30/11/2016

Santo André, 30/11/2016

Santo André, irmão de Simão Pedro, nasceu no vilarejo de Betsaida da Galileia. Originalmente um discípulo de São João Batista, André depois se tornou o primeiro dos discípulos de Jesus (João 1.35-40). Seu nome aparece regularmente nos Evangelhos próximo ao topo nas listas dos Doze. Foi ele quem apresentou pela primeira vez o seu irmão Simão a Jesus (João 1.41-42). Ele foi, no verdadeiro sentido, o primeiro missionário em sua casa, assim como o primeiro missionário aos estrangeiros (João 12.20-22). A tradição diz que André foi martirizado através da crucificação em uma cruz em forma de X. Em 357 d.C., o seu corpo teria sido levado para a Igreja dos Santos Apóstolos em Constantinopla e, posteriormente, removido para a catedral de Amalfi, na Itália. Séculos depois André se tornou o santo patrono da Escócia. O Dia de São André determina o início do Ano da Igreja Ocidental, já que o primeiro domingo do Advento é sempre no domingo mais próximo ao dia de Santo André.

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Ezequiel 3.16-21
† Salmo: Salmo 139.1-12 (antífona v. 17)
† Epístola: Romanos 10.8b-18
† Santo Evangelho: S. João 1.35-42a

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-Poderoso Deus, por tua graça, o apóstolo André obedeceu ao chamado de teu Filho para ser um discípulo. Concede-nos também seguir no coração e vida o mesmo Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.



FonteTreasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009. p. 969)

24/11/2016

Dia de Ação de Graças – 24 de novembro de 2016


Nosso povo celebra com ação de graças pela colheita abundante da terra, pelos frutos do trigo e grãos, tudo sob a proteção do onipotente Deus. “O homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor” (Dt 8.1-10). A Igreja é o vaso através do qual a Palavra de Deus penetra o mundo com a sua Lei e Evangelho. É esta Palavra divina que proclama Jesus como a única fonte de vida, saúde e dignidade. É Jesus quem cura os leprosos com sua palavra: “Ide e mostrai-vos aos sacerdotes” (Lc 17.11-19). Dos dez leprosos que foram purificados, apenas um volta para expressar ação de graças a Jesus. A verdadeira gratidão procede de um coração sustentado pela fé. Jesus pede àquele samaritano: “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou”. Assim também, somos enviados do Culto Divino, encorajados em nossa fé batismal e bênção eucarística para sermos agradecidos em nossas circunstâncias, tanto de fartura quanto de fome, tanto de abundância quanto de necessidade (Fp 4.6-20).

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:
 
† Deuteronômio 8.1-10
† Salmo 67 (antífona v. 7)
† Filipenses 4.6-20 ou 1 Timóteo 2.1-4
† Lucas 17.11-19

ORAÇÃO DO DIA:
 
Onipotente Deus, nosso Pai celestial, cujas misericórdias se renovam cada manha e que, apesar de não merecermos a tua bondade, provês abundantemente todas as necessidades do corpo e da alma, concede-nos, te rogamos, teu Espírito Santo, para que reconheçamos sinceramente a tua misericordiosa mercê para conosco, demos graça por todos os teus benefícios e te sirvamos com voluntária obediência; mediante Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive, e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos sem fim. Amém.

23/11/2016

Comemoração de São Clemente de Roma, Pastor – 23 de novembro

Martírio de São Clemente” (1725), Pier Leone Ghezzi (1674-1755)

Clemente (c. 35-100 d. C.) é lembrado por ter estabelecido o modelo de autoridade apostólica que regeu a Igreja cristã durante os séculos I e II. Também insistiu sobre a manutenção de Cristo como núcleo da adoração e do alcance da Igreja. Em uma carta aos cristãos de Corinto, enfatizou a centralidade da morte e ressurreição de Jesus: “Tenhamos os olhos fixos no sangue de Cristo, e compreendamos como é precioso ao seu Pai. Derramado pela nossa salvação, trouxe ao mundo a graça do arrependimento” (1 Clemente 7.4). Antes de sofrer o martírio por afogamento, Clemente manifestou um amor constante, semelhante ao de Cristo, pelo povo redimido de Deus, servindo de inspiração para futuras gerações continuarem a construir a Igreja sobre o fundamento dos profetas e apóstolos, com Cristo como única pedra angular.

ORAÇÃO DO DIA:
Todo-poderoso Deus, teu servo Clemente de Roma, chamou a Igreja de Corinto ao arrependimento e à fé a fim de uni-los no amor de Cristo. Concede que tua Igreja esteja ancorada na tua verdade, pela presença do Espírito Santo e mantida irrepreensível no teu serviço até a vinda de nosso Senhor Jesus, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 944)

22/11/2016

O limite na imitação das virtudes e boas obras

“Santa Cecília e o Anjo”, Simon Vouet (1590–1649)

A Apologia da Confissão de Augsburgo ensina que um dos motivos pelos quais os luteranos lembram  homens santos e mulheres santas que nos antecederam na batalha, é seguir (nachfolgen) seus exemplos. Acertadamente, a Confissão diz que devemos fazer "a imitação, primeiro da fé, em seguida das demais virtudes, as quais cada qual deve imitar de acordo com a sua vocação" (AC XXI). É importante considerar que ao imitar a virtude de alguém, devemos fazê-lo, cada qual, "de acordo com a sua vocação".

Isso significa dizer, popularmente, que não temos "vocação" (aptidão) para algumas virtudes. Mas o sentido de vocação que a Apologia traz, expresso pela palavra Beruf (chamado, vocação, etc.), é de que somos chamados por Deus para aquilo que somos e fazemos na vida. No entanto, ao tentarmos viver aquilo que extrapola nosso chamado ou imitar aquilo está além da nossa capacidade, estaremos fadados a uma “falsificação” de nós mesmos. Lutero já criticava aqueles que “se tornaram macaqueadores dos santos e imitam a aparência externa sem a Palavra e a fé” (Preleções acerca de Gênesis). “Aos olhos de Deus este princípio permanece firme e inabalável: todos os santos vivem pelo mesmo Espírito e pela mesma fé e são guiados e dirigidos pelo mesmo Espírito e pela mesma fé, mas exteriormente, todos fazem trabalhos diferentes.” (Juízo sobre os votos monásticos).

O teólogo sueco Gustaf Wingren escreveu que “vocação aponta um mundo que não é o mesmo para todas as pessoas” (A vocação segundo Lutero, p. 184). É o que Lutero também aborda neste trecho extraído de um sermão de Epifania da sua Postila da Igreja, em relação a casar-se ou manter-se solteiro e, nesta matéria, seguir o exemplo de Santa Cecília (lembrada hoje), não é para a maioria das pessoas:
“Amado rapaz, não fique de todo envergonhado que você deseja uma menina, ou que uma menina almeja por um menino, mas cuide para que isto leve ao casamento, e não à fornicação. Não tem nada de vergonhoso nisso – tanto quanto comer e beber fosse uma vergonha. Supostamente, o celibato é uma virtude, porém é um genuíno milagre de Deus, tal como como se uma pessoa não comesse ou bebesse. Ele está além da capacidade de uma pessoa saudável, para não falar da incapacidade da natureza humana pecaminosa e depravada. Não houveram muitas virgens às quais Deus concedeu vida longa; mais que apressadamente as levou deste mundo, tal como Cecília, Inês, Lucia, Ágata, e outros como elas. Eu sei muitíssimo bem o quão nobre é este tesouro, mas também o quão difícil é preservar durante algum tempo.”
No escrito Da Vida Matrimonial, Lutero adverte que “ninguém deverá encetar por esse caminho por conta própria, senão unicamente por chamado especial de Deus, como Jeremias, ou quando sente a graça de Deus tão forte dentro de si que a palavra “crescei e multiplicai­ vos” não lhe diz respeito. [...]Para encerrar: quem não se considera apto para a castidade não demore em procurar uma ocupação e uma atividade; depois, em nome de Deus, assuma o risco e case.”

Dedicar-se à oração

 
“Santa Cecília” (1895), John William Waterhouse (1849–1917)
“Visto que estamos em meio a inimigos e somos continuamente atraídos por inúmeras seduções, embaraçados por inquietações e ocupados em negócios, através dos quais todos nós somos afastados da pureza de coração, só nos resta, portanto, uma coisa: exortar-nos com todo zelo e, por assim dizer, remexer o nosso espírito mole por meio da Palavra de Deus, meditando nela, lendo-a e ouvindo-a continuamente, como o apóstolo adverte aqui [Hb 3.13]. Exatamente como lemos sobre Santa Cecília que "sempre trazia o Evangelho de Cristo no seu coração e dedicava-se dia e noite à oração e às conversas com Deus." [Jacopo de Voragine, Legenda aurea, n. 164] Se isso não acontecer, certamente seremos ao final tragados pela enorme quantidade dessas coisas, e a preguiça e fraqueza de espírito, o maior de todos os perigos, podem nos dominar.”

-- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja (Preleções sobre a Epístola aos Hebreus, LW 29,109-241)

Lutero sobre o exemplo de Santa Cecília

"Santa Cecilia de Roma" (1824), François-Joseph Navez (1787–1869)

"Usar roupas decentes e procurar sustento honesto é necessidade e não pecado. Uma criança deveria lamentar em seu coração o fato de que não se consegue começar ou conduzir bem esta vida miserável sobre a terra a menos que se usem mais roupa e bens que o necessário para cobrir o corpo, defender-se do frio e obter o sustento, vendo-se, portanto, obrigada, contra a sua vontade, por consideração ao mundo, a acompanhar estas tolices e suportar semelhante mal, por causa de algo melhor, para evitar coisa pior. [...] O coração que tem esta atitude porta joias sem qualquer perigo, pois as usa sem usá-las, dança sem dançar, vive bem sem viver bem. Estas são as almas secretas, as noivas ocultas de Cristo. No entanto, elas são muito raras, pois é difícil não ter prazer em meio a grande ornamento e ostentação. Assim Santa Cecília usava vestes de ouro por ordem de seus pais, por dentro, porém, sobre o corpo, usava blusa de cerda."

- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja, em Das Boas Obras (Obras Selecionadas de Lutero, volume 2, p. 148)

Para que serve o seu pastor?

Pastores são ordenados ao Santo Ministério na Igreja Evangélica Luterana da Tanzânia. (LCMS Communications/Erik M. Lunsford)

Deus não nos confiou apenas o santo depósito de sua Palavra, mas também instituiu o ministério eclesiástico entre nós, cujo principal ofício é interpretar as escrituras. Este é o “ministério do Espírito” (2 Co 3.8) pelo qual “ele nos guiará a toda a verdade” (Jo 16.13). Portanto, não “apagueis o Espírito” (1 Ts 5.19).

- Bem-aventurado Johann Gerhard (1582-1637), pastor e teólogo (Loci Theologici, locus 2, cap.1, § 4)

Louvar a Deus em todo o tempo

Santa Cecília Tocando, acompanhada pelos Anjos, de Simon Glucklich (1863-1943)
Gracioso Deus, cuja serva Cecilia te serviu através do cântico: concede que possamos nos unir ao seu hino de louvor diante de toda a adversidade e, de bom grado, sofrermos por amor de nosso Senhor Jesus Cristo; que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, para todo o sempre. Amém.

17/11/2016

Último Domingo do Ano da Igreja (Lecionário Anual/Histórico)

 
 
Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando. (Mateus 25.8)

Obtemos a remissão dos pecados somente pelos méritos de Cristo, quando nele cremos. Dos outros santos foi dito: "Cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho" (1Co 8.3), isto é, não podem reciprocar seus méritos, como os monges vendem os méritos de suas ordens. E das virgens néscias diz Hilário [de Poitiers]: "E como as néscias não podem sair ao encontro em razão de estarem as lâmpadas extintas, pedem lhes emprestem azeite as prudentes, ao que essas responderam que não podiam dar, visto não haver talvez o suficiente para todas; isto é, ninguém deve ser ajudado com obras e méritos alheios, porque é necessário a cada qual que compre azeite para sua própria lâmpada!" (Apologia da Confissão de Augsburgo, XXI: 29-30)

16/11/2016

Último Domingo do Ano da Igreja (Lecionário Anual/Histórico)


Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora. (Mateus 25.13)

"Ninguém notará que está próxima a hora que o Pai tem guardado para si. Então, de repente, a luz da eternidade irrompe no tempo. O grito do arcanjo e as estrondosas trombetas dos anjos ressoam ao longo das montanhas antigas em milhares de ecos. De repente tudo chega ao fim - toda inquietação, todo regozijo, todo lamento, choro e labuta. O mundo silencia: todo olho vigilante olha para o céu, vê e reconhece no meio dos anjos Aquele cuja vida oculta é agora revelada."

- Wilhelm Löhe (1808-1872), pároco na aldeia alemã de Neuendettelsau durante 35 anos (The Word Remains: Selected Writings on the Church Year and the Christian Life. Emmanuel Press, 2016. p. 37)

11/11/2016

Vigésimo Sexto Domingo após Pentecostes / Vigésimo Quinto Domingo após Trindade (13 de novembro de 2016)


"Apesar da fé possuir Cristo e todas as suas riquezas inteiramente, ainda assim deve ser continuamente mantida em movimento e exercitada, para que tenha garantia e conserve firmemente seus tesouros. Há uma diferença entre ter uma coisa e segurá-la com firmeza, entre uma fé forte e uma fraca. Este grande tesouro deve ser firmemente agarrado e bem guardado, para que não possa ser facilmente perdido ou tirado de nós. Posso tê-lo de fato em sua totalidade, embora eu o segure apenas em um saco de papel, mas não estará tão bem conservado como se eu o tivesse trancado em um cofre de ferro."

- Martinho Lutero (Postila da Igreja, 21º Domingo após Trindade)

10/11/2016

533 anos do nascimento de Martinho Lutero

 
Neste dia, no ano de 1483, em Eisleben, na Alemanha, nascia o bem-aventurado Martinho Lutero. Ele não foi um homem perfeito, nem pretendeu sê-lo, mas aprendemos muito com este servo de Deus. Ainda hoje Irmão Martinho nos ajuda a sermos cristãos melhores através de seu legado.

Somente a Palavra. Somente a Graça. Somente a Fé.

09/11/2016

Os Bem-aventurados Martinhos


Eu realmente aprecio os dias dos santos e a oportunidade para refletir sobre os vigorosos guerreiros do passado, os homens e as mulheres de fé e confiança em Cristo, o nosso Salvador. Obviamente que não oramos para eles, mas também não devemos jamais esquecê-los. Pois ao lembrá-los nós agradecemos a Deus pelos dons que Ele concedeu a eles, e para nós através deles. Nós imitamos a fé e as virtudes deles. Nós aprendemos o caminho da cruz através do exemplo deles e somos encorajados por eles enquanto corremos com perseverança a carreira que nos está proposta.

Feliz Dia de Martin Chemnitz e ... feliz aniversário de Martinho Lutero! Chemnitz nasceu em 9 de novembro e Lutero em 10 de novembro.

- Rev. Paul T. McCain, serve como editor na Concordia Publishing House

Comemoração do bem-aventurado Martin Chemnitz, Pastor e Confessor – 9 de novembro

Ao lado de Martinho Lutero, Martin Chemnitz (1522-1586) é considerado o mais importante teólogo na história da Igreja Luterana. Chemnitz reunia uma inteligência intensa e um conhecimento quase abrangente das Escrituras e dos Pais da Igreja com um amor genuíno pela igreja. Quando irromperam diversas divergências doutrinárias após a morte de Lutero, em 1546, Chemnitz decidiu entregar-se inteiramente à restauração da unidade na Igreja Luterana. Ele se tornou o espírito conducente e principal autor da Fórmula de Concórdia de 1577, que apaziguou as disputas doutrinárias com base nas Escrituras e, em grande medida, conseguiu restaurar a unidade entre os luteranos. Chemnitz também escreveu os quatro volumes do Examen Concilii Tridentini [Exame do Concílio de Trento] (1565-1573), no qual submeteu rigorosamente ao juízo das Escrituras e dos Pais da Igreja antiga os ensinamentos deste Concílio Católico Romano. O Examen tornou-se a réplica luterana definitiva ao Concílio de Trento, bem como uma exposição minuciosa da fé da Confissão de Augsburgo. Chemnitz foi uma verdadeira dádiva de Deus para a Igreja, tanto como um teólogo quanto clérigo.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, por meio do ensino de Martin Chemnitz tu nos prepara para a vinda de teu Filho para buscar sua Noiva, a Igreja, a fim de que, com toda a congregação dos redimidos, possamos, finalmente, entrar em tua eterna festa de casamento; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 896, 897)

02/11/2016

Existe diferença entre o Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados?



Existe diferença entre DIA DE TODOS OS SANTOS e DIA DE FINADOS? Ou estamos falando da mesma coisa? Estas perguntas são realmente importantes. Todo culto tem seus textos que são próprios, por exemplo, o Salmo, o Introito, as leituras bíblicas, etc. Estes textos foram unidos para formar um quadro que chamo tema do culto. Para estes dois dias não seriam diferentes, pois, os textos que ouviríamos nos cultos, as orações, gradual, verso, etc., compõem a temática específica. E para ajudar a responder as perguntas iniciais, proponho que nós nos debrucemos sobre as Coletas (Oração do Dia) a fim de que cheguemos a uma conclusão.


Coleta (Oração) do Dia de Todos os Santos:

Todo-poderoso e eterno Deus, que uniste teu povo fiel de todos os tempos e lugares em uma santa comunhão, o corpo místico de teu Filho Jesus Cristo, concede que possamos seguir teus santos abençoados em sua maneira virtuosa e cristã de viver, a fim de que, junto com eles, possamos alcançar as incontáveis alegrias que preparaste para aqueles que te amam; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. (Culto Luterano: Lecionários, Editora Concordia, 2009. p. 345).
 
É interessante destacar que tal oração é dirigida a Deus e qual ação Deus é destacada: “que uniste teu povo fiel de todos os tempos e lugares em uma santa comunhão, o corpo místico de teu Filho Jesus Cristo.” Qual é o pedido feito a Deus: “concede que possamos seguir teus santos abençoados em sua maneira virtuosa e cristã de viver, a fim de que, junto com eles, possamos alcançar as incontáveis alegrias que preparaste para aqueles que te amam.” É importante destacar que o pedido feito a Deus inclui que nós possamos seguir teus santos.
 
Com base na coleta do dia podemos concluir que a oração destaca os santos da igreja militante. Apesar que a primeira leitura, Apocalipse 7. 2-17, também aponta para os santos diante de Deus. A segunda leitura, I João 3.1-3, fala da condição de filhos de Deus que ainda não vivenciaram a completa redenção, logo, concluímos que estão na Igreja Militante. E o Evangelho é de Mateus, o discurso das Bem-aventuranças.

Coleta (Oração) do Dia de Finados:
 
Todo-poderoso Deus, contigo estão todos os que adormeceram confiando em ti e nas tuas promessas em Cristo, pois agora descansam aliviados da carga do pecado. Agradecemos-te pela tua presença amorosa na vida de todos aqueles que perseveraram na fé até o fim e pedimos que permitas que os nossos caminhos e os daqueles que já partiram se encontrem na mansão que preparaste para os que confiam em teu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

A oração é dirigida a Deus e logo em seguida descreve Deus nas seguintes palavras: “contigo estão todos os que adormeceram confiando em ti e nas tuas promessas em Cristo, pois agora descansam aliviados da carga do pecado.” Em seguida temos um agradecimento e um pedido. O agradecimento é: “Agradecemos-te pela tua presença amorosa na vida de todos aqueles que perseveraram na fé até o fim.” E o belíssimo pedido: “pedimos que permitas que os nossos caminhos e os daqueles que já partiram se encontrem na mansão que preparaste para os que confiam em teu Filho Jesus Cristo.”
 
Que oração mais linda que temos no dia dos Fiéis Defuntos. Agradecemos pela presença do nosso Deus, Pai, Filho e Espírito Santo na vida daqueles que estão descansando e pede para que possamos nos encontrar com eles.

O belíssimo canto Te Deum Laudamos (A Ti, ó Deus, louvamos), cantando dentro da Ordem das Matinas, confirma a mesma suplica para que possamos nos encontrar com os Santos de Cristo na mansão celestial: “Tu, quando venceste o aguilhão da morte, abriste a todos fiéis o reino celeste... Portanto, te suplicamos, socorras a teus servos, aos quais com Teu precioso sangue redimiste. FAZE COM QUE SEJAM CONTADOS ENTRE OS SANTOS TEUS NA GLÓRIA ETERNA.”
 
As leituras para o Dia dos Fiéis Defuntos são: Isaías 35.3-10, 2 Pedro 3.8-14, 18 e João 5.24-29. Isaías traz uma promessa aos que passam por aflições e a promessa da Sião. A leitura da segunda epístola de São Pedro aponta para a volta de Cristo, Senhor Nosso. Segundo as promessas de Cristo, Ele voltará de forma visível, no entanto, para os santos de Cristo que estão no descanso, Cristo já veio para eles. O Evangelho deste dia é segundo São João que aponta que todo aquele que crê em Jesus passou da morte para a vida: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.


Conclusão

De forma muito simples, poderíamos, pela análise dos próprios dos dois dias (coleta, leituras, etc.), dizer que existe diferença, pois, o Dia de Todos os Santos está mais vinculado aos santos de nosso Senhor Jesus Cristo que estão ainda na Igreja Militante. Ou seja, vivos na terra. Já o Dia de Finados, ou Dia dos Fiéis Defuntos, aponta para aqueles santos que já estão na Igreja Triunfante. Ou seja, estão vivos na presença de Deus, pois, Deus não Deus de mortos e sim de vivos. No entanto, existe um ponto em comum: Ambas as datas lembram os santos de nosso Senhor Jesus Cristo.

Rev. Elissandro Ribeiro da Silva
Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Orar pelos mortos?

"Dia de Finados" (1888), Jakub Schikaneder (1855–1924)
“Pastor, luteranos oram pelos mortos?” Se perguntássemos a muitos luteranos, eles responderiam com um simples e singelo “Não!” Além disso, creem firmemente que estão certos. Mas o fato é   que essa resposta está incorreta. Luteranos oram pelos mortos.

O ponto de vista luterano

No que diz respeito a Martinho Lutero e   seus companheiros reformadores, a questão das orações pelos fiéis defuntos   não era um grande problema. Eles presumiam que os cristãos em todos os   lugares lembravam os seus entes queridos em oração.
Por exemplo, Lutero em sua Confissão Sobre   a Santa Ceia de Cristo resume sua fé cristã, e nesta confissão ele inclui   orações pelos mortos.
O livro oficial da doutrina luterana, o   Livro de Concórdia, menciona que certo herege do século IV chamado Aério  disse que as orações pelos mortos eram inúteis. O Livro de Concórdia deixa   claro que “nós também não defendemos Aério” (Apologia da Confissão de   Augsburgo, Art. XXIV, 96).
Muitos dos grandes teólogos do período após a Reforma, como Martin Chemnitz e John Gerhard, e muitos livros de   Culto Luterano oficiais a partir deste período deram aprovação às orações pelos   fiéis defuntos.
Em nosso século, nos Estados Unidos, ambos   os livros de culto oficiais da Igreja Luterana - Sínodo de Missouri (Lutheran   Agenda, p. 84, 88, 91) e do Concílio Luterano Nacional (Service Book and Hymnal, p. 8) incluem os fiéis defuntos em suas orações. Somente em alguns livros   luteranos não oficiais e semi-oficiais é que as orações pelos mortos são   condenadas.  

Por que devemos orar?  

Há luteranos que desaprovavam as orações   pelos fiéis defuntos. Talvez uma razão pela qual sentem   legitimidade para fazer isso, seja o descuido do que é a oração. Não   oramos, como muitos acreditam, a fim de “mudar a mente de Deus” ou para fazê-lo   lembrar de alguma coisa que ele tenha esquecido. Pelo contrário, oramos para   que possamos lembrar que todas as coisas vêm de Deus. E no caso da  intercessão pelos mortos em particular, nós oramos a fim de que possamos   lembrar que Deus tem aos seus cuidados os nossos entes queridos que partiram.
Como luteranos, não oramos para os que   partiram saiam do purgatório, tampouco cremos que nossas orações alterem o   estado dos mortos. Ao invés disso, nossa intercessão são uma declaração de   nossa fé que Deus está concedendo paz e descanso aos fiéis defuntos.

A situação atual  

É verdade que muitos luteranos contemporâneos   não incluem os fiéis defuntos em suas orações. Na verdade, algumas literaturas   impressas sob auspício luterano têm declarado que não podemos orar pelos   mortos. Mas esta opinião é em grande parte devido à influência de   denominações não-luteranas na Igreja Luterana. Em geral, os reformados   acreditam que as orações pelos mortos são errôneas. Através dos séculos, muitos   luteranos têm copiado inadvertidamente algumas das ideias destas denominações   e, eventualmente, passam a crer que tais opiniões são luteranas. Devido a tais   influências externas, alguns luteranos têm sido levados a acreditar que as   orações para os fiéis defuntos são errôneas. Mas o ensino oficial   luterano nunca condenou as orações pelos fiéis defuntos.
Talvez a melhor maneira de explicar   como e por que orar pelos mortos seja parodiando o Catecismo Menor de   Martinho Lutero:  
Deus concede paz aos fiéis defuntos, na   verdade, sem a nossa prece, “mas suplicamos, nesta petição, que nos faça saber   e reconhecer isso com ações de graças”.  
Que as almas dos fiéis defuntos, pela   misericórdia de Deus, descansem em paz e que a perpétua luz resplandeça sobre   eles. Amém.

[Este tópico integra uma série de 30   folhetos do projeto Incarnate Word Tract Series, iniciado em 1959 pela Society   of the Incarnate Word, com o objetivo de promover o avivamento litúrgico e   sacramental na Igreja Luterana, informar sobre práticas litúrgicas e   pastorais abandonadas no início do século XX, explicar a doutrina e prática   da igreja, bem como encorajar e ensinar aqueles - mesmo luteranos - que não   estão familiarizados com esses tópicos. Atualmente este projeto é difundido pela Zion Evangelical-Lutheran Church de Detroit (EUA), uma congregação da   Igreja Luterana – Sínodo Missouri]

Domingo da Eternidade: a lembrança dos que dormem no Senhor


Na igrejas evangélicas reformadas e luteranas da Alemanha e da Suíça, os fiéis defuntos são lembrados no Domingo da Eternidade (Ewigkeitssonntag), também chamado de Domingo dos Mortos (Totensonntag / Totenfest), que é no Domingo anterior ao Primeiro Domingo no Advento (Último Domingo do Ano da Igreja, portanto) e geralmente cai entre os dias 20 e 26 de novembro, devido à posição fixa do Quarto Domingo no Advento antes de 25 de dezembro.

Este dia santo foi estabelecido em 1816 pelo Rei  da  Prússia, Frederico  Guilherme  III,  através de um decreto que determinava que  o  último  domingo do ano  eclesiástico fosse  “uma  comemoração universal da Igreja na qual são recordados os mortos”, ensejando também o luto pelos mortos  nas  Guerras  da  Libertação (1813 a 1816) e pela morte da rainha Luise.

Este dia é um feriado muito sério na Alemanha, um dia  de silêncio, com restrições de músicas em locais públicos ou apenas em certas horas e proibição de dança (Tanzverbot). Este dia é celebrado com culto nas igrejas onde são lembrados os membros que faleceram no ano eclesiástico que passou, ocasião em que uma vela é acesa diante ou sobre o altar ou pia batismal em memória de um ente querido. A Vela Pascal (Osterkerze) que foi apagada no dia da Ascensão é acesa neste dia, assim como em todos os batismos e funerais. Também é costume as famílias visitarem e ornamentarem os túmulos dos parentes.

Na Igreja Evangélica Luterana Independente (Selbständigen Evangelisch-Lutherischen Kirche-SELK) o dia em memória dos falecidos também pode ser celebrada no Dia de Finados (Allerseelen) em 2 de novembro.

Introito e a coleta (oração do dia) de FINADOS

Tudo resume-se a Cristo e na sua obra

Finados também é um dia para orar pelos vivos, especialmente aqueles que não sabem da salvação em Jesus Cristo. No entanto, também é um dia de rezar, orar agradecendo a Deus PAI, Filho e ESPÍRITO SANTO por ter mantido na fé todos aqueles que já estão na IGREJA TRIUNFANTE, ou seja, já repousam de suas fadigas.

Tanto o Introito como a coleta (oração do dia) vão nesta linha do agradecimento a Deus por todos os santos de Cristo que estão na glória eterna.

Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.

  1. Amo o SENHOR, porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas.
  2. Porque inclinou para mim os seus ouvidos, invocá-lo-ei enquanto eu viver.
  3. Ele fez memoráveis as suas maravilhas; benigno e misericordioso é o SENHOR.
  4. Dá-me a conhecer, SENHOR, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade.

Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.


Coleta (oração do dia)

Todo-Poderoso Deus, contigo estão todos os que adormeceram confiando em Ti e nas Tuas promessas em Cristo, pois, agora descansam aliviados da carga dos pecados. Agradecemos-te pela Tua presença amorosa na vida de todos aqueles que perseveraram na fé até o fim e pedimos que permitas que nossos caminhos e os daqueles que já partiram se encontrem na mansão que preparaste para os que confiam em Teu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Dia de Finados – 2 de novembro

“Um Dia dos Fiéis Defuntos” (1839), Ferdinand Georg Waldmüller (1793–1865)

Também conhecido como Dia dos Fiéis Defuntos, esta comemoração está de mãos dadas com a lembrança de ontem: Dia de Todos os Santos. Na igreja primitiva, festas de apóstolos e evangelistas foram prontamente celebradas, especialmente as de São Pedro e São Paulo, embora as de São João e São Tiago também eram favoritas. Mais tarde os mártires e todos os outros santos foram comemorados em 1º de novembro (Dia de Todos os Santos) e os mortos no purgatório em 2 de novembro (Dia de Finados; em 3 de novembro, se 2 de novembro caísse no domingo). Visto que a ideia do purgatório foi erradicada na Igreja Luterana, nossos antepassados viram muita coisa boa neste dia reservado para lembrar aqueles que partiram na fé em Cristo e aguardam a ressurreição da carne (cf. Credo Apostólico). Damos graças a Deus por todos nossos entes queridos e todos aqueles que partiram e que de várias maneiras e em muitas circunstâncias, foram instrumentos de Deus na transmissão e fortalecimento de nossa fé. Por isso, são “bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.” (Apocalipse 13.14). Os próprios do dia também podem ser usados no aniversário da morte de uma pessoa, para um culto em memória ou em outros momentos apropriados. Eles não devem substituir os próprios do domingo ou dias festivos. Em sua rememoração anual as congregações também podem ler os nomes daqueles que partiram no Senhor durante o ano que passou.

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:
 

† Isaías 35.3-10
† Salmo 34.1-9 (antífona v. 1)
† 2 Pedro 3.8-14, 18
† João 5.24-29


ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, contigo estão todos os que adormeceram confiando em ti e nas tuas promessas em Cristo, pois agora descansam aliviados da carga do pecado. Agradecemos-te pela tua presença amorosa na vida de todos aqueles que perseveraram na fé até o fim e pedimos que permitas que os nossos caminhos e os daqueles que já partiram se encontrem na mansão que preparaste para os que confiam em teu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Erwin L. Lueker (Ed.). Lutheran Cyclopedia. St. Louis: Concordia Publishing House, 1954. p. 296 e Lutheran Service Book: Agenda. St. Louis: Concordia Publishing House, 2006. p. 151.

Abençoado Dia de Finados!


Hoje lembramos aqueles que partiram antes de nós, nossos familiares, amigos e irmãos na fé. Damos graças a Deus por todos estes entes queridos que de várias maneiras foram instrumentos de Deus na transmissão e fortalecimento de nossa fé. Por isso, são “bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.” (Apocalipse 13.14).

HINO 297.1,4 (Hinário Luterano)

Rendemos glória ao nome de Jesus
por todos os que estão na eterna luz,
aqui, porém, levaram sua cruz.
Aleluia, Aleluia!

Oh! comunhão bendita e divinal:
Nós, fracos — eles, em poder real,
mas todos teus, triunfando contra o mal.
Aleluia, Aleluia!

ORAÇÃO DO DIA

Todo-poderoso Deus, contigo estão todos os que adormeceram confiando em ti e nas tuas promessas em Cristo, pois agora descansam aliviados da carga do pecado. Agradecemos-te pela tua presença amorosa na vida de todos aqueles que perseveraram na fé até o fim e pedimos que permitas que os nossos caminhos e os daqueles que já partiram se encontrem na mansão que preparaste para os que confiam em teu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.Amém.

01/11/2016

O Dia de Todos os Santos



O Dia de Todos os Santos não é um remanescente medieval romano que luteranos esqueceram de erradicar, mas é um dia santo no qual lembramos que estamos rodeados por uma “tão grande nuvem de testemunhas” (Hb 12.1), os fiéis em Cristo aqui na terra e acima no céu, encorajando e ajudando-nos a perseverar na fé cristã. 

- Rev. Dr. Wilhelm Torgerson, professor do Concordia Lutheran Theological Seminary, St. Catharines (Canadá)

Oração do Dia - Festa de Todos os Santos

Todo-poderoso e eterno Deus, que uniste teu povo fiel de todos os tempos e lugares em uma santa comunhão, o corpo místico de teu Filho Jesus Cristo, concede que possamos seguir teus santos abençoados em sua maneira virtuosa e cristã de viver, a fim de que, junto com eles, possamos alcançar as incontáveis alegrias que preparaste para aqueles que te amam; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

- Culto Luterano: Lecionários (Editora Concordia, 2009. p. 345)