28/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: CREDO APOSTÓLICO: TERCEIRO ARTIGO (12/40)

CATECISMO MENOR:
































CATECISMO MAIOR:

Porque nem tu nem eu jamais poderíamos saber algo a respeito de Cristo ou crer nele e conseguir que seja nosso Senhor, Se o Espírito Santo não no-lo oferecesse e presenteasse ao coração pela pregação do Evangelho. A obra foi feita e está completada; pois Cristo nos obteve e conquistou o tesouro por sua compaixão, morte, ressurreição. Se, porém, a obra ficasse oculta, de forma que ninguém soubesse dela, seria vã e perdida. Ora, para que esse tesouro não ficasse sepulto, mas fosse aplicado e fluído, Deus enviou e fez proclamar a palavra, e nela nos deu o Espírito Santo, a fim de fazer-nos ver tal tesouro e redenção e torna-lo propriedade nossa. Santificar, por isso, outra coisa não é que conduzir ao Senhor Jesus, para receber esse bem, ao qual não poderíamos chegar por nós mesmos.

27/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: CREDO APOSTÓLICO: SEGUNDO ARTIGO (11/40)

O SEGUNDO ARTIGO - Da Redenção
            E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno, no terceiro dia ressuscitou dos mortos, subiu ao céu, e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

Que significa isto?
            Creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus, gerado do Pai desde a eternidade, e também verdadeiro homem, nascido da virgem Maria, é meu Senhor. Pois me remiu a mim, homem perdido e condenado, me resgatou e salvou de todos os pecados, da morte e do poder do diabo; não com ouro ou prata, mas com seu santo e precioso sangue e sua inocente paixão e morte, para que eu lhe pertença e viva submisso a ele, em seu reino, e o sirva em eterna justiça, inocência e bem-aventurança, assim como ele ressuscitou dos mortos, vive e reina eternamente. Isto é certamente verdade.




Explicação de Lutero em blocos



Argumento Principal do segundo artigo:

 Creio que Jesus Cristo é meu SENHOR




CREIO QUE JESUS CRISTO,

verdadeiro Deus, gerado do Pai desde a eternidade, e também verdadeiro homem, nascido da virgem Maria,

É MEU SENHOR.



POR QUE ELE É MEU SENHOR ou O QUE ELE FEZ POR MIM?
Pois me remiu a mim, homem perdido e condenado,


O QUE SIGNIFICA REMIU?
me resgatou e salvou de todos os pecados, da morte e do poder do diabo


COMO JESUS ME REMIU?
não com ouro ou prata, mas com seu santo e precioso sangue e sua inocente paixão e morte



POR QUE JESUS ME REMIU?

para que eu lhe pertença e viva submisso a ele, em seu reino, e o sirva em eterna justiça, inocência e bem-aventurança, assim como ele ressuscitou dos mortos, vive e reina eternamente. Isto é certamente verdade.

26/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: CREDO APOSTÓLICO: PRIMEIRO ARTIGO (10/40)

      26/02/2018: CREDO APOSTÓLICO: PRIMEIRO ARTIGO
CATECISMO MENOR:

Através dos mandamentos, vimos tudo o que Deus quer que façamos ou deixemos de fazer. O Credo nos apresenta tudo o que esperar e receber de Deus. O Credo não é nada mais que a resposta e confissão dos cristãos harmonizada com o Primeiro Mandamento. Podemos perguntar: que espécie de Deus tens? Que sabes a respeito dele? deveríamos responder: “Eis o meu Deus, em primeiro Lugar, o Pai, que fez o céu e a terra. Fora desse único Deus, não considero mais nada como deus.”
Confessamos que Deus Pai não apenas nos deu tudo o que possuímos e temos diante de olhos, mas ainda nos preserva e defende, diariamente, de todo mal e infortúnio, e desvia toda sorte de perigos e desastres. E tudo isso unicamente por amor e bondade, imerecidos por nós, como Pai amoro, que cuida de nós, para que nenhum dano nos sobrevenha.

Por esta razão devemos diariamente exercitar-nos diariamente neste artigo, no-lo incutir, e, em tudo o que nos apresenta diante dos olhos e no que de bom nos sucede, bem como nos casos de em saíamos de necessidades e perigos, cumpre nos lembremos que é Deus quem nos dá e faz tudo isso, a fim de sentirmos e vermos nisso seu coração paterno e seu imenso amor para conosco. Isto aqueceria o coração e o estimularia a ser grato e a fazer uso de todos os bens para honra e louvor de Deus.  

24/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: NONO E DÉCIMO MANDAMENTO (9/40)

      24/02/2018: NONO E DÉCIMO MANDAMENTO

CATECISMO MENOR:

Décimo Mandamento

CATECISMO MAIOR:
Ninguém deve cogitar e tomar o propósito de assenhorear-se daquilo que é de outrem, como, por exemplo, mulher empregados, casa e lar (...), ainda que seja com aparência de direito e a bom pretexto, contudo, em prejuízo do próximo. No sétimo mandamento, fica proibido a maldade de apoderar-se de bens alheios ou sonegar algo se que se possa fazê-lo com direito. Mas aqui também se proíbe tirar ao próximo qualquer coisa astuciosamente, ainda que aos olhos do mundo se possa fazê-lo honrosamente.


Com isso Deus quer eliminar a causa e a raiz de onde surge tudo aquilo por que se faz dano ao próximo. Por isso também o expressa, claramente, com as palavras: “Não cobiçarás”. Pois quer, acima de tudo, esteja puro o coração, se bem que, enquanto aqui vivemos, não podemos alcança-lo. De sorte que esse, como os demais, é mandamento que incenssamente nos acusa e mostra qual a situação que está a nossa probidade aos olhos de Deus.

23/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: OITAVO MANDAMENTO (8/40)

      23/02/2018: OITAVO MANDAMENTO
CATECISMO MENOR:

CATECISMO MAIOR:
Além do próprio corpo, esposo (a), bens materiais, existe outro tesouro que não se pode dispensar – honra e boa reputação. É muito difícil que alguém viva entre outras pessoas quando se está em pública desgraça e desprezado por todos. Por isso Deus não quer que a reputação e o bom nome sejam retirados ou diminuídos, assim como os bens do próximo não devem ser extorquidos. Deus deseja que a pessoa continue honrada diante do cônjuge, filhos, empregados e vizinhos.
Este mandamento proíbe todos os pecados da língua pela qual se pode causar dano ao próximo ou magoá-lo. Por que sustentar falso testemunho não é nada mais do que obra da língua. Deus proíbe tudo que se faz contra o próximo através do pecado da língua. Aqui se aplica também a falsos pregadores com suas doutrinas e blasfêmias; juízes e testemunhas falsas.

Aqui vem especialmente ao caso o vício detestável e vergonhoso de fazer má ausência ou caluniar, com que o diabo nos aperta. Muito se poderia dizer a esse respeito. Porque é praga danosa comum isso de casa qual gostar mais de ouvir falar mal do que bem do próximo (fofoca).

22/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: SÉTIMO MANDAMENTO (7/40)

      21/02/2018: SÉTIMO MANDAMENTO

CATECISMO MENOR:
  

CATECISMO MAIOR:
Após o mandamento que trada da pessoa e do seu cônjuge, o próximo fala dos bens materiais. Deus também protege os bens que Ele concede. Ele ordena que ninguém furte qualquer coisa que seja do próximo. Brevemente, obter lucro, vantagem a partir do prejuízo do próximo. Roubar não é somente pegar o dinheiro do próximo, mas também se estende a todos os lugares que tem comércio, por exemplo, vender algo com o peso adulterado, lucro exagerado, etc. No trabalho, quando um empregado ou empregada é infiel com seus deveres e causa prejuízo ao seu patrão, ou poderia evitar, mas não o faz. Não fazer aquilo para que foi contratado também é furtar, pois se está recebendo para cumprir uma atividade.

Sob pena do desagrado de Deus, lhe corre o dever de não só nenhum dano fazer ao próximo, nem subtrair-lhe sua vantagem, nem a transações de compra e venda ou em outro negócio perpetrar contra ele qualquer perfídia ou dolo, mas ainda cumpre proteger fielmente os bens do próximo, causar e favorecer seu proveito, particularmente se para isso se recebe dinheiro e remuneração.

21/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: SEXTO MANDAMENTO (6/40)

      21/02/2018: SEXTO MANDAMENTO
CATECISMO MENOR:

CATECISMO MAIOR:
Os mandamentos, quinto a oitavo, nos mostram que não podemos fazer nenhum tipo de mal ao nosso próximo. Estes mandamentos estão muito bem organizados. Em primeiro lugar, eles falam sobre danos ao nosso próximo. Em seguida, os mandamentos passam a falar sobre a pessoa mais próxima a ele, ou a posse mais próximo seguinte, após o seu corpo, ou seja, sua esposa. Ela é uma carne e sangue com ele, de modo que não pode infligir um dano maior sobre qualquer bem que é dele. Portanto, é claramente proibido trazer qualquer desgraça, vergonha com respeito a esposa do meu próximo.
Este mandamento é diretamente contra todos os tipos de pecados contra uma vida casta, seja que nome receba. Não somente a forma externa do adultério é proibido, mas todo tipo de causa, motivo e meios de adultério. O coração, os lábios e todo o corpo deve ser casto e puro e que não se de oportunidade a vida impura.

Deus tem o casamento em alta consideração. Por este mandamento, Ele o aprova e o guarda. Deus aprovou o casamento através do quarto mandamento o “honrar pai e mãe”. No sexto mandamento, Deus guarda e protege o casamento. Portanto, Ele também deseja que honremos, mantenhamos e vivamos neste santo e divino estado que é o casamento. Por que Deus tem o casamento em alta estima? Por que foi Deus que o instituiu antes de todas as coisas. Criou diversamente o homem e a mulher, como é evidente, não para uma vida impura e desregrada e sim para que permaneçam unidos, sejam fecundos, gerem filhos e os sustentem e eduquem para a honra de Deus. O casamento não deve ser desprezado, como faz o mundo cego, mas que se trate de avaliá-lo segundo a Palavra de Deus, que a tudo adorna e santifica.

20/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: QUINTO MANDAMENTO (5/40)

      20/02/2018: QUINTO MANDAMENTO

CATECISMO MENOR:

CATECISMO MAIOR:
Neste mandamento saímos de nossa casa e vamos aos vizinhos, para aprender como devemos viver uns com os outros. Deus e o governo não estão incluídos neste mandamento, por que tanto Deus, como o governo tem o direito de punir os malfeitores.
Nós não deveríamos matar, nem com as mãos, coração, boca, gestos, ajudando ou aconselhando para o mal. Portanto, este mandamento proíbe a todos de ficar irado, exceto aqueles que estão na função de Deus, ou seja, pais e o governo.
O propósito deste mandamento é que ninguém faça mal ao próximo devido as suas ações más, mesmo considerando que ele mereça. Por que onde se proíbe matar, aí se proíbem todas as coisas que possam dar origem ao homicídio.

Segundo este mandamento, a pessoa não é somente culpada quando faz o mal para seu próximo, mas quando deixa de fazer o bem. Ou seja, isto também se aplica a qualquer pessoa que pode fazer o bem ao próximo, prevenir ou resistir ao mal ou ajuda-la e não o faz. Por exemplo, num dia muito frio, você vê uma pessoa com muito frio, sendo que você tem condições de ajudá-la dando lhe uma blusa, passe por ela e nada faz.

19/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: QUARTO MANDAMENTO (4/40)

       19/02/2018: QUARTO MANDAMENTO

CATECISMO MENOR:


CATECISMO MAIOR:
Até aqui aprendemos os três mandamentos, que tratam da nossa relação com Deus. Primeiro, que de todo coração nele confiemos, temamos e amemos, em toda a nossa vida. Segundo, que não mal-usemos seu santo nome para apoiar mentiras ou qualquer outra coisa má, porém que façamos uso dele em louvor de Deus, bem como para o proveito e salvação do próximo e de nós mesmos. Terceiro, que em dia santo e de repouso diligentemente tratemos a palavra de Deus e com ela nos ocupemos, a fim de toda nossa ação e vida sejam orientadas pela Palavra de Deus. Agora vêm os outros sete, que se referem ao nosso próximo. O primeiro e maior desses é: Honrarás a teu pai e a tua mãe.


Deus distinguiu o estado paterno e materno de modo especial, acima de todos os estados que estão debaixo de Deus. Não ordena simplesmente que amemos os pais; manda honrá-los. Com respeito aos irmãos, irmãs e o próximo em geral, não ordena-se coisa mais elevada do que amá-los. Dessa maneira separa e distingue pai e mãe acima de todas as outras pessoas na terra e os põe ao lado dele. Pois honrar muito mais elevada coisa é que amar. Não abrange apenas o amor, senão modéstia, humildade e reverência como para uma majestade. E honrar não requer penas que nos dirijamos aos pais de forma amável e respeitosa, porém, acima de tudo de coração e corpo nos disponhamos de maneira tal, que os tenhamos em alta conta e os coloquemos no lugar mais elevado depois de Deus. Pois que para honrar alguém de coração é preciso que o tenhamos em alta estima e consideração. Cumpre, por isso, incutir aos jovens que vejam nos pais representantes de Deus.

17/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: TERCEIRO MANDAMENTO (3/40)

      17/02/2018: TERCEIRO MANDAMENTO
CATECISMO MENOR:



CATECISMO MAIOR:
A Palavra de Deus é a relíquia das relíquias, a única, na verdade, que nós cristãos reconhecemos e temos. A Palavra de Deus é o tesouro que a tudo santifica.

Toda a hora em que se trata, prega, ouve, lê ou medita a Palavra de Deus, dá-se através disso a santificação da pessoa, do dia e da obra, não em virtude da ação externa, mas por causa da Palavra, que a todos nos torna em santos. Razão por que digo sempre que todo o nosso viver e agir, para chamar-se agradável a Deus, ou santo, deve nortear-se pela Palavra de Deus. Todo o viver e agir alienado da Palavra de Deus é insensato aos olhos de Deus.

Nota que a força e o poder desse mandamento não consiste no não fazer nada, mas sim no santificar. E o Santificar só ocorre através da Palavra de Deus. Pecam contra esse mandamento não apenas os que mal-usam o dia de descanso, como por exemplo, os que por razão de ganância ou leviandade descuidam de ouvir a Palavra de Deus ou vivem embriagados neste dia.


Quando se medita, ouve e trata a palavra seriamente, ela tem o poder de nunca ficar sem fruto. Sempre desperta novo entendimento, prazer e devoção, e cria coração e pensamentos puros. Pois a Palavra de Deus não são palavras inoperantes, senão eficazes e vivas.  

16/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: SEGUNDO MANDAMENTO

      16/02/2018: SEGUNDO MANDAMENTO


CATECISMO MAIOR:
Assim como o primeiro mandamento instruiu o coração e ensinou a fé, assim este mandamento nos conduz para a fora e põe a boca e a língua na relação correta para com Deus. Por que a primeira coisa que brota do coração e se manifesta são as palavras. Como acima ensinei de que maneira se responde à pergunta sobre o que significa ter Deus, assim também te cumpre aprender a inteligir singelamente o sentido deste e dos demais mandamentos e aplica-los a ti.
Que significa tomar o nome de Deus em vão, ou mal-usá-lo? Abusar do nome de Deus que dizer pronunciar o nome do Senhor Deus, seja qual for a maneira, para fins de mentira ou vício de espécie. O que se ordena aqui, portanto, é não invocar o nome de Deus falsamente, ou proferi-lo em casos nos quais o coração bem sabe, ou deveria saber, que a verdade é outra, como sucede entre os que prestam juramento em juízo e uma parte em seguida mente contra a outra. Pois não existe abuso mais grave do nome de Deus que o de valer-se dele para mentir e ludibriar.
O maior de todos os abusos está em relação as coisas espirituais, que dizem respeito as consciências: quando se levantam falsos pregadores e falam mentiras e as passam por palavras de Deus.

É necessário que saibas como se faz uso acertado do nome de Deus. Ordena-se por outro lado usá-lo para a verdade e todo o bem. Assim, por exemplo, quando se jura acertadamente onde for preciso e exigido. Da mesma forma quando se ensina corretamente. Ainda, quando se invoca o nome em momentos difíceis e se lhe rende louvor e graças em tempos de fartura. Conforme expresso no Salmo 50: “Invoca-me no dia da angustia: Eu te livrarei e tu Me glorificarás.” 

15/02/2018

Tempo Quaresmal e os Catecismos de Lutero: PRIMEIRO MANDAMENTO

       15/02/2018: PRIMEIRO MANDAMENTO
CATECISMO MENOR:

CATECISMO MAIOR:

Deus designa aquilo de que se deve esperar todo bem e devemos refugiar-nos em toda apertura. Portanto, ter um Deus outra coisa não é senão confiar e crer nele de todo coração. Repetidas vezes já disse que apenas o confiar e crer de coração faz tanto Deus como o ídolo. Se é verdadeira a fé e a confiança, verdadeiro também é o teu Deus. Inversamente, onde a confiança é falsa e errônea, aí também não está o Deus verdadeiro. Fé e Deus não se podem divorciar. Aquilo, pois, a que prendes o coração e te confias, isso, digo, é propriamente o teu Deus. Por isso, o sentido desse mandamento é exigir fé genuína e confiança de coração, que vai certeiramente ao verdadeiro e único Deus e se apega exclusivamente a ELE.

14/02/2018

Quarta-feira de Cinzas




Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!
          Duas palavras para hoje: Lembrar e Retornar.
          Lembrar! Esta é a palavra que acompanha a imposição das cinzas neste dia: “Lembre-se que você é pó e ao pó retornará” (Gênesis 3.19). Uma palavra triste para o dia mais triste da história humana: o dia em que Adão e Eva abriram as portas de suas vidas e convidaram a morte para seus corpos, para seu mundo, para seus filhos. Daquele dia em diante, a sepultura tem sido o destino da humanidade. Acidentes, doenças, malícias, assassinatos – tudo está ao nosso redor. Então, lembre-se: você é pó e ao pó retornará! Cinzas as cinzas – pó ao pó. Por isso, meus irmãos, as cinzas desse dia não têm a ver com jejuns, sacrifícios ou superstições nossas; mas elas estão sobre nós simplesmente para anunciar: “você está olhando para um moribundo vivendo no meio de homens que estão morrendo. Nós não sabemos quando, mas sabemos que a sepultura é um lugar para onde todos caminhamos”.
          Mas, por favor, lembre-se também disso: as cinzas estão sobre você em forma de cruz. Sabe por que? Para te lembrar daquele que se tornou como um de nós – se tornou pó e cinzas – para nos resgatar do pecado e destruir a morte. Lembre-se que ele ressuscitará os nossos corpos no último dia.
          Lembre-se de tudo isso. E lembrando, retorne! “Retorne para o SENHOR, nosso Deus, pois ele é bondoso e misericordioso; é paciente e muito amoroso” (Joel 2.13). Retorne porque você lembra que está morrendo e sabe o porquê de sua morte. Retorne ao SENHOR, pois ele tem mais perdão e vida para dar do que o que você tem de pecado e morte para oferecer. Retorne para ele, pois ele sempre está de braços abertos para você com um amor que é incondicional.
          Que todo este tempo de Quaresma, que inicia nesta Quarta-feira de cinzas, seja para cada um de vocês um tempo de retorno ao SENHOR, dia-após-dia; pois é ele mesmo que chama e concede o necessário para que você possa se lembrar de quem você é e de quem ele é. E, principalmente, retornar para os braços dele – o SENHOR que lhe acolhe, abraça, perdoa e ama.
          Amém!

Rev. Helvécio José Batista Júnior
Ministros do SENHOR nas Igrejas Luteranas "Bom Pastor" e "Cristo Rei" em Cariacica/ES
Quarta-feira de cinzas, 2018 AD

11/02/2018

O Domingo da Transfiguração

"A Transfiguração", Pieter Abrahamsz Ykens (1648–1695)

A Transfiguração é o fechamento áureo do grande bloco do Natal: Advento, Natal e Epifania. As leituras do período de Epifania nos ajudaram a compreender quem é Jesus. Ao compreendermos quem é Jesus, o Filho de Deus, estamos preparados para entender o que Ele fez por nós.

Neste último domingo da Epifania, Domingo da Transfiguração, a Igreja olha além do período quaresmal e antecipadamente vislumbra a glória da Ressurreição na glória do Cristo transfigurado no topo da montanha. Em outras palavras, no Domingo da Transfiguração tem-se uma visão antecipada da gloriosa Ressurreição de Jesus Cristo.

A Transfiguração, como fechamento do período da Epifania, é uma contribuição genuinamente luterana para o calendário da igreja.

A Transfiguração de nosso Senhor




Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!

         

          Seis dias depois” (São Marcos 9.2). Com estas palavras inicia-se o texto que descreve o episódio da Transfiguração de Jesus. Este é um detalhe interessante, pois a menção dessas palavras indica que haviam passados seis dias de algo importante e que também possui alguma conexão com o que agora será descrito.



          O que havia ocorrido seis dias antes da Transfiguração de Jesus? Se voltarmos um pouco no texto do Evangelho, vamos perceber que o último grande evento que ocorreu antes de se passarem os seis dias foi a Confissão de Pedro a respeito de quem é Jesus. Em sua resposta a Jesus, Pedro diz: “O Senhor é o Cristo” (São Marcos 8.29). Em outras palavras, o Apóstolo Pedro junto aos outros discípulos reconhece que este Jesus é o Filho de Deus, o Messias, o Enviado da parte do Pai.



          Seis dias após esta confissão, seguindo o texto indicado para este dia, “Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou, em particular, a sós, a um alto monte. E Jesus foi transfigurado diante deles” (São Marcos 9.2). Ou seja, uma mudança completa na forma e na aparência de Jesus acontece. “As suas roupas se tornaram resplandecentes, de um branco muito intenso, como nenhum lavandeiro no mundo as poderia alvejar” (São Marcos 9.3). E isto, unicamente porque naquele momento, diante daqueles três discípulos no alto de um monte, Jesus estava se revelando conforme Pedro havia confessado: O Cristo, o Filho de Deus. Jesus estava deslumbrantemente brilhante porque ali estava manifestando a sua glória divina – quem ele realmente é: não somente verdadeiro homem, mas também verdadeiro Deus!



          A manifestação plena de Jesus Cristo revela o Céu, e por isso também, durante sua Transfiguração, como que em um vislumbre daquilo que se espera, o próprio Céu toca a terra, e isto ocorre de maneira extraordinária e significativa.



          Diante dos três discípulos “apareceu Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus” (São Marcos 9.4). Que cena! Que imagem maravilhosa! Mas, por que Elias e Moisés? Porque naquele lugar a Lei e os Profetas – as Sagradas Escrituras do Antigo Testamento – ali representados por Moisés e Elias, estavam testificando que este Jesus, o Cristo, é o cumprimento de todas as coisas!



Mas, e o que Elias e Moisés estavam falando com Jesus? Conforme um texto paralelo deste episódio (São Lucas 9. 30-31), ficamos sabendo que eles estavam ali preparando Jesus para a sua morte. Afinal, ele ainda desceria daquele monte para subir em outro – o Gólgota – e lá dar a sua vida em resgate de muitos. Para isso ele foi enviado da parte do Pai, por isso ele é o Cristo, como Pedro e as Escrituras confessaram.



          Quem de nós não gostaria de estar ali naquele monte, presenciando este momento singular? Pedro sente esta emoção, e por isso diz a Jesus: “Mestre, bom estarmos aqui” (São Marcos 9.5). Ele “não sabia o que dizer” (São Marcos 9.6). Aquele era um momento espetacular – era o Céu na Terra – faltaram palavras, e na verdade, quando falamos do Céu, da Glória do Filho de Deus nem mesmo mil dicionários conseguem conter adjetivos que os possam descrever.



          Algo ainda estava para acontecer: “A seguir, veio uma nuvem que os envolveu; e dela veio uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado; escutem o que ele diz!” (São Marcos 9.7). Ual! O próprio Pai agora estava dizendo quem era Jesus! A Lei e os Profetas tinham apontado, Pedro havia confessado, mas agora é o próprio Pai dizendo, da mesma forma como já havia feito por ocasião do Batismo de Jesus. Porém lá, Pedro, Tiago e João não estavam. Agora, eles também puderam ouvir: Este é o meu Filho Amado; escutem o que ele diz!



          Após isso, tudo volta ao normal, e os discípulos “olhando ao redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus” (São Marcos 9.8). “Ao descerem do monte, Jesus lhes ordenou que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos” (São Marcos 9.9). Isto porque o povo e até os próprios discípulos ainda não estavam preparados para compreender tudo aquilo de maneira coerente.



          Realmente existe uma conexão deste episódio com o que ocorreu seis dias antes. A Transfiguração de Jesus confirma o que Pedro havia dito em sua confissão: Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. A Transfiguração de Jesus também concede um aperitivo do que é estar no Céu – estar na presença gloriosa de Jesus Cristo junto com todos aqueles que foram salvos pelo SENHOR.



          Quem de nós não gostaria de estar presente naquele monte? Voltar no tempo e nos prostrar junto com os três discípulos é impossível. No entanto, Deus permite que sua Transfiguração chegue até nós hoje e, da mesma forma como foi uma antecipação da glória eterna para aqueles discípulos, ela também o é para nós.



          Mas, onde e como isso ocorre? Vamos subir a um monte e alcançar Jesus? Não! Jesus já morreu e ressuscitou, já conhecemos esta história que estava guardada para após esses eventos. Por isso, não precisamos mais subir um monte para alcançar Jesus e ver a sua glória divina. Na verdade, ele desce até nós, e ele vem a nós em um pedaço de pão e um cálice de vinho e aqui, manifesta sua glória divina perdoando os nossos pecados, fortalecendo a nossa Fé e concedendo vida – não uma vida qualquer, mas vida Eterna!



          A Ceia do Senhor é Jesus se transfigurando e vindo até nós com sua glória; é o Céu tocando a terra da mesma forma como aconteceu lá naquele monte, pois no Sacramento estamos com Elias, Moisés, “os anjos, os arcanjos e toda a companhia celeste louvando e magnificando o glorioso nome de Jesus”. Estamos dizendo o mesmo que Pedro: “Mestre, bom é estarmos aqui!”.



          Sem dúvida alguma, é bom demais estar aqui! É bom demais saber que nosso Senhor é o Cristo, o Filho de Deus que revelou a sua glória divina, mas também desceu do monte e do próprio Céu, para morrer pelos nossos pecados a fim de nos perdoar e ressuscitar dentre os mortos para que nós um dia pudéssemos também ressuscitar e viver no Céu com nossos corpos envolvidos pela glória divina do Filho de Deus.



          Por amor e misericórdia, esta glória divina do Filho de Deus já resplandece em nossas vidas através dos Meios da Graça. E quando fecharmos os olhos para este mundo e abrirmos eles nos Céus, então essa glória continuará resplandecendo por toda a eternidade, para todo o sempre!



          Amém!





Rev. Helvécio José Batista Júnior

Ministro do SENHOR nas Igrejas Luteranas “Bom Pastor” e “Cristo Rei” em Cariacica/ES

No dia da Transfiguração de nosso Senhor, 2018 AD