as servas Zilpa e Bila, ainda assim, todos os doze filhos são considerados descendentes espirituais adotivos de Lia e Raquel. Suas vidas foram tão entrelaçadas, como Raquel disse sobre o nome de Naftali: "Com grandes lutas tenho competido com minha irmã" (Gn 30.8).

Fonte: Dicionário Bíblico Easton de 1897.

06/06/2016

A Igreja está sempre se arrependendo


Dr. Werber Klaen apresentando sua conferência na Igreja Luterana Belga

Na 24ª Conferência Luterana Europeia em Antuérpia (Bélgica), o Dr. Werner Klän, discorreu sobre "A Igreja está sempre se arrependendo", seguindo a observação de Lutero, na primeira de suas 95 teses, de que a vida inteira dos crentes é de arrependimento. "A Igreja está sempre sempre se arrependendo" está em contraste com a declaração de Karl Barth, de 1947, "Ecclesia semper reformanda est" (a igreja está sempre se reformando). O arrependimento e confissão de pecado não enfraquece a posição da igreja, antes porém, só a fortalece e torna a igreja mais forte, visto que o arrependimento é o fundamento para cada renovação dentro da igreja.


Concomitante à Conferência Luterana Europeia (01 a 05 de junho), sediada na Igreja Luterana da Antuérpia, aconteceu a Conferência Internacional "450 anos da Igreja Luterana na Antuérpia" (02 a 03 de junho), sediada no Rubenianum, uma promoção conjunta da Igreja Luterana da Antuérpia, Universidade da Antuérpia, Concílio Ecumênico de Igrejas da Antuérpia e Rubenianum. O ponto de partida da conferência foi o ano de 1566 - também conhecido como o 'Ano Miraculoso' ou annus mirabilis - uma fase crucial na história dos Países Baixos. A petição da baixa nobreza, os sermões ao ar livre (hagepreken) e a onda de iconoclastia anunciavam processos críticos de mudança política e religiosa. Neste contexto político-religioso específico foi estabelecida a Igreja Luterana na Antuérpia - a primeira nos Países Baixos. A conferência enfocou a história do movimento de reforma luterana na Antuérpia, como um prelúdio para outras atividades comemorativas e refletivas sobre 500 anos da Reforma em 2017.

05/06/2016

Quando o coração crê, a obra de amor acontece

"Jesus ressuscita o filho da viúva de Naim" (1817), Pierre Bouillon (1776-1831)
 Lucas 7.12-15: Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva; e grande multidão da cidade ia com ela.Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores! Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te! Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe.

“Neste caso, temos dois sermões. Em um a mão é colocada sobre o caixão. Este ainda não opera nada. Mas no outro, quando a mão é colocada sobre o caixão e a voz segue ao coração, desse modo opera tudo. O primeiro proclama a nós as obras de Cristo - como elas são realizadas e dadas a nós. Mas quando a voz é ouvida no coração, então aquele que antes estava morto começa a falar e confessar com sua boca a fé que sente em seu coração. Isto é, quando o coração crê, a obra de amor acontece, a saber, o que você fala - o que você prega para as pessoas e o agradecimento pelas bênçãos e pela fé que você rende a Deus -, é o Senhor que concede a você.”

-- Sermão do bem-aventurado Martinho Lutero, para o Décimo Sexto Domingo após Trindade (S. Lucas 7.11-17), de sua Postila da Igreja de 1525. 
 
Fonte: The Sermons of Martin Luther, Vol. V (Grand Rapids: Baker Book House, p. 139

01/06/2016

A Santa Ceia no relato de São Justino Mártir

Rev. Dr. Richard Stuckwisch pronuncia a Verba Testamenti durante a Liturgia Eucarística no Culto de Natal (25/12/2015), na Emmaus Evangelical Lutheran Church (South Bend, EUA)

A centralidade da Santa Ceia no culto cristão da Igreja Antiga, conforme testemunho da I Apologia de Justino Mártir:

65. De nossa parte, depois que assim foi lavado aquele que creu e aderiu a nós, nós o levamos aos que se chamam irmãos, no lugar em que estão reunidos, a fim de elevar fervorosamente orações em comum por nós mesmos, por aquele que acaba de ser iluminado e por todos os outros espalhados pelo mundo inteiro, suplicando que se nos conceda, já que conhecemos a verdade, ser encontrados por nossas obras como homens de boa conduta e observantes do que nos mandaram, e assim consigamos a salvação eterna. Terminadas as orações, nos damos mutuamente o ósculo da paz. Depois àquele que preside aos irmãos é oferecido pão e uma vasilha com água e vinho; pegando-os, ele louva e glorifica ao Pai do universo através do nome de seu Filho e do Espírito Santo, e pronuncia uma longa ação de graças, por ter-nos concedido esses dons que dele provêm. Quando o presidente termina as orações e a ação de graças, todo o povo presente aclama, dizendo: "Amém." Amém, em hebraico, significa "assim seja". Depois que o presidente deu ação de graças e todo o povo aclamou, os que entre nós se chamam ministros ou diáconos dão a cada um dos presentes parte do pão, do vinho e da água sobre os quais se pronunciou a ação de graças (eucaristia) e os levam aos ausentes.

66. Este alimento se chama entre nós Eucaristia, da qual ninguém pode participar, a não ser que creia serem verdadeiros nossos ensinamentos e se lavou no banho que traz a remissão dos pecados e a regeneração e vive conforme o que Cristo nos ensinou. De fato, não tomamos essas coisas como pão comum ou bebida ordinária, mas da maneira como Jesus Cristo, nosso Salvador, feito carne por força do Verbo de Deus, teve carne e sangue por nossa salvação, assim nos ensinou que, por virtude da oração ao Verbo que procede de Deus, o alimento sobre o qual foi dita a ação de graças (eucaristia) - alimento com o qual, por transformação, se nutrem nosso sangue e nossa carne - é a carne e o sangue daquele mesmo Jesus encarnado. Foi isso que os Apóstolos nas Memórias por eles escritas, que se chamam Evangelhos, nos transmitiram que assim foi mandado a eles, quando Jesus, tomando o pão e dando graças, disse: "Fazei isto em memória de mim, este é o meu corpo". E igualmente, tomando o cálice e dando graças, disse: "Este é o meu sangue", e só participou isso a eles.

67. Depois dessa primeira iniciação, recordamos constantemente entre nós essas coisas e aqueles de nós que possuem alguma coisa socorrem todos os necessitados e sempre nos ajudamos mutuamente. Por tudo o que comemos, bendizemos sempre ao Criador de todas as coisas, por meio de seu Filho Jesus Cristo e do Espírito Santo. No dia que se chama do sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se leem, enquanto o tempo o permite, as Memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Quando o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos esses belos exemplos. Em seguida, levantamo-nos todos juntos e elevamos nossas preces. Depois de terminadas, como já dissemos, oferece-se pão, vinho e água, e o presidente, conforme suas forças, faz igualmente subir a Deus suas preces e ações de graças e todo o povo exclama, dizendo: "Amém". Vem depois a distribuição e participação feita a cada um dos alimentos consagrados pela ação de graças e seu envio aos ausentes pelos diáconos. Os que possuem alguma coisa e queiram, cada um conforme sua livre vontade, dá o que bem lhe parece, e o que foi recolhido se entrega ao presidente. Ele o distribui a órfãos e viúvas, aos que por necessidade ou outra causa estão necessitados, aos que estão nas prisões, aos forasteiros de passagem, numa palavra, ele se torna o provedor de todos os que se encontram em necessidade. Celebramos essa reunião geral no dia do sol, porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, fez o mundo, e também o dia em que Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos.

Fonte: Padres Apostólicos (Trad. Ivo Storniolo, Euclides. Martins Balancin) São Paulo: Paulus, 1995.

Comemoração de São Justino, Mártir – 1º de junho

São Justino em Les Vrais Pourtraits et Vies Hommes Illustres (1584), de André Thevet (1502-1590)

Nascido no início do segundo século, Justino foi criado numa família pagã. Era um estudante de filosofia que se converteu à fé cristã, tornando-se professor em Éfeso e Roma. Depois de se recusar a fazer sacrifícios pagãos, foi preso, julgado e executado juntamente com outros seis crentes. O processo oficial da corte romana de seu julgamento perante Rústico, prefeito de Roma, documentam a sua confissão de fé. O relato de seu martírio tornou-se uma fonte de grande encorajamento para a comunidade cristã primitiva. Muito do que sabemos da prática litúrgica antiga vem de Justino.

LEITURAS:
 
† Salmo 16.5–11
† Deuteronômio 7.7–9
† 1 Coríntios 1.18–25
† João 12.44–50

ORAÇÃO DO DIA:
 
Todo-poderoso e eterno Deus, tu encontraste teu mártir Justino transviando de mestre em mestre, procurando pelo verdadeiro Deus. Concede que todos que buscam um conhecimento mais profundo da sublime sabedoria de tua Palavra eterna, possam ser encontrados por ti, que enviou teu Filho para buscar e salvar o perdido; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 396)