28/07/2017

28 de Julho - Johann Sebastian Bach






          Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!



          Neste dia, em 1750, o grande músico Johann Sebastian Bach se despedia desse mundo. Porém a herança musical que ele deixou é tão grandiosa que até mesmo em sondas espaciais foram levadas e executadas suas composições, representado o que de melhor e maior se tinha a respeito de música em todo o planeta terra. Mas, qual é a chave para a grandeza deste compositor? Por que a Igreja separa uma data especial para lembrar sua trajetória?



          Se tomamos os seus próprios escritos a sério, iremos perceber que Bach foi um cristão luterano convicto e devoto. Ele possuiu uma edição da Bíblia de Lutero que está preservada até hoje com diversas anotações e rabiscos por toda a parte – ele estudava as Escrituras. Além disso, tanto Lutero quanto a Igreja Luterana valorizam a música como sendo um dos maiores presentes do Senhor para o ser humano depois da Palavra de Deus. Por fim, é importante ressaltar que as composições de Bach, independente da temática, sempre tiveram o início e o fim em Jesus: ele inicia, “ajuda-me, Jesus” e conclui, “toda honra e glória se dada somente ao Senhor”.  Neste dia especial, não estamos lembrando de um músico apenas, mas de um homem que, através do dom que recebeu do Senhor, testemunhou o amor, a bondade e a misericórdia de Deus.



          Bach nasceu em uma família de músicos, na cidade de Eisenach. Seu pai era diretor dos músicos da cidade e todos os seus tios eram músicos profissionais. Bach cresceu, se preparou e também se tornou um músico profissional para atuar na Igreja. Seu trabalho se desenvolveu de tal maneira que foi chamado e contratado para trabalhar como músico na Igreja de uma cidade maior, Leipzig. Lá ele procurou forjar o que considerava ser uma “música bem regulamentada para a Igreja”. Assim, preparou diversas cançõespoéticas para, juntos com os hinos principais, serem executadas em todos os Domingos e dias santos. Bach sempre procurou projetar a música para que ela fosse um complemento a Palavra de Deus lida e pregada no Culto Divino. Isso foi extremamente importante para a Igreja Luterana, que, seguindo os passos de Bach, tem utilizada a música como um “louvor de Deus”, que ele coloca em nossos lábios para “proclamar as grandes coisas que ele está fazendo”, como lembramos no Salmo 40. Esta é a chave para compreendermos o lugar da música na Igreja.

         

          Bach, por todo esse apreço pela boa música e a importância dela no testemunho da Palavra, sempre foi um ardente defensor de músicos contratados pelas Igrejas para que tudo transcorresse da melhor forma possível. No entanto, mais do que isso, foi o testemunho que ele próprio deu a sua geração, seus filhos e a nós até os dias de hoje. Ele foi alguém em quem “habitou ricamente a Palavra de Cristo” e isso o conduziu, em toda a sua vida, a “louvar a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais”, sempre com muita “gratidão em seu coração” por todas as bênçãos do Senhor. Além de conquistar o mundo com sua arte, Bach enriqueceu a Igreja com suas composições, que sempre trazem a doce alegria do Evangelho através das notas musicais.



          Assim como Bach, e parafraseando o Apóstolo Paulo: “tudo o que fizermos, seja em palavra, seja em ação, façamos no Nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Colossenses 3.17).



          Amém!





Rev. Helvécio José Batista Júnior

Ministro do SENHOR nas Igrejas Luteranas Cristo Rei e Bom Pastor, Cariacica/ES

No dia de Johann Sebastian Bach, músico cristão, 2017 AD

27/07/2017

Nosso dízimo a Deus

“Abraão e Melquisedeque” (1602), Maarten de Vos (1532 - 1603)
“Melquisedeque aceitou a décima parte de Abraão. Ó Senhor Jesus, tu também queres a décima parte (ou dízimo) de mim. O dízimo que tu desejas é um coração quebrantado e contrito que está arrependido pelo pecado de haver quebrado os Dez Mandamentos divinos e que chorou dez vezes pelos Dez Mandamentos, um por um, mas com uma fé alegre, busca consolo em teus dez benefícios: que tu (1) foste concebido e (2) nascido para meu consolo, (3) sofreu para o meu bem, (4) foi crucificado, (5) morreu, (6) foi sepultado, (7) desceu ao inferno, (8) ressuscitou, (9) subiu ao céu e (10) está sentado à direita do Pai celestial para a minha consolação...

Depois disso, tu requeres de mim uma nova obediência. Devo servir a Deus segundo a instrução dos Dez Mandamentos sagrados de acordo com a capacidade que Deus concede. Ó Senhor Jesus, governa-me pelo teu Espírito Santo, para que eu possa dar o seu dízimo alegremente e voluntariamente, confessando os meus pecados contra os Dez Mandamentos sagrados, jubilando em tuas dez boas obras consoladoras, e começar de novo a te servir de acordo com os Dez Mandamentos, não para ter vergonha da santa cruz que está retratada na forma do numeral dez, mas para te servir como me convém, em justiça e piedosa devoção. Amém.”

- Valerius Herberger, sobre o cap. 14 de Gênesis, em Magnalia Dei (As Grandes Obras de Deus)

O bem-aventurado Valerius Herberger (1562-1627) serviu como pastor por quase quarenta anos na igreja paroquial de Santa Maria em Fraustadt (atual Wschowa​, Polônia) e testemunhou os dias mais difíceis da Contra Reforma quando sua congregação foi expulsa de seu templo em 1604 através de um decreto real. Sua interpretação bíblica e devoção piedosa permanecem como um legado e exemplo para cristãos da atualidade.

25/07/2017

Festa de São Tiago, o Maior, Apóstolo – 25 de julho

“São Tiago, o Maior" (c. 1615/16), José de Ribera (1591–1652). Foto: Städel Museum.
São Tiago e seu irmão João, filhos de Zebedeu e Salomé eram pescadores no mar da Galileia, que foram chamados juntamente com Pedro e seu irmão André para seguir a Jesus. Nas listas dos discípulos de Jesus nos Evangelhos, Tiago está listado seguindo Pedro e precedendo João. Juntos, esses três aparecem como líderes dos Doze. A razão de Tiago preceder João é porque Tiago é o mais velho dos irmãos. O Livro de Atos registra que Tiago foi decapitado por Herodes Agripa I, provavelmente entre os anos 42 e 44 d. C. (Atos 12.1-2). Assim, Tiago é o primeiro dos Doze a morrer como um mártir.

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:
 
† Atos 11.27-12.5
† Salmo: 56 (antífona vers. 4)
† Romanos 8.28-39
† Marcos 10.35-45

ORAÇÃO DO DIA:
 
Ó gracioso Deus, teu servo e apóstolo São Tiago foi o primeiro entre os Doze a sofrer o martírio em nome de Jesus Cristo. Derrama sobre os líderes da tua Igreja este espírito de serviço abnegado para que possamos abandonar todos os atrativos falsos e passageiros e passemos a seguir somente a Cristo, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008, p. 559)

21/07/2017

Comemoração do Profeta Ezequiel – 21 de julho

A Visão do Profeta Ezequiel da Ressurreição dos Mortos / Die Vision des Propheten Ezechiels von der Auferstehung der Toten” (1589), por Quentin Metsys, o Jovem (1543–1589)
Ezequiel, filho de Buzi, foi um sacerdote chamado por Deus para ser um profeta para os exilados durante o cativeiro babilônico (Ez 12.13). Em 597 a.C., o rei Nabucodonosor e o exército babilônico levaram o rei de Judá e milhares dos melhores cidadãos de Jerusalém - incluindo Ezequiel - para a Babilônia (2 Rs 24.8-16). O conhecimento sacerdotal de Ezequiel marcou profundamente sua profecia, assim como a santidade de Deus e o Templo figuram com destaque em suas mensagens (por exemplo, Ezequiel 9-10 e 40-48). De 593 a.C. até a destruição de Jerusalém e do templo em 586 a.C., Ezequiel profetizou a inevitabilidade do juízo divino sobre Jerusalém, sobre os exilados na Babilônia e sobre sete nações que rodeavam Israel (Ez 1-32). Jerusalém cairia e os exilados não voltariam rapidamente, como consequência de seus pecados. Logo que a palavra da destruição de Jerusalém e do templo chegou a Ezequiel, sua mensagem se tornou de conforto e esperança. Através do profeta, Deus prometeu que seu povo iria experimentar a futura restauração, renovação e avivamento na vinda do reino messiânico (Ez 33-48). Grande parte do estranho simbolismo das profecias de Ezequiel foi mais tarde empregado no Apocalipse de São João.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai Celestial, por intermédio do Profeta Ezequiel, tu continuaste o modelo profético de ensinar teu povo na verdadeira fé e demonstrar através dos milagres a tua presença na criação para curá-la de sua fragilidade. Concede que tua Igreja possa ver em teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, o profeta do fim dos tempos cujos ensinamentos e milagres continuam na tua Igreja através da medicina curativa do Evangelho e dos Sacramentos; mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 545-546)

20/07/2017

Deus sustenta o seus filhos e filhas

Hoje (20de julho) nosso Sínodo comemora o Santo Profeta Elias com ações de graças a Deus.

Assim como Elias, muitas vezes lutamos para ver ou entender o plano e o propósito de Deus em tempos difíceis. Embora possamos ser tentados a desesperar, é durante esses tempos incertos que nos apegamos à promessa do Senhor de nunca nos esquecer nem nos desamparar. Graças a Deus por todo o cuidado e provisão manifestado a seus filhos e filhas do passado e do presente!

1 Reis 17.1-6 - Versão de J. F. de Almeira (Revista e Atualizada):

1 Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo como vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra.
 2 Veio-lhe a palavra do SENHOR, dizendo:
 3 Retira-te daqui, vai para o lado oriental e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão.
 4 Beberás da torrente; e ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem.
 5 Foi, pois, e fez segundo a palavra do SENHOR; retirou-se e habitou junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão.
 6 Os corvos lhe traziam pela manhã pão e carne, como também pão e carne ao anoitecer; e bebia da torrente.



"Paisagem com o Profeta Elias no Deserto", Abraham Bloemaert (1566 – 1651)


Comemoração do Profeta Elias – 20 de julho


O profeta Elias, cujo nome significa “Meu Deus é Yahweh [o SENHOR]”, profetizou no reino do norte de Israel, especialmente durante o reinado de Acabe (874-853 a.C.).
O rei Acabe, sob a influência de sua esposa Jezabel, havia incentivado o culto a Baal em todo o seu reino, até que Jezabel tentou acabar com a adoração a Yahweh. Elias foi chamado por Deus para denunciar a idolatria e chamar o povo de Israel de volta a adoração de Yahweh como o único Deus verdadeiro (como ele fez em 1 Rs 18.20-40).
Elias foi uma vigorosa e imponente figura, vivendo no deserto e se vestindo com roupa de pêlos de camelo e um cinto de couro (2 Rs 1.8). Ele foi um profeta poderoso em obras e palavras. Muitos milagres foram feitos por intermédio de Elias, incluindo a ressurreição de mortos (1 Rs 17.17-24) e a predição de uma longa seca em Israel (1 Reis 17.1).
Ao final de seu ministério, Elias foi levado para o céu enquanto Eliseu, seu sucessor, o contemplava (2 Rs 2.11). Mais tarde, o profeta Malaquias proclamou que Elias retornaria antes da vinda do Messias (Ml 4.5-6), uma profecia que se cumpriu no ministério profético de João Batista (Mt 11.14).

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai Celestial, por intermédio do Profeta Elias, tu continuaste o modelo profético de ensinar seu povo na verdadeira fé e a demonstrar através dos milagres a tua presença na criação para curá-la de sua fragilidade. Concede que tua Igreja possa ver em teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, o profeta dos últimos tempos cujos ensinamentos e milagres continuam na tua Igreja através da medicina curativa do Evangelho e dos Sacramentos, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 542-543)

15/07/2017

Sexto Domingo após Pentecostes – 16 de julho de 2017 (Próprio 10 – Ano A)


Cor litúrgica: Verde

† Isaías 55.10-13
† Salmo 65.(1-8) 9-13 (antífona v. 5)
† Romanos 8.12-17
† Mateus 13.1-9, 18-23


ORAÇÃO DO DIA:

Bendito Senhor, visto que fizeste que as Escrituras Sagradas fossem escritas para nosso ensino, concede que possamos ouvir, ler, observar, estudar e internamente digeri-las, a fim de podermos abraçar e sempre manter firme a bendita esperança da vida eterna; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.


MEDITAÇÃO:


A pregação da Palavra de Cristo leva aos bons frutos da fé e amor

“Assim como descem a chuva e a neve dos céus” e “regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come” (Isaías 55.10), assim também a Palavra de Deus realiza o propósito do qual ela fala, concedendo alegria e paz através do perdão dos pecados e produzindo os frutos da fé e amor naqueles que são chamados por seu nome. Jesus Cristo, o Verbo encarnado, estabeleceu o nome do Senhor como um “sinal eterno, que nunca se apagará" (Isaías 55.13). Ele abre os nossos ouvidos para ouvir, nossas mentes para compreender e nossos corações para crer em sua Palavra, a fim de que o maligno não venha e a tire de nós. Por isso, Jesus transforma nossos corações pedregosos em terra boa, que se apega ao Evangelho "e dá fruto" (Mateus 13.23). Ele próprio é as primícias de todos os que receberam “o Espírito de adoção de filhos" (Romanos 8.15). Portanto, sendo "guiados pelo Espírito de Deus", não temos medo, mas clamamos com fé ao nosso Pai no céu (Romanos 8.14-15). Assim como sofremos com Cristo, o Filho amado, assim "também com ele seremos glorificados" (Romanos 8.17).

11/07/2017

Comemoração de Bento de Núrsia – 11 de julho


Bento, abade e fundador das comunidades monásticas de Subiaco e Monte Cassino, e autor da regra monástica que leva seu nome, é o patriarca do monaquismo ocidental, uma vez que o monaquismo cristão já existia havia três séculos no Oriente. A fonte primária para o nosso conhecimento de sua vida é o livro II dos Diálogos de São Gregório Magno. Bento nasceu por volta de 480 em Núrsia, na Itália, e estudou em Roma, onde o estilo de vida o desgostou. Roma havia sido invadida por várias tribos bárbaras e o momento era de considerável instabilidade política (o Império Romano do ocidente tinha chegado ao fim na segunda metade do século V). A antiga sociedade romana do ocidente foi se quebrando e os reinos germânicos da Idade Média foram surgindo dentro das fronteiras do império caído. O desgosto de Bento com os modos e costumes de Roma o levou a deixar a cidade antes de completar seus estudos e a retirar-se numa gruta do monte Subiaco. De lá, se retirou para o Monte Cassino, perto de Nápoles, onde escreveu a versão final de sua Regra dos Mosteiros. Bento morreu em algum momento entre 540 e 550 e foi enterrado no mesmo túmulo que sua irmã, Escolástica.

Bento incorporou muitos ensinamentos monásticos tradicionais de João Cassiano, de Basílio, o Grande, e da Regra do Mestre. Sua inovação foi caracterizada pela prudência e moderação dentro de uma estrutura de autoridade, obediência, estabilidade e vida comunitária. Sua grande conquista foi o de produzir um modo de vida monástico que era completo, ordeiro e funcional, no qual o trabalho e a oração estavam integrados. A flexibilidade de sua Regra permitiu-lhe ser adaptada às necessidades da sociedade, de modo que os mosteiros tornaram-se centros de aprendizagem, agricultura, hospitalidade e medicina, de uma forma certamente imprevista até mesmo pelo próprio Bento.

ORAÇÃO DO DIA:


Onipotente e eterno Deus, teus preceitos são a sabedoria de um Pai amoroso: Concede-nos a graça de, seguindo o ensinamento e o exemplo de teu servo Bento, caminhar com corações amorosos e dispostos na escola de serviço do Senhor. Deixa teus ouvidos abertos às nossas orações e prospera com a tua bênção a obra das nossas mãos; por Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, hoje e sempre.